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24/09/2021 às 18:31, atualizado em 25/09/2021 às 10:21
População poderá ajudar na localização de exemplar de planta ornamental do cerrado
Procura-se Lobelia brasiliensis! Com este mote, o Instituto Brasília Ambiental acaba de publicar cartaz educativo para que a comunidade possa atuar como uma espécie de detetive da natureza e colaborar com o mapeamento ambiental sobre esta espécie rara no Distrito Federal, indicando as localidades onde a encontrarem. A campanha é Biodetetive – Procura-se Lobelia brasiliensis on-line e já está disponível no site do órgão.
Essa espécie é muito emblemática do cerrado, pois além de estar ameaçada de extinção, só ocorre nesta Unidade da Federação.
“A Lobelia acaba sendo uma espécie guarda-chuva pois, ao protegê-la, resguarda-se também todo o ecossistema de onde ela provém. E, por ser tão simbólica e termos poucas informações, estamos fazendo essa campanha para saber mais sobre a distribuição geográfica dela no território candango”, esclarece a analista de Infraestrutura e Planejamento Urbano do Brasília Ambiental e uma das idealizadoras do projeto, Ana Paula Lira.
[Olho texto=”“Esse levantamento contribuirá para a definição de políticas públicas específicas para a conservação desta espécie e, consequentemente, das veredas, que são o ambiente onde elas ocorrem.”” assinatura=”Ana Paula Lira, analista de Infraestrutura e Planejamento Urbano do Brasília Ambiental” esquerda_direita_centro=”direita”]
A espécie foi descoberta em março de 2019, durante a contratação de estudos técnicos para a criação e recategorização de unidades de conservação do Ribeirão Sobradinho.
Desde então, a autarquia ambiental conta com um pequeno levantamento dessas plantas, por meio da observação de agentes de Unidades de Conservação do órgão e de herbários.
A intenção da publicação, além de acrescentar mais informações sobre a ocorrência das plantas, é a de dar oportunidade para a comunidade poder conhecer e saber mais sobre ela. “Esse levantamento contribuirá para a definição de políticas públicas específicas para a conservação desta espécie e, consequentemente, das veredas, que são o ambiente onde elas ocorrem. E, ao preservar o local onde elas florescem, protege-se também a água e toda a comunidade vegetal e animal”, finaliza Lira.
A campanha é fruto de uma parceria entre a Diretoria de Implantação de Unidades de Conservação e Regularização Fundiária (Dipuc) e a Educação Ambiental (Educ) do instituto. Inicialmente, o material está disponível apenas on-line. Futuramente, haverá uma versão impressa para distribuição nas escolas do DF e em órgãos públicos, como forma de ampliar o alcance da ação e agregar conhecimento sobre essa espécie.
Ameaças
A Lobelia brasiliensis é um subarbusto, com pendões de flores roxas, que pode ultrapassar 2 metros de altura. Encontrada sobre solo hidromórfico, em brejos, campos e locais úmidos, especialmente em veredas. Uma planta extremamente ornamental, mas também de cultivo complexo, o que dificulta sua propagação fora dos ambientes naturais.
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As principais ameaças à espécie estão relacionadas à expansão urbana acelerada que favorece agressões, como interrupção da drenagem natural, com mudanças no regime hídrico, os quais a planta não tolera.
A substituição da vegetação natural por capim braquiária também é outro fator que prejudica a qualidade do seu habitat, acarretando o declínio das populações. Podem ser observadas em algumas unidades de conservação do DF, tais como Parque Ecológico Ezechias Heringer, Reserva Biológica (Rebio) do Guará, APA Gama e Cabeça-de-veado e Estação Ecológica de Águas Emendadas (Esecae).
*Com informações do Instituto Brasília Ambiental