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02/12/2021 às 18:42
Unidade é a única da região Centro-Oeste reconhecida pela Anvisa como serviço de alto nível
O sonho da maioria dos casais é ter uma criança em casa enchendo o lar de alegria. Mas nem sempre isso é fácil ou ocorre de forma natural. A reprodução humana é um processo bastante complexo e, para haver sucesso, depende de uma série de fatores que envolvem tanto o homem quanto a mulher. Para grande parte das pessoas, a reprodução acontece pelo ato sexual. Porém, nem sempre os casais conseguem engravidar por esse meio.
No Distrito Federal funciona o Centro de Ensino e Pesquisa em Reprodução Humana Assistida (Cepa) do Hospital Materno Infantil de Brasília Dr. Antônio Lisboa (Hmib). O serviço do Sistema Único de Saúde funciona há 23 anos, auxiliando no tratamento e ajudando os casais que, por algum motivo, ainda não realizaram o sonho de se tornarem pais.
[Olho texto=”“Em 1998 não existiam centros públicos de reprodução assistida, fomos os primeiros do Centro-Oeste a trazer esse serviço para os casais que não tinham condições financeiras para arcar com o tratamento”” assinatura=”Rosaly Rulli, médica ginecologista especialista em reprodução humana pela Universidade de Milão” esquerda_direita_centro=”esquerda”]
A precursora desse projeto no DF é a médica ginecologista Rosaly Rulli – especialista em reprodução humana pela Universidade de Milão. “Em 1998 não existiam centros públicos de reprodução assistida, fomos os primeiros do Centro-Oeste a trazer esse serviço para os casais que não tinham condições financeiras para arcar com o tratamento”, recorda.
Em todo o país, existem apenas três centros especializados em reprodução humana que atendem integralmente por meio do SUS. A unidade do DF é credenciada pela Rede Latino-americana de Reprodução Humana e foi reconhecida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) por realizar um serviço de alto nível.
A reprodução humana é a parte da medicina responsável por auxiliar na concepção de bebês. O objetivo final é ajudar indivíduos com dificuldades de procriar a conseguirem iniciar a jornada da maternidade e da paternidade.
Alguns fatores que podem atingir diretamente o sistema reprodutor masculino e feminino:
Causas femininas
– Endometriose. É caracterizada pela presença do endométrio (tecido responsável por revestir a cavidade uterina) fora do útero
– Hipotireoidismo e hipertireoidismo
– Distúrbios na hipófise
– Ovulação desregulada
– Síndrome dos ovários policísticos
– Alterações na regularidade da ovulação
– Doença inflamatória pélvica crônica (DIPC)
– Infecções sexualmente transmissíveis (ISTs)
Causas masculinas
– Azoospermia
– Varicocele
– Prostatite
– Alterações hormonais e produção inadequada de esperma
– Criptorquidia unilateral ou bilateral
– Câncer
– Infecções sexualmente transmissíveis
– Torção testicular
Como conseguir atendimento
Primeiramente, o casal deve procurar a unidade básica de saúde (UBS) mais próxima para ser atendido pela equipe de saúde da família. Durante a consulta, é preciso relatar as possíveis causas de o casal não estar conseguindo engravidar. Feito isso, a equipe solicitará alguns exames.
Havendo necessidade de encaminhamento para a atenção especializada, a UBS vai encaminhar o paciente até a unidade hospitalar mais próxima e que atenda aquele caso, se for alguma necessidade de intervenção cirúrgica ou uma histeroscopia.
Esgotando-se todas essas possibilidades, e somente a fertilização in vitro e a inseminação intrauterina forem a última saída, o casal vai ser encaminhado ao Centro Especializado de Reprodução Humana do Hmib, onde será inscrito para iniciar o tratamento.
A unidade trabalha com equipe multiprofissional composta por ginecologistas especializados em reprodução humana, embriologistas, andrologistas, psicólogos, geneticistas, assistentes sociais, enfermeiros e técnicos de enfermagem.
“Mulheres que possuam qualquer problema no aparelho reprodutor, seja por obstrução tubária, seja por doença inflamatória pélvica e endometriose, ou mesmo as pacientes que não respondem aos indutores orais, esses são os principais fatores que norteiam o caminho para a reprodução assistida”, esclarece Rosaly Rulli.
A médica complementa a informação dizendo que, no caso dos homens, a quantidade e a qualidade dos espermatozoides também cooperam para que haja o sucesso na fertilização.
“Também é muito importante dizer que a nossa intenção, claro, é formar uma família, trazer um bebezinho. Mas, batalhamos muito para que aqueles casais que não conseguem receber o tão sonhado beta HCG positivo possam receber todo apoio psicológico e clínico necessário, pois é muito difícil, depois de todo processo, receber um resultado de exame negativo”, ressalta.
Tratamento
A gestora pública Alzira Folha, de 40 anos, está em tratamento há seis anos e tenta a fertilização pela segunda vez. “Só tenho a agradecer a toda a equipe da reprodução humana, pelo cuidado e dedicação com todos os casais que tentam ter seus filhos através da fertilização assistida”, afirma.
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O casal Patrícia Afonso, de 38 anos, e Luiz Carlos Afonso, de 61 anos, está em tratamento há sete anos. A única anormalidade constatada foi um mioma que foi retirado há um ano e meio. Após 14 anos de casados tentando engravidar, os dois foram encaminhados ao Hmib para iniciar o tratamento.
Segundo Patrícia, após um ano e meio da retirada do mioma, o tão sonhado teste positivo chegou. “Estou com três meses e meio de gravidez. Sempre sonhei em ser mãe e a equipe da doutora Rosaly me ajudou a alcançar esse sonho. São pessoas altamente profissionais e dedicadas e só temos a agradecer por estar vivendo este momento mágico”, comemora.
* Com informações da Secretaria de Saúde do DF