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17/02/2022 às 15:18, atualizado em 17/02/2022 às 16:38
As 80 escolas públicas da região estão focadas na recuperação da defasagem e nos protocolos sanitários preventivos
A internet foi um dos fatores que dificultaram o aprendizado dos estudantes que moram em áreas rurais no Distrito Federal durante a pandemia de covid-19. É o que relata Aiury Siussa Macedo Silva, moradora do Núcleo Rural Cariru. Ela é mãe da pequena Ketlen, 5 anos, estudante da Escola Classe Cariru, que atende mais de 100 estudantes do ensino infantil e ensino fundamental I.
A menina, que iniciou em 2022 o 2º período da educação infantil, enfrentou problemas durante as aulas remotas. “Foi muito difícil. Tem dia que não temos nem sinal de internet aqui. Também tem a dificuldade de os pais não serem professores. Tivemos que nos adaptar”, lembra.
[Olho texto=”Na EC Cariru, há medição de temperatura, torneiras para lavagem das mãos na entrada, totens de álcool gel e cobrança do uso de máscaras” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”]
Aiury diz que percebeu dificuldade na aprendizagem da filha, por isso comemora o retorno 100% presencial das aulas, iniciadas no último dia 14 para os mais de 430 mil estudantes de todo o DF, incluindo as áreas rurais. “Foi muito difícil. Algumas coisas ela não aprendia. Também teve a questão de não socializar. Então acho muito bom o retorno”, completa.
A dona de casa Elisabeth Severina Maciel, 42 anos, estava ansiosa para poder colocar o filho no ensino presencial. Esta tem sido a primeira semana de Jonatas, 3 anos, na EC Cariru. Ele se junta ao irmão Jonas, 9 anos, que também estuda na escola. “Estou muito feliz com as aulas presenciais. Eu fiquei muito preocupada de ele começar e ainda ser remoto, porque sei das dificuldades que as crianças têm para aprender os conteúdos desse jeito”, explica.
Ensino rural
Docente há mais de 25 anos no Cariru, a diretora Edilene Ferreira de Oliveira conta que a equipe estava ansiosa para receber os alunos de volta fisicamente, principalmente para poder ajudar as crianças com a defasagem do período do ensino remoto e híbrido.
“Foi muito difícil. Tínhamos uma ansiedade porque a gente sabe que esse distanciamento da escola traz muito prejuízo para os estudantes. A escola física é insubstituível”, comenta. Para Edilene, o retorno presencial é ainda mais importante na área rural. No DF, existem atualmente 80 escolas nas regiões rurais. “As dificuldades de tecnologia e atendimento à internet são grandes na área rural”, completa.
A merenda escolar também era uma questão preocupante para os estudantes das escolas rurais. “A gente sabe que tem muitas famílias passando por dificuldades. Aqui eles podem comer. E comem bem, viu? As crianças consomem bem as verduras e as frutas”, acrescenta a diretora.
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A escola se preparou para o retorno com foco na recuperação da aprendizagem. “Desde a semana pedagógica estamos trabalhando efetivamente em cima disso, de fazer um mapeamento e um diagnóstico para saber a real situação dos alunos e começarmos o projeto de intervenção”, diz.
O outro trabalho do centro de ensino foi a manutenção dos protocolos de segurança. Na EC Cariru, há medição de temperatura, torneiras para lavagem das mãos na entrada, totens de álcool gel e cobrança do uso de máscaras.