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28/02/2022 às 17:17, atualizado em 28/02/2022 às 17:48
Militar do Corpo de Bombeiros explica procedimentos para atender quem passa por esse problema, que representou o maior motivo de ligações para o Samu em 2021
Você está em casa quando, de repente, um familiar cai no chão, desacordado e se contorcendo. Esse relato é uma exemplificação simples de uma crise convulsiva, situação que pode ocorrer por diversos motivos. Para orientar a população sobre o que fazer nesses casos, o Corpo de Bombeiros Militar do DF (CBMDF) divulgou, em seu perfil no Instagram, um vídeo com o passo a passo do procedimento.
Quem produziu o material foi o cabo Estevão Aguiar, socorrista do 22º Grupamento de Bombeiros Militar, em Sobradinho. No CBMDF há três anos, nos últimos seis meses ele responde a ocorrências junto à equipe de atendimento em ambulância. Uma crise convulsiva, aponta o militar, pode durar de alguns segundos a cinco minutos, em média.
[Olho texto=”“Crises convulsivas podem acontecer em qualquer lugar e a qualquer hora”” assinatura=” – Victor Arimatea, diretor do Samu ” esquerda_direita_centro=”direita”]
“Eu divulguei esse vídeo justamente para o parente, amigo ou colega de trabalho que está ao lado da pessoa em crise, para que essa pessoa saiba qual o procedimento que precisa ser feito, porque, quando o socorro chegar, a crise já vai ter terminado”, ressalta o socorrista. “São dicas simples que, quando praticadas do jeito certo, podem ajudar na sobrevida dessa vítima.”
Ocorrências relacionadas a crises convulsivas compuseram o principal motivo de ligações para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), via telefone 192, no ano passado. Foram 4.421 atendimentos realizados, cifra superior à de casos relacionados à covid-19 (4.243). “Só aí já se caracteriza a importância de ensinar os procedimentos de primeiros socorros para o maior número de pessoas”, pontua o diretor do Samu, Victor Arimatea. “Crises convulsivas podem acontecer em qualquer lugar e a qualquer hora.”
Na maioria das vezes, a vítima de uma crise convulsiva recobra a consciência após o ocorrido. Arimatea lembra que, mesmo com o conhecimento dos primeiros socorros e o atendimento eficiente, é importante entrar em contato com os serviços de emergência, pelos números 192 ou 193. “É por meio deles que serão transmitidas as orientações adequadas e discernir se a vítima precisa ou não ser encaminhada para uma unidade de saúde”, especifica.
Confira, abaixo, as dicas de primeiros socorros nesses casos.
1) Manter a calma
“Muitas pessoas acabam travando e não fazendo nada”, alerta o cabo Aguiar. “Se a pessoa conseguir manter a calma, ela vai conseguir fazer o básico, resguardar a vítima e não agravar a situação.”
2) Afastar objetos da vítima
Para evitar que a vítima se machuque ainda mais, afaste de perto dela objetos duros ou pesados, como cadeiras, luminárias, camas, móveis, etc.
3) Proteger a cabeça da vítima
Devido aos espasmos, a vítima pode lesionar seriamente a cabeça. Para evitar danos secundários, o cabo Aguiar orienta: “Proteja a cabeça da pessoa com uma almofada, travesseiro, lençol ou pano, sem travar a cabeça”.
4) Durante a crise, nunca coloque nada na boca da vítima
O socorrista adverte: “Não coloque nada na boca da pessoa, porque a língua não enrola. Isso é mito! Apenas proteja e lateralize a cabeça.”
5) Após a crise, se possível, lateralize a vítima
Em alguns casos, pode ocorrer uma salivação excessiva da pessoa em convulsão. Para evitar uma situação de broncoaspiração (entrada de saliva ou secreções no pulmão) e uma possível asfixia, é importante lateralizar completamente a vítima – colocar a pessoa sobre o lado esquerdo do corpo, configuração conhecida como posição lateral de segurança. A técnica para lateralizar a vítima consiste em esticar ou dobrar o braço esquerdo no chão, levantar a perna direita e apoiar o pé no chão, pegar a palma da mão direita da vítima e pousar no dorso da face esquerda e, apoiando no joelho e no ombro da vítima, virá-la suavemente para o lado esquerdo.
6) Ligar para os serviços de emergência
Se houver mais de uma pessoa para acudir a vítima da crise convulsiva, uma delas executa os procedimentos de primeiros socorros enquanto a outra liga para o 192 ou 193. Se só houver uma pessoa para socorrer, o recomendado é primeiro atender a vítima com os passos acima, aguardar a crise passar e depois ligar para os serviços de emergência.
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Como identificar
Na Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde (MS), a convulsão é definida desta forma: “(…) contratura involuntária da musculatura, que provoca movimentos desordenados. Geralmente é acompanhada pela perda da consciência. As convulsões acontecem quando há a excitação da camada externa do cérebro”. Os sintomas mais característicos são espasmos incontroláveis, olhos virados para cima, inconsciência, salivação abundante e lábios azulados.
As crises convulsivas podem ter diversas origens, desde hemorragia, intoxicação por produtos químicos, falta de oxigenação no cérebro ou efeitos colaterais de remédios. Também podem ser causadas por doenças como epilepsia, tétano, meningite e tumores cerebrais.