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23/03/2022 às 20:23, atualizado em 23/03/2022 às 20:28
Sedes fez parceria com organismos internacionais para que os profissionais compreendam as especificidades desse tipo de atendimento
[Olho texto=”“O DF é a quarta unidade da Federação com o maior pedido de refúgios. A Sedes mapeou os servidores que têm experiência na pauta de migração e refúgio para compor a equipe que vai atender esse público e romper essa barreira linguística, ampliando o acesso a direitos” – Mayara Noronha Rocha, secretária de Desenvolvimento Social” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”]
Servidores da Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes) passaram por um processo de capacitação com organismos internacionais para qualificar o atendimento aos migrantes que chegam ao Distrito Federal. O treinamento de três dias foi realizado pela Organização Internacional para as Migrações (OIM), Agência da ONU para Migrações, que fez uma parceria com a Sedes para que os servidores recebam esse público de maneira adequada na rede de proteção social do DF.
“O DF é a quarta unidade da Federação com o maior pedido de refúgios. A Sedes mapeou os servidores que têm experiência na pauta de migração e refúgio, pelas suas formações e temáticas de interesse, além de conhecimento em outras línguas, como inglês, francês e espanhol, para compor a equipe que vai atender esse público e romper essa barreira linguística, ampliando o acesso a direitos”, explica a secretária de Desenvolvimento Social, Mayara Noronha Rocha.
Em fevereiro, os servidores da Sedes também passaram por uma capacitação com a Acnur, Agência da ONU para Refugiados. A ideia dessa parceria da Sedes com organismos internacionais é preparar os profissionais para que eles consigam compreender as especificidades desse tipo de atendimento.
Para a agente social Vanessa Bernardes, essa é uma oportunidade única para atender de forma adequada à demanda de migrantes, que tem aumentado nos últimos anos.
“Essa é uma demanda de muito tempo nas nossas unidades. Sentíamos falta de ter um direcionamento de como atender melhor essas pessoas, ter capacitações para acessar essas pessoas de forma mais oportuna. Agora, vamos poder fazer uma oferta mais qualificada. Fico honrada de participar de um curso como esse na secretaria”, comemora a técnica em assistência social, servidora da Sedes há 12 anos.
Troca de experiências
Entre os temas tratados na capacitação da OIM, realizada na última sexta (18), na segunda (21) e nessa terça-feira (22), estão a governança migratória, a garantia de direitos específicos dos migrantes e regularização dos documentos.
[Olho texto=”“É necessário um atendimento intercultural, que aproxime as pessoas da nossa legislação, das tradições culturais brasileiras e dos mecanismos internacionais de proteção dos direitos humanos” – Felipe Areda, diretor dos Serviços Especializados a Famílias e Indivíduos da Sedes” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”]
“Foram tratados temas específicos, como migração em saúde, inserção no mercado laboral, geração de renda, acesso à regularização migratória e violações importantes a serem observadas nesses casos, como o tráfico de pessoas e crime correlatos”, ressalta Jennifer Alvarez, assistente de projetos da OIM.
“Também oferecemos troca de boas práticas com a equipe do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) a partir da experiência que já temos no estado de São Paulo”, acrescentou.
Recém-empossada, a agente social Stephany Cardoso avalia que o conhecimento mais aprofundado da legislação para migrantes e refugiados vai viabilizar um atendimento integral desse cidadão.
“Traz uma qualificação pela troca, eles trazem a experiência. São momentos bem importantes para fazer essa interligação de tudo que vem de teoria, de legislação, com a prática, para que seja um atendimento o mais integral possível. Muitas coisas, mesmo que não sejam da nossa competência direta, nós precisamos saber para orientar essa pessoa quanto aos direitos dela nas várias áreas”, pondera a servidora.
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O diretor dos Serviços Especializados a Famílias e Indivíduos da Sedes, Felipe Areda, pontua que o atendimento a migrantes é, de fato, diferenciado porque precisa levar em consideração a cultura do povo de origem.
“É necessário um atendimento intercultural, que aproxime as pessoas da nossa legislação, das tradições culturais brasileiras e dos mecanismos internacionais de proteção dos direitos humanos. Tem que criar um espaço acolhedor e compreensivo para intervir. Também temos dificuldade em relação às legislações, os processos de regularização são diferentes e complexos. Precisamos garantir uma estrutura de atendimento para assegurar a oferta da assistência nessa complexidade”, enfatiza.
*Com informações da Sedes-DF