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28/03/2022 às 17:09
‘Territórios Culturais’, uma parceria entre as secretarias de Cultura e de Educação, promove vivências em educação patrimonial em locais como o Museu Nacional da República e o Cine Brasília
O projeto Territórios Culturais anuncia a temporada 2022. A iniciativa oferece uma dimensão pedagógica alternativa, que amplia as possibilidades de ensino e aprendizagem visando a integração entre as unidades escolares e os territórios culturais do Distrito Federal. Por meio do projeto, estudantes da rede pública participam de ações em seis espaços da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec), com orientações de professores da Secretaria de Educação (SEE) sobre vários assuntos, como artes, história, sociologia e geografia.
[Olho texto=”“Vivemos na capital do país, patrimônio da humanidade. É importante que os estudantes compreendam não só a magnitude desse título, mas, sobretudo, o que é ser cidadão numa cidade-patrimônio” – Bartolomeu Rodrigues, secretário de Cultura e Economia Criativa” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”]
“Vivemos na capital do país, patrimônio da humanidade. É importante que os estudantes compreendam não só a magnitude desse título, mas, sobretudo, o que é ser cidadão numa cidade-patrimônio”, observa o secretário de Cultura e Economia Criativa, Bartolomeu Rodrigues.
“Territórios Culturais têm a missão de promover, por meio do processo de imersão patrimonial e reflexão crítica, uma educação inclusiva que desperte nos nossos estudantes a identificação com os bens culturais, artísticos e históricos do DF”, reforça o subsecretário do Patrimônio Cultural da Secec, Aquiles Brayner.
Aquiles lembra que a iniciativa fomenta aprendizagem sobre o patrimônio cultural de forma “dinâmica e participativa, em que as temáticas trabalhadas refletem as questões e peculiaridades de cada equipamento envolvido”.
Os espaços que fazem parte do projeto são Museu Nacional da República, Catetinho, Museu Vivo da Memória Candanga, Conjunto Cultural Três Poderes, Memorial dos Povos Indígenas e Cine Brasília.
Pedagoga e analista de atividades culturais da Secec, Alessandra Lucena Bittencourt, que atua na coordenação técnica e acompanhamento do projeto, elogia o perfil dos docentes selecionados. Os candidatos passam por prova de títulos e entrevista.
“Há professor de história, pedagogia, sociologia, artes e outras áreas, alguns com duas formações, mestrado, doutorado. São profissionais que têm interesse por pesquisa.”
Catetinho virtual
Atuante no Catetinho, o professor de história e mestre na disciplina, Ramón Ribeiro Barroncas, trabalhou em atendimentos online, de uma hora de duração, no segundo semestre do ano passado.
“A visitação virtual era projetada em tempo real no espaço da unidade escolar que havia agendado o atendimento. Os estudantes tinham a oportunidade de conhecer a história do Catetinho e fazer um passeio tridimensional ao território com a ajuda de ferramentas digitais”, relata.
[Olho texto=”“Sinto-me orgulhoso de trabalhar nesse projeto que concilia cultura e educação. Entrei no Territórios Culturais no ano passado e, aos poucos, crio o programa educativo desse espaço, templo do cinema brasileiro” – Ronivan de Sousa Vieira, professor lotado no Cine Brasília” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”]
Entre estudantes do ensino fundamental e do médio, o projeto recebeu 1.238 estudantes em 2021, divididos pelas 10 regionais de ensino que participaram da visitação virtual. “Eles se mostraram bastante participativos, com muitos questionamentos e demonstrando muita vontade de conhecer presencialmente o espaço”, informa.
O Catetinho está passando por manutenção e reforma e continua fechado até a segunda quinzena de abril. Mobiliário, utensílios, livros e objetos que fazem parte da mostra permanente no local, num total de 466 itens, foram guardados temporariamente no Centro de Dança.
O equipamento, pelo fato de ser de madeira e não poder ser sanitizado adequadamente a fim de evitar a transmissão da covid-19, foi mantido fechado até o surgimento de novos protocolos que já permitem sua liberação após a reforma.
Lotado no Cine Brasília, o professor e artista multimídia Ronivan de Sousa Vieira é mestre em artes cênicas, pela Universidade Nova de Lisboa, de Portugal, e especialista em videografia pela francesa Université Bordeaux Montaigne.
“É uma realização como artista e professor. Sinto-me orgulhoso de trabalhar nesse projeto que concilia cultura e educação. Entrei no Territórios Culturais no ano passado e, aos poucos, crio o programa educativo desse espaço, templo do cinema brasileiro”, diz.
Durante a pandemia, Ronivan conta que experimentou levar o objeto do Cine Brasília até as escolas. Numa espécie de “cinema na mochila”, como ele diz, o professor visitava as unidades agendadas e exibia filmes brasileiros, realizava debates ao final e desenvolvia projetos de cinema-educação com alunos e professores. “Apesar das restrições da covid-19, conseguimos atender a muitas unidades escolares”, comemora.
Ronivan, em sua prática pedagógica, discute com os estudantes a importância do Cine Brasília como patrimônio cultural, estabelece a relação do espaço com a criação da capital e das quadras-modelo lá existentes (SQS 107, 108, 307 e 308), e discorre sobre o papel do cinema na história da cidade.
“Percebo que a maioria dos alunos nunca havia ido ao Cine Brasília ou mesmo ao Plano Piloto, e por isso tenho tentado, por meio de dinâmicas pedagógicas, fomentar a aproximação e a identificação dos alunos com esse território que, para muitos deles, é estranho e distante”, elabora.
No início de março, Ronivan exibiu o filme Eduardo e Mônica com legendas e intérprete de Libras. “Foi maravilhoso. Pudermos incluir os alunos surdos que são, muitas vezes, excluídos das atividades culturais”.
O docente atendeu cerca de 400 alunos dos Centros de Ensino Médio (CEM) 2 e 4 de Sobradinho e CEM 2 do Guará.
‘Museu voador’
Doutora e mestra em arte pela Universidade de Brasília (UnB) e especialista em Gestão Escolar, Leísa Sasso é responsável pelo programa educativo no Museu Nacional da República (MUN). Ela usa uma metodologia que media o processo de aprendizagem com o uso criativo de impressões e informações.
Leísa provoca os visitantes no Museu Nacional com questões que estimulam a reflexão sobre conceitos fundamentais na educação patrimonial – identidade, pertencimento, cidadania e cuidado.
Olhar para o céu de Brasília com o objetivo de reproduzi-lo a partir de um estudo de cores; pensar na estrutura do museu como a de uma oca, cujas janelas para o mundo são os quadros; ou a de um disco voador que pode transportar os jovens usuários para outros lugares estão entre as vivências pedagógicas sugeridas pela professora.
Docente de arte-educação e servidora da Educação desde 1991, Renata Azambuja frisa que projetos culturais constituem um eixo transversal (um recorte combinando conhecimentos de várias áreas), que usa o patrimônio – material e imaterial, tombado ou não – para produzir vínculos de identidade, memória e pertencimento.
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Renata destaca ainda que o termo “território” também é especial. Significa espaço vivenciado, em que sujeitos se reconhecem, se localizam e pensam sobre o lugar onde moram. Ela festeja a parceria entre Cultura e Educação. “É importantíssima! Fazemos um trabalho em rede que gera vínculos institucionais mais fortes”.
Territórios Culturais
Para solicitar o agendamento, é necessário preencher o formulário disponível online – clique aqui – e aguardar o retorno dos professores do projeto.
– Museu Nacional da República: 3325-5220 / museu@cultura.df.gov.br
– Museu do Catetinho: 3338-8803 / educativo.catetinho@cultura.df.gov.br
– Memorial dos Povos Indígenas: 3306-2874 / 3344-1155 / educativo.mpi@cultura.df.gov.br
– Cine Brasília: 3325-7777 / cinebrasiliaeducativo@cultura.df.gov.br
– Conjunto Cultural Três Poderes: 3322-7025 / agendamento.cc3p@cultura.df.gov.br
– Museu Vivo da Memória Candanga: 3327-2145 / mvmc@cultura.df.gov.br
*Com informações da Secretaria de Cultura