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21/04/2022 às 17:01, atualizado em 22/04/2022 às 12:34
Segundo dia do projeto abriu exposições históricas em vários pontos da cidade, levando conhecimento e emoção aos visitantes
Na quarta-feira (20), o projeto “Sorria, Brasília” pôs a memória em movimento para celebrar os 62 anos da cidade. A história dos candangos voltou a ser narrada no Museu Vivo da Memória Candanga (MVMC) com a reabertura da mostra histórica “Poeira, Lona e Concreto”, que retornou ao espaço expositivo completamente higienizada e preservada. No Memorial dos Povos Indígenas (MPI), estudantes e visitantes ficaram diante do precioso acervo de dezenas de etnias e ainda tiveram uma aula sobre o verdadeiro papel dos povos originários na formação do Brasil. À noite, o Complexo Cultural de Planaltina (CCP) fez uma viagem no tempo sobre os 49 anos da Via Sacra ao Vivo, patrimônio imaterial do DF.
[Olho texto=”“Colocar essas narrativas em jorro com o presente é uma missão do Estado”” assinatura=”Bartolomeu Rodrigues, secretário de Cultura e Economia Criativa” esquerda_direita_centro=”direita”]
“A memória cultural é o bálsamo que movimenta a vida de uma nação. Colocar essas narrativas em jorro com o presente é uma missão do Estado”, defende Bartolomeu Rodrigues, secretário de Cultura e Economia Criativa.
Força originária
Os 50 alunos de escola pública que visitavam o Memorial dos Povos Indígenas pareciam mergulhados numa história agora contada com mais representatividade. Para muitos, a experiência foi mágica, enriquecedora. Afinal, são mais de 12 mil anos de história num único espaço.
“Aprendi muitas coisas sobre os índios que eu não sabia, gostando muito do passeio”, comentou a aluna do 4ª da Escola Classe 01 do Guará, Valentina Tavares Matias, 9 anos, deslumbrada com fotos antigas que compõem a exposição permanente do espaço.
[Olho texto=”“Todo o solo brasileiro sempre foi bem respeitado pelos povos indígenas, consideramos a terra como se fosse a nossa mãe”” assinatura=”Mirim Ju Ian, membro do povo Guarani” esquerda_direita_centro=”esquerda”]
Professora de humanas da turma, Rilza Cortez enfatizou a importância da experiência presencial. “Eles já estão aprendendo sobre cultura indígena na escola, sobre a miscigenação das três raças, mas vir pessoalmente ao museu e ter contato com todas essas artes, trazer a história para algo mais palpável ajudam a fixar o assunto com maior facilidade”, defende.
Membro do povo Guarani, Mirim Ju Ian, 31 anos, hipnotizou a garotada falando sobre a importância da Mãe Natureza. Aproveitou a ocasião para ensinar cantos e danças típicas da sua tribo. “Todo o solo brasileiro sempre foi bem respeitado pelos povos indígenas, consideramos a terra como se fosse a nossa mãe”, disse o indígena, que estuda geografia na UnB. “Escolhi esse curso justamente para aprender mais sobre a terra”, explicou.
Candangos vivos
A exposição “Poeira Lona e Concreto” também foi reaberta nesta quarta-feira no Museu Vivo da Memória Candanga. A mostra, que passava por um processo de restauração, retorna em clima de festa, já que faz parte da programação do Sorria Brasília – 62 anos.
Entre fotos e objetos históricos do Museu, que no passado já foi o primeiro hospital da cidade, teve dança e discursos potentes.
Para o secretário de Cultura e Economia Criativa, Bartolomeu Rodrigues, a exposição é um registro fundamental para a história da cidade e destaca o carinho dos gestores para manter o espaço. “O que mais me comove aqui no Museu Vivo da Memória Candanga é a doação das pessoas para que isso esteja aqui de pé, contando histórias”.
Outro que se emocionou com as surpresas do que viu foi o servidor público Marcos Alves da Silva, 48 anos, que já conhecia o museu, mas não a exposição. “Achei a exposição de suma importância, estou surpreso por não conhecer e acho que é legal destacar que existe nas peças uma perspectiva bem feminina”, pontua.
[Olho texto=”“Para nós, é um momento muito gratificante ver Brasília sorrindo novamente”” assinatura=”Aquiles Brayner, subsecretário do Patrimônio Cultural” esquerda_direita_centro=”esquerda”]
Pela Via Sacra
A abertura da exposição “Via Sacra Ao Vivo – Rumo aos 50 anos” foi uma festa aos olhos dos visitantes. Figurinos, objetos, recortes de jornal, cartazes e peças do cenário ajudam a contar a história dessa que é uma das maiores encenações à céu aberto do país, a Via Sacra Ao Vivo ou Via Sacra de Planaltina. Assim, contam também a história das pessoas que fazem essa verdadeira celebração artística e religiosa acontecer há 49 anos.
Mais de 70 pessoas prestigiaram o evento, relembrando e revivendo as emoções de cada ato encenado. Entre elas, estava Iohana Hanani, 32 anos, que participa da Via Sacra desde os seis anos de idade. Na apresentação desse ano, ela teve a honra e o desafio de viver o papel de Maria Madalena. Cada detalhe da personagem foi estudado a fundo, incluindo o figurino, que integra a mostra. “Achei a exposição espetacular! É uma porta para a comunidade conhecer de perto e sentir o que a gente sente”, celebrou.
Quem também prestigiou o evento foi Mauro Lúcio, que viveu o próprio Jesus Cristo durante mais de vinte anos de Via Sacra. “Me sinto muito realizado, como se fosse uma sementinha que foi plantada naquela época e está frutificando agora. A Via Sacra faz parte da vida da gente e é emocionante ver tudo que aconteceu nesses anos todos.”
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Preto Rezende, coordenador-geral do Grupo Via Sacra Ao Vivo explicou que os preparativos para 2023 já começaram. “A gente começa aqui a fazer uma coisa grandiosa, já pensando em levar para o ano que vem, com a comemoração dos 50 anos da Via Sacra!”
Já o subsecretário do Patrimônio Cultural da Secec, Aquiles Brayner, elogiou o trabalho que resultou na exposição, que, segundo ele, foi muito propícia para celebrar o aniversário de Brasília. “Para nós, é um momento muito gratificante ver Brasília sorrindo novamente”, afirmou.
A exposição fica em cartaz até 20 de maio, no Complexo Cultural de Planaltina, equipamento da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec). Gerente do espaço e curador da exibição, Junior Ribeiro conta que “a Via Sacra não é mais só de Planaltina, mas um patrimônio imaterial de todo o Distrito Federal” e, por isso, a mostra que tem tanta importância, permitindo que sua força transcenda a encenação.
*Com informações da Secec-DF