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18/05/2022 às 15:02, atualizado em 08/05/2024 às 09:21
Também é oferecida capacitação em modelagem e criatividade (pintura e artesanato); alunos recebem bolsa mensal de R$ 300 e vale-transporte
A venezuelana Milagros Del Valle Vizcaino, 57 anos, há um ano e cinco meses viajou 2.800 quilômetros da Venezuela para o Brasil em busca de uma vida melhor para sua família, composta por seis filhos. Hoje ela é um dos 400 alunos matriculados na Fábrica Social da Secretaria de Trabalho do Distrito Federal. Milagros, que era costureira em seu país, está em busca de mais qualificação para voltar a trabalhar.
“Estou há quatro meses no curso e gostando muito. Como na Venezuela já trabalhei com costura, fazendo consertos e arrumando roupas, quero ter uma referência, entrar no mercado de trabalho aqui”, explicou a aluna. O centro retomou as atividades no dia 31 de janeiro deste ano, depois de parar no início da pandemia e ter funcionado de forma excepcional.
Os cursos têm duração de um ano. Durante esse período, o aluno recebe uma bolsa mensal de R$ 300 e vale-transporte. De 600 vagas oferecidas para os cursos de corte e costura, modelagem e criatividade (pintura e artesanato), 400 foram ocupadas. A capacitação em corte e costura é composta por sete módulos, que se repetem em duas etapas (básica e avançada). Além das peças produzidas no dia a dia dos cursos, a fábrica trabalha para atender as demandas das secretarias do governo, como a serigrafia de 5 mil camisetas para escolas cívico-militares.
O projeto funciona como uma espécie de fábrica de sonhos, não só para Milagros, mas para muitos dos alunos que passam pelo centro, como é o caso da dona de casa Edna de Abreu Lima, 47 anos. Ela faz curso de costura na Fábrica Social e de cabeleireira em outro local. “Vou abrir um salão e lá posso vender roupas também”, disse Edna. A maioria dos alunos da fábrica são mulheres, de todas as idades.
“A Fábrica Social corrobora com nosso pensamento de modelo de capacitação profissional; qualificar pessoas vulneráveis de acordo com levantamentos apontados pelas pesquisas em cursos que atendam à demanda de mercado”, disse o secretário de Trabalho, Thales Mendes. “Conforme a Pesquisa de Emprego e Desemprego, apresentada mensalmente pela Codeplan, a maior taxa de desemprego é para mulher, negra e moradora em regiões de menor poder aquisitivo. Esse é nosso público-alvo”, complementou.
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O subsecretário de Integração de Ações Sociais, Daniel Reis, quer aperfeiçoar os resultados da fábrica. “Estou buscando formas para que as pessoas consigam sair daqui com emprego. A ideia é buscar formas de fomentar o empreendedorismo nas pessoas que fazem os cursos. Muitas vezes, as pessoas não sabem como fazer para abrir uma empresa, por exemplo”, explicou o subsecretário.
Inserção profissional
A finalidade da Fábrica Social é promover educação profissional de pessoas em situação de vulnerabilidade, inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), e criar oportunidades concretas aos alunos para que consigam ser inseridos no mercado de trabalho e tenham autonomia socioeconômica.