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11/06/2022 às 10:15, atualizado em 10/06/2022 às 18:54
Levantamento da Emater-DF mostra que maioria do público atendido pelo órgão desenvolve atividades agrícolas que respeitam nascentes e áreas de preservação permanente
Mais de 5 mil agricultores atendidos pela Emater no Distrito Federal trabalham com atividades ambientalmente sustentáveis. Quase três mil adotam práticas preservacionistas, pouco mais de mil estão em transição agroecológica, 644 utilizam essas duas ações e 420 são de base agroecológica. De acordo com o Plano Plurianual (PPA) de 2019 da empresa, a meta é aumentar a produção sustentável em 20% até 2023 — objetivo que já foi superado no ano passado.
[Olho texto=”“As práticas sustentáveis, a médio e longo prazo, são bastante satisfatórias, não só do ponto de vista econômico, como também ambiental e social”” assinatura=”Daniel Oliveira, gerente do Escritório Especializado em Agroecologia e Produção Orgânica da Emater” esquerda_direita_centro=”direita”]
Práticas preservacionistas são atividades agrícolas que respeitam a natureza já existente, como nascentes e áreas de preservação permanente. A transição agroecológica inclui atividades de intervenção para preservação ou recuperação do ambiente, como a utilização de barreiras naturais entre as lavouras. A base agroecológica conta com utilização de produtos e práticas naturais para o cultivo, sem a adoção de ações degradantes.
Segundo o gerente do Escritório Especializado em Agroecologia e Produção Orgânica (Esorg) da Emater, Daniel Oliveira, com a alta de preços dos insumos convencionais, a tendência é que os agricultores encontrem soluções alternativas que tragam resultados. “As práticas sustentáveis, a médio e longo prazo, são bastante satisfatórias, não só do ponto de vista econômico, como também ambiental e social”, observa.
[Olho texto=”“Usando apenas a chuva, ainda assim conseguimos bons resultados. Existem vários estudos que provam a viabilidade do sistema agroflorestal”” assinatura=”Gabriel Pereira de Deus, biólogo e produtor rural” esquerda_direita_centro=”esquerda”]
O casal Gabriel Pereira de Deus e Júlia Selau Verdum possui uma chácara de pouco mais de 7 hectares no Núcleo Rural Taquara (região de Planaltina). Frutas, hortaliças, grãos e raízes são cultivados em sistema agroflorestal, com certificação orgânica. “Procuramos manter a propriedade em um sistema parecido ao máximo com o natural, com plantios consorciados”, explica.
Formado em biologia, Gabriel lecionou em escolas da Taquara, Rio Preto e Tabatinga — núcleos rurais na região administrativa de Planaltina. Sua propriedade recebe estudantes de ciências agrárias do Instituto Federal de Brasília (IFB) e da Upis – Faculdades Integradas. “Estamos sempre aprendendo, fazendo experiências novas e estudando bastante para encontrar novas fórmulas sadias de produção de alimentos”, completa.
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Por toda a lavoura, as folhas secas que caem das bananeiras e demais árvores da chácara permanecem no chão. “Dessa forma, elas nutrem o solo, conservando as características naturais. É preciso deixar o solo rico, já que as plantas retiram dele os principais nutrientes para sua sobrevivência”, detalha Gabriel, que conta utilizar pouca irrigação. “Usando apenas a chuva, ainda assim conseguimos bons resultados. Existem vários estudos que provam a viabilidade do sistema agroflorestal”, diz.
Gabriel acredita no futuro da agricultura orgânica. “É um sistema que traz felicidade para todos: produtores, trabalhadores e consumidores. Consigo vender o que cultivo por bons preços e ofereço um alimento de qualidade”. O engenheiro-agrônomo Daniel Oliveira concorda: “De forma geral, a agricultura está indo para esse lado, do equilíbrio, da sustentabilidade, da melhoria da vida no planeta”.
*Com informações da Emater