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11/06/2022 às 14:07, atualizado em 11/06/2022 às 14:21
O DF tem 12 polos de assistência exclusiva para pacientes que precisaram passar por cirurgia e manter um caminho alternativo de comunicação entre determinado órgão do corpo e o meio externo
[Olho texto=”O ambulatório de estomia do Hospital Regional de Ceilândia foi o primeiro a ser criado pela Secretaria de Saúde, em 1996. A unidade atende uma média de 210 pacientes por mês” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”]
Um assalto mudou a vida de Ivanildo Silva em 1993. O homem andava pelas ruas de Taguatinga tarde da noite quando foi abordado por um grupo de seis rapazes. Eles não se contentaram em levar dinheiro e documentos. Espancaram o comerciante. A violência foi tamanha que a bexiga de Ivanildo ficou lacerada. E, depois de uma infecção generalizada, as funções do intestino grosso também ficaram totalmente comprometidas.
“Precisei passar por uma estomia e, há 19 anos, uso bolsa de colostomia”, conta Ivanildo. “Todos os meses, venho ao ambulatório especializado do Hospital Regional de Ceilândia [HRC] para fazer um acompanhamento e receber todo o equipamento necessário: bolsas, protetores de pele, placas de aderência… Uma ajuda essencial para quem depende de tantos materiais para viver com qualidade de vida.”
A estomia, também conhecida por ostomia ou estoma, é uma cirurgia realizada para construir um caminho alternativo de comunicação entre determinado órgão e o meio externo. Pode ser feita tanto para eliminar urina ou fezes, por meio de uma abertura no abdômen, quanto para auxiliar na respiração, com uma passagem feita na traqueia. Doenças inflamatórias, traumas e tumores são algumas das situações que podem ocasionar necessidade desse procedimento.
A rede pública de saúde do Distrito Federal presta assistência integral a aproximadamente 2 mil pessoas ostomizadas. Exames clínicos, distribuição de equipamentos e orientações quanto aos cuidados com o estoma fazem parte da rotina de 12 polos ambulatoriais voltados exclusivamente para o atendimento desse público.
Segundo a diretora de Enfermagem da Secretaria de Saúde (SES), Maria Leonor Costa de Morais, pacientes com estomas intestinais são os que demandam maior atenção – não só fisicamente, como emocionalmente. “Esses pacientes não têm controle sobre fezes ou urina e, por isso, dependem do uso de diversos equipamentos”, explica.
[Olho texto=”Por mês, o Governo do Distrito Federal (GDF) fornece quase 9 mil bolsas coletoras e adjuvantes necessários para o cuidado com o estoma” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”]
São bolsas coletoras, protetores de pele, sistema de irrigação, placas de aderência. “A rede pública tem 25 itens à disposição do paciente, para serem usados de acordo com o caso e a demanda de cada um”, ressalta Maria Leonor. Todo o equipamento necessário é retirado nos ambulatórios exclusivos. Por mês, o Governo do Distrito Federal (GDF) fornece quase 9 mil bolsas coletoras e adjuvantes necessários para o cuidado com o estoma.
Acompanhamento mensal
O ambulatório de estomia do HRC foi o primeiro a ser criado pela Secretaria de Saúde, em 1996. A unidade atende uma média de 210 pacientes por mês. “O acolhimento começa com a escolha da bolsa coletora – temos 13 modelos diferentes”, detalha o enfermeiro Ronivaldo Pinto. “Também passamos orientações diversas – os ostomizados são considerados deficientes físicos e têm direito a acesso preferencial em filas e transporte gratuito, entre outros benefícios”.
A técnica em enfermagem Paloma Maria Martins, 28 anos, passou por uma ostomia há dois anos. “Tive uma perfuração no intestino por conta de uma doença autoimune”, comenta a paciente do HRC. “Foi desesperador saber que dependeria de uma bolsa coletora. Mas, passado o choque inicial, percebi que posso ter uma rotina com muita qualidade de vida”.
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Uma vez por mês, Paloma visita o ambulatório de estomia do HRC. Passa por exame clínico e leva para casa dez bolsas coletoras, juntamente com os acessórios necessários para o uso do equipamento. “Eu me sinto muito bem-assistida”, comemora. “Não consigo imaginar o que faria se não tivesse esse tipo de apoio”.