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06/07/2022 às 15:28
A partir desta quarta (6), abrigo está preparado para receber, em Ceilândia, mulheres vítimas de violência doméstica e familiar a qualquer hora do dia
O abrigo temporário da Casa da Mulher Brasileira (CMB) abriu suas portas em Ceilândia. A partir desta quarta-feira (6), o alojamento de passagem vai receber, a qualquer hora do dia, mulheres em situação de violência doméstica acompanhadas ou não de filhas (sem limite de idade) e filhos (até 12 anos). O espaço oferece amparo para as vítimas por até 48 horas, tempo necessário para que sejam tomadas as devidas providências sobre o caso.
“Este é um equipamento de alta complexidade, que oferece segurança e atendimento multidisciplinar para mulheres em risco”, resume a secretária da Mulher, Vandercy Camargos. “São pessoas que merecem um acolhimento especial, que tiveram a coragem de sair de uma situação de violência e procurar apoio.”
O encaminhamento das vítimas é realizado pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) ou pela equipe de acolhimento e triagem da Casa da Mulher Brasileira. O alojamento temporário recebe, prioritariamente, mulheres em risco iminente de morte ou cujo agressor tenha descumprido medida protetiva de urgência.
Logo que chegam ao abrigo, a mulher e seus dependentes recebem alimentação e um kit de higiene pessoal. As mães de bebês também ganham fraldas. O espaço conta com 14 camas, cozinha, sala de tevê, banheiros e brinquedoteca para as crianças. “A ideia é permitir que a mulher tenha as suas necessidades básicas atendidas, com comida, um bom banho e uma cama confortável para dormir”, aponta Vandercy.
[Olho texto=”“A Casa da Mulher Brasileira é um instrumento que traz uma integração entre vários poderes diferentes. Tudo para que a mulher possa, a partir de toda essa gestão, retomar uma vida livre de qualquer forma de violência”” assinatura=”Luciana Rocha, coordenadora do Núcleo Judiciário da Mulher do TJDF” esquerda_direita_centro=”direita”]
As vítimas podem permanecer no alojamento por até dois dias – após o prazo, elas são conduzidas à própria residência, para a casa de parentes ou para outro serviço de acolhimento, como a Casa Abrigo. Caberá ao serviço de apoio psicossocial da CMB e à Deam a elaboração, juntamente com a mulher, de um plano de segurança pessoal.
Coordenadora do Núcleo Judiciário da Mulher do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDF), a juíza Luciana Rocha ressalta que, nessas 48 horas, é importante adotar medidas de gestão eficazes. “Nesse período, a vítima fica em segurança enquanto aguarda medidas protetivas cabíveis, como uma eventual análise sobre a prisão do autor da violência ou um encaminhamento socioassistencial”, explica.
Durante a estada no abrigo, a mulher acolhida poderá ser direcionada aos demais serviços oferecidos pela CMB, como atendimentos de apoio psicossocial ou ações voltadas à autonomia econômica. “A Casa da Mulher Brasileira é um instrumento que traz uma integração entre vários poderes diferentes”, ressalta a juíza. “Tudo para que a mulher possa, a partir de toda essa gestão, retomar uma vida livre de qualquer forma de violência”.