O reencontro de Planaltina com seu berço histórico por meio do registro de diversos locais que estão na memória da cidade mais antiga do Distrito Federal. Essa é a ‘pegada’ da exposição Patrimônio Cultural de Planaltina, montada no campus da Universidade de Brasília (UnB) na cidade. Promovida pela Associação dos Amigos do Centro Histórico de Planaltina, a mostra já está em cartaz e tem recursos do Fundo de Apoio à Cultura do DF (FAC) no valor de R$ 80 mil.
A exposição Patrimônio Cultural de Planaltina está em cartaz no campus da Universidade de Brasília na cidade | Fotos: Joel Rodrigues/Agência Brasília
As fotos são da brasiliense Joana França. E registram patrimônios conhecidos da cidade, como a igrejinha de São Sebastião, erguida em 1811, e até hoje preservada. Além da Pedra Fundamental, a Casa do Artesão (antiga Cadeia Velha) e outros locais. Há espaço também para patrimônios imateriais, como a famosa Via Sacra, no Morro da Capelinha, e a Folia do Divino; e naturais como a Estação Ecológica de Águas Emendadas.
Um catálogo que também reúne todas essas preciosidades já está sendo distribuído em escolas e para curiosos e está disponível na versão online (veja abaixo). Nascida em Planaltina e cria da UnB, a cientista natural Karen Afonso, 23 anos, gostou da proposta. “Achei incrível. Nossa cidade tem muita história para contar e vemos que muita gente daqui nunca foi ao Morro da Capelinha, não conhece as igrejas”, pontua a moça. “E Planaltina tem uma diversidade enorme, até mesmo religiosa. Um exemplo é o Vale do Amanhecer”, destaca.
Uma história anterior à Brasília
Historiador do Arquivo Público do DF (ArPDF), Elias Manoel da Silva contribuiu com um dos textos do catálogo da exposição, rememorando o centro histórico da cidade. Para ele, é fundamental conhecer a história do Distrito Federal muito antes do nascimento de Brasília. “Há uma narrativa cultural anterior a Brasília que deve ser guardada, preservada. São outros espaços tão significativos quanto os que compõem a arquitetura moderna da cidade”, opina.
Simone Macedo, coordenadora da exposição, diz: “As fotografias e os textos são uma forma de proteger, registrar o nosso patrimônio e evitar que ele seja devastado”
Moradora há 30 anos de Planaltina, a educadora Simone Macedo é membro da associação e coordenadora da exposição. Ela, que é uma fiel defensora do patrimônio histórico da cidade e de suas histórias, lembra que a mostra passa pela educação patrimonial. “As fotografias e os textos são uma forma de proteger, registrar o nosso patrimônio e evitar que ele seja devastado”, explica.
Segundo Simone, cerca de mil livretos já foram distribuídos para colégios locais, com a ajuda da Coordenação Regional de Ensino. “Vamos fazer chegar esse material às escolas de todo o DF e depois até as autoridades”, adianta.
E acrescenta que a exposição é uma forma dos planaltinenses resgatarem sua história. “Planaltina tem suas edificações coloniais, seus casarões, por exemplo. A mostra é uma forma da população ir ao encontro de sua verdadeira história”, finaliza.
Serviço:
Exposição Patrimônio Cultural de Planaltina
Local: Campus da Universidade de Brasília em Planaltina
Visitação: Diariamente, das 8h às 20h
Classificação indicativa: Livre para todos os públicos
A mostra virtual e o catálogo Patrimônio Cultural de Planaltina também estão disponíveis na internet.
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