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04/10/2022 às 16:22, atualizado em 10/10/2022 às 14:54
Estoque é suficiente para atender a demanda da rede pública de saúde e ainda conta com excedente destinado aos hospitais particulares em déficit de leite
Brasília, 5 de setembro de 2022 – A campanha Agosto Dourado, voltada para ressaltar a importância da amamentação, foi encerrada com saldo positivo no Distrito Federal. A média mensal de doação do leite humano subiu para 1.516 litros, um aumento de 6,4%. Até maio de 2022, o volume das coletas estava na ordem dos 1.425 litros. O crescimento garante a autossuficiência do estoque na capital federal – a única do país a alcançar o feito.
Durante todo o mês, a campanha coloriu de dourado maternidades e unidades básicas de saúde do DF. Para além da decoração especial, foram organizados treinamentos de funcionários, reuniões com mães e cursos de gestantes voltados para o incentivo ao aleitamento materno.
Segundo a coordenadora de Políticas de Aleitamento Materno da Secretaria de Saúde, Miriam Santos, as ações de divulgação são fundamentais para chamar a atenção das mulheres. “Todos os dias nasce uma nova mãe. E, com ela, uma potencial doadora”, afirma a neonatologista. “Qualquer doação é bem-vinda. É preciso ter consciência de que um único pote de leite pode alimentar até dez bebês por uma semana.”
O DF tem como meta chegar a 2 mil litros de leite humano doados por mês. Para isso, conta com a ajuda do Corpo de Bombeiros (CBMDF) na coleta do alimento em todo DF e Entorno. São 22 bombeiros que recolhem as doações de segunda a sexta-feira, de acordo com agenda determinada pela Secretaria de Saúde.
Como doar
As mães que desejam doar só precisam ligar para telefone 160, opção 4, ou realizar o cadastro pelo site Amamenta Brasília. A equipe do banco de leite mais próximo entrará em contato para marcar uma visita do CBMDF. Os bombeiros levam até a casa da doadora um kit completo, contendo máscara, touca e potes esterilizados.
Assim que for coletado, o alimento deve ser armazenado no congelador. A mãe não precisa se preocupar em encher cada pote de uma só vez. É só completar o frasco que está no congelador com a ajuda de um copo de vidro esterilizado, conforme o leite for retirado. A doação precisa chegar a um banco de leite para ser pasteurizada em até 15 dias.
A subtenente Agda Gomes, bombeira do Grupamento de Proteção Civil, atua na coleta de leite há 18 anos. Das 8h às 13h, percorre lares de Taguatinga, Águas Claras e Vicente Pires para recolher potes cheios do precioso alimento. É a rotina diária que nunca deixa de emocionar. “Eu não busco leite nas casas dessas mães, busco vida”, comenta. “Cuido de cada um desses frascos com o maior cuidado.”
Quem está na outra ponta do elo só tem a agradecer. Mãe da pequena Maria Alice, a dona de casa Thalia Silva Ferreira depende do leite doado para alimentar a filha. A menininha está internada na unidade de terapia intensiva do Hospital Regional de Taguatinga (HRT) desde junho, quando nasceu de forma prematura com 28 semanas de gestação.
“Minha filha passou por períodos de dieta zero. Primeiro porque não conseguia digerir o leite. Depois, porque precisou passar por uma cirurgia no coração”, explica. “Por mais que procurasse estimular a produção, meu leite acabou secando por um tempo. Então, Maria Alice depende inteiramente do banco de leite do hospital. Minha gratidão a essas mães doadoras é imensa”, diz.