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04/10/2022 às 17:54, atualizado em 11/10/2022 às 08:02
Mais de 200 alunos assistiram a palestra nesta segunda-feira (26) e tiraram dúvidas; temas abordados pela PM são escolhidos pelas próprias escolas
Brasília, 26 de setembro de 2022 – Mais de 200 alunos, entre brancos, pretos e pardos, com gostos, idades e até nacionalidades diferentes, incluindo 15 estudantes especiais, iniciaram a semana com uma palestra realizada pelo sargento Marcos Ferreira, do Batalhão Escolar, sobre bullying (prática sistemática de violência psicológica e física) e cyberbullying (violência pela internet), no Centro de Ensino Fundamental Metropolitana, no Núcleo Bandeirante. Durante uma hora, o policial utilizou sua experiência profissional, vivência pessoal e casos clássicos de bullying retratados no cinema, para abordar o assunto.
O palestrante iniciou sua fala apoiado nos casos vivenciados pelo ator norte-americano Chris Rock, no seriado autobiográfico Todos Odeiam o Chris, no qual o personagem principal sofre bullying por sua raça e condição social. Ele também utilizou como exemplo os diversos casos de humilhação e assédio ocorridos em outra série norte-americana, Os Simpsons.
Frases como “toda aquela violência sofrida pelo personagem poderia ter terminado em tragédia”; “os seguidores de um praticante de assédio também são responsáveis pela violência”; “os espectadores têm responsabilidade, assim como quem pratica a violência, por não fazerem nada” foram algumas das advertências do PM sobre as consequências do bullying.
O sargento Marcos Ferreira acredita que a convivência em sociedade, em geral, e também entre adolescentes nas escolas no período pós-pandemia, não é fácil. Segundo ele, os casos de violência têm acontecido com mais frequência.
“Nós tivemos algumas solicitações para fazer palestras em escolas devido ao aumento da violência escolar, crianças entrando armadas com facas, por exemplo. No pós-pandemia, as crianças retornam às escolas muito intensas, ansiosas. Estamos fazendo esse trabalho nas escolas, tratando de bullying, cyberbullying e violência escolar, como também fazendo palestra sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e prevenção às drogas, por exemplo”, explicou o sargento.
De acordo com o palestrante, o retorno dado pela direção das escolas têm sido positivo. “É muito importante ainda o trabalho feito com os estudantes após as palestras, a discussão dos temas tratados”, avaliou o sargento Marcos Ferreira.
O ganês Benedict Nyansah Aboagyep, de 14 anos, do nono ano do CEF Metropolitana, acompanhou a palestra, atento. Há um ano ele e sua família emigraram para o Brasil. O estudante disse que não sofreu bullying na escola, nem pela dificuldade com a língua. “Essa palestra é importante para todos. Minha adaptação tem sido muito boa”, disse ele.
Outra que considera a palestra de grande importância para os estudantes de sua escola é Maria Eduarda dos Reis, também de 14 anos e do nono ano. A estudante ressaltou o trecho da palestra sobre a importância de não só punir o praticante da agressão, mas buscar a motivação do comportamento agressivo.
“Foram muitas informações sobre como o bullying é praticado. Às vezes pensamos que ele é mau porque é mau, mas existe uma história, que pode ser de alguma dificuldade”, disse. A estudante afirmou que algumas vezes, quando era mais nova, presenciou bullying sem saber o que significava.
A pedagoga da instituição, Fabiana Freitas, destacou que a prática das palestras existe no Centro de Ensino Fundamental Metropolitana há cerca de sete anos, para tratar de diversos assuntos, e que os resultados são sempre positivos. “As palestras geram discussões e reflexões sobre as questões abordadas”, destacou. O coordenador do ciclo de palestra do Batalhão Escolar, tenente Flávio Gomes, destacou que os temas abordados pela PM são escolhidos pelas próprias escolas, de acordo com a necessidade.
“Estamos passando por um processo de retorno ao normal, que acontecerá com o tempo”, destacou. Quando terminou a palestra, o sargento Marcos Ferreira prometeu aos alunos voltar para falar sobre prevenção às drogas.