04/10/2022 às 12:38, atualizado em 04/10/2022 às 15:25

Gestores de transplante de órgãos passam por formação no DF

Curso de pós-graduação coordenado pela Fepecs atrai profissionais da área de todo o país

Por Rafael Secunho, da Agência Brasília | Edição: Chico Neto


Brasília, 10 de agosto de 2022
– O Distrito Federal está se tornando um polo nacional de gestores de transplantes de órgãos e tecidos. Em uma iniciativa pioneira no país, a Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde (Fepecs), da Secretaria de Saúde (SES), ministra um curso de pós-graduação lato sensu em transplantes, cuja primeira turma – com 37 alunos – se forma em três meses.

Integrante da primeira turma do curso, Danielly Beatrice (abaixo, à direita), servidora da Saúde do Mato Grosso, afirma: “Esse know how recebido aqui em Brasília foi muito positivo” | Foto: Divulgação

Em parceria com a Escola Superior de Ciências da Saúde (Escs), a Fepecs traz conhecimentos da área para profissionais da saúde de todo o Brasil, em aulas online e visitas técnicas em instituições médicas da capital. São treinados aprendizes como a enfermeira Danielly Beatrice, servidora da Saúde do Mato Grosso, onde ainda não são feitos transplantes. Ela passou uma semana em Brasília para as visitas presenciais. 

[Olho texto=” “O foco da pós-graduação é instruir como se pode gerir estrategicamente o transplante e como aumentar os números nos estados” ” assinatura=”Anderson Galante, coordenador do curso” esquerda_direita_centro=”direita”]

“O curso superou minhas expectativas”, afirma Danielly. “Quando se fala em algo tão complexo como o transplante, é necessário ter pessoas muito bem-qualificadas à frente desse processo. E esse know how recebido aqui em Brasília foi muito positivo.”

O biomédico Anderson de Brito, gerente da Central de Transplantes do Pará – estado da região Norte que, segundo ele, é o mais avançado em transplantes de córnea, rins e medula óssea – também procurava por um aprendizado diferenciado.

“As especializações oferecidas no país são voltadas para o lado assistencial, sobre como executar o transplante”, conta. “Esse curso tem como focos a gestão, como gerenciar a doação, a captação e o transplante de maneira eficaz.”

O curso

A especialização tem a duração de um ano e, segundo o coordenador do curso, Anderson Galante, servidor da Central de Transplantes do DF, há a expectativa de mais uma turma em 2023. O processo seletivo é feito por meio de edital, lançado pela Fepecs.

“Nossa ideia foi justamente lançar a proposta de um curso de pós-graduação que forme e instrumentalize gestores estaduais e de outras instituições públicas para a utilização de ferramentas profissionais de gestão, algo que não existia em Brasília e no Brasil”, observa Galante.

“Aqui não se vai ensinar a técnica de captação de um órgão ou tecido, sobre como embalá-los, como providenciar a logística”, lembra. “O foco da pós-graduação é instruir como se pode gerir estrategicamente o transplante e como aumentar os números nos estados.”

Números no Distrito Federal

De janeiro a junho deste ano, segundo dados do Portal InfoSaúde-DF, foram realizados 393 transplantes no DF. O de córnea é o que aparece em maior número, com 174 procedimentos. Além da rede privada, unidades da rede pública de saúde, como o Hospital de Base e o Hospital Universitário de Brasília (HUB), também efetuam transplantes. Conveniado da SES, o Hospital da Criança José Alencar, inclusive, faz procedimentos de medula óssea.

Gestores de transplantes de órgãos passam por formação no DF