04/10/2022 às 16:21, atualizado em 09/05/2024 às 09:32

Mesmo sem chuvas, trabalho contra a dengue é intenso no DF

Equipes da Vigilância Ambiental fazem diariamente vistorias de orientação e combate ao Aedes aegypti nas regiões administrativas

Por Rafael Secunho, da Agência Brasília | Edição: Claudio Fernandes


Brasília, 5 de setembro de 2022 – 
Ainda não é tempo de chuvas no Distrito Federal, mas o trabalho preventivo contra a dengue segue intenso na capital. Afinal, foram registrados 63,8 mil casos prováveis da doença entre janeiro e agosto de 2022, segundo levantamento da Secretaria de Saúde. Equipes da Vigilância Ambiental seguem diariamente as vistorias de orientação e combate ao mosquito Aedes aegypti nas regiões administrativas (RAs).

Nesta segunda-feira (5), a QE 26 do Guará II foi a quadra visitada pelos agentes da Vigilância Ambiental | Fotos: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília

Os vasos de plantas e tonéis de plástico – potenciais criadouros do mosquito – são focos muito observados pelos agentes nesta época. Nesta segunda-feira (5), a QE 26 do Guará II foi a quadra visitada por eles naquela RA. A residência de Giuliane Feitosa, 35 anos, onde a moça mora com os pais, foi uma das vistoriadas. Uma dúzia de vasos de plantas cultivados pela mãe foram observados, além da calha que passa rente ao telhado da casa.

 

A nutricionista Giuliane Feitosa, 35 anos, teve os vasos de plantas de sua casa vistoriados, além da calha que passa rente ao telhado

De acordo com os fiscais, tudo ok ali. Para a nutricionista Giuliane, o trabalho dos agentes é imprescindível. “Essa visita frequente deles serve para lembrar a população sobre os cuidados e não deve parar”, sugere. “Aqui em casa, sempre olhamos as plantas, se há acúmulo de água nos pratinhos, se tem terra suficiente. E a calha foi lavada há dois meses”, conta ela.

Maria da Graça Costa e Silva, 70, e o marido, Jesulino, 76: a dona de casa teve dengue duas vezes e não quer se descuidar

A casa de Maria da Graça Costa e Silva, 70, também estava na rota. Ali, ela mora com o marido, Jesulino, 76, dois filhos e noras. Segundo a dona de casa, eles costumam armazenar água em dois tonéis para auxiliar na limpeza do lar. Como um recipiente esteve aberto por alguns dias, o agente de vigilância depositou uma pastilha na água, método usado para evitar a proliferação das larvas do vetor.

Infectada duas vezes

“A gente sempre toma os cuidados, mas esse (tonel) acabou uns dias destampado. Agora, nenhuma das plantas tem pratinho embaixo. Eu costumo molhá-las e a água vai embora”, explica Graça. Para quem já teve dengue duas vezes, ela diz que a atenção ao mosquito não pode parar. “É muita dor que a gente sente, parece que ‘passou um trator’ no meu corpo. É dor de cabeça , mal estar. Mas, as duas vezes peguei a dengue em Taguatinga, onde visito minha irmã”, conta a senhora.

Dez minutos para os cuidados em casa

A chefe do núcleo de Vigilância Ambiental da região, Herica Marques, alerta que a população precisa fazer sua parte na guerra contra o mosquito

O Guará, por sinal, registrou até agosto 1.877 casos prováveis, segundo o boletim epidemiológico da Secretaria de Saúde. De acordo com a chefe do núcleo de Vigilância Ambiental da região, Herica Marques, a população precisa fazer sua parte na guerra contra o mosquito. “A gente nota um ‘relaxamento’ nessa fase do ano. E o cidadão não pode descuidar”, alerta. “Dez minutos que ele tira por semana para olhar seu quintal, verificar os recipientes, já fazem a diferença”, acrescenta Herica.

Já o diretor de Vigilância Ambiental em Saúde, Jadir Costa Filho, reforça o diferencial do trabalho na época de estiagem. “As vistorias não param, mesmo antes da chegada das chuvas. Ao eliminar a água de pequenos recipientes, remover pneus ou identificar fontes ornamentais nas residências, estamos acabando com potenciais criadouros do mosquito quando vier a chover”, conclui.

Mesmo sem chuvas, trabalho contra a dengue é intenso no DF