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04/10/2022 às 13:13
GDF mantém plano de contingência para controlar contágio com atendimento primário e laboratório próprio de diagnóstico da doença
Brasília, 15 de agosto de 2022 – A monkeypox é uma infecção sexualmente transmissível (IST)? Errado. O vírus que fez com o que o Ministério da Saúde determinasse nível máximo de alerta emergencial é transmitido pela saliva, pelo contato com as feridas causadas pela doença ou pelo compartilhamento de objetos, como roupas de cama ou toalhas.
A monkeypox tem como grupo de risco homens adultos? Errado. Tanto no Brasil quanto em outros países do mundo, há registros também de mulheres e crianças com a varíola e não há grupos populacionais mais ou menos propensos a se contaminar pelo vírus.
Mitos e verdades sobre a doença têm confundido a população quanto às formas de contágio, tratamento e prevenções. Com o objetivo de concentrar esforços no enfrentamento ao vírus que, em 12 de agosto, já chegava a 106 casos em Brasília, o Governo do Distrito Federal (GDF), por meio da Secretaria de Saúde, criou o Comitê Operacional de Emergência Monkeypox.
O grupo tem estabelecido um plano de ação com atendimento em todos os níveis de atenção, desde a primária, nas unidades básicas de saúde (UBSs) e até nas unidades de pronto atendimento (UPAs), ou em casos de internação, nos três hospitais referências para esse tipo de tratamento: Hospital Regional da Asa Norte (Hran), Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib) e Hospital de Base.
Pessoas com suspeita de infecção devem procurar atendimento com as lesões cobertas, se for o caso, e usando máscara. Elas são encaminhadas para exame e o material de coleta, enviado para análise no Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), aqui mesmo em Brasília. O GDF comprou insumos e sondas para que as análises não precisassem mais ir para o Rio de Janeiro. O tempo médio para o resultado é de até 48 horas após a entrada do material para análise.
“Isso facilita o manejo clínico, dá mais agilidade no diagnóstico e no controle da doença”, explica o diretor de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde, Fabiano Martins. De acordo com ele, não há chance de falso positivo. “Se o resultado deu positivo, não tem possibilidade de estar errado.”
Nada a ver com macacos
A Fiocruz recomenda o uso do termo monkeypox para diminuir o estigma que pode causar e a associação com o contágio por contato com macacos. Primatologistas se referem à doença como nova varíola, para deixar claro que nada tem a ver com animais.
Embora a contaminação seja pelo contato físico, por meio de objetos contaminados ou por meio de gotículas da saliva, a monkeypox tem um curso de evolução clínica considerado benigno. Isso significa que o potencial de transmissão e, consequentemente, de letalidade, é menor do que o da covid-19.
[Olho texto=”“Os sintomas variam em cada organismo”” assinatura=”Fábio Martins, médico infectologista” esquerda_direita_centro=”esquerda”]
Gestantes, menores de 8 anos de idade e imunocomprometidos – transplantados, soropositivos e portadores de doenças autoimunes como lúpus – devem ter cuidado com a contaminação.
Fazer autoanálise do corpo para ver se existe alguma lesão é um dos cuidados importantes para o diagnóstico precoce da doença. Febre, dor de cabeça, fraqueza generalizada e o surgimento de lesões pelo corpo a partir do quarto ou quinto dia de contágio e ínguas no pescoço são alguns dos sintomas.
O tratamento é sintomático, variando de acordo com o que cada paciente estiver sentindo, e o número de lesões pode ir de apenas uma a 300, começando pela face. “Os sintomas variam em cada organismo”, garante o médico infectologista Fábio Martins. De acordo com a literatura médica, o período de isolamento para que o paciente não infecte ninguém é de no mínimo 16 dias e no máximo 24, segundo cada tratamento.