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04/10/2022 às 16:53, atualizado em 10/10/2022 às 14:59
Aquisição de produtos da agricultura familiar para alimentação escolar é fundamental para renda dos agricultores. Os contratos beneficiam aproximadamente 700 pequenos produtores no DF e Entorno
Brasília, 13 de setembro de 2022 – Este é o sétimo ano em que o produtor rural Anaildo Porfirio da Silva, 42 anos, fornece itens colhidos em sua chácara no Assentamento Chapadinha, no Lago Oeste, para a alimentação dos mais de 450 mil estudantes da rede pública do Distrito Federal. Do terreno dele saem morango, batata doce, cenoura, beterraba, couve manteiga e repolho colhidos em direção a 27 escolas da regional de ensino do Guará.
“Já tem sete anos que estou no PAE/DF [Programa de Alimentação Escolar]. Entrei por meio da associação do assentamento, Astraf [Associação dos Trabalhadores Rurais da Agricultura Familiar do Chapadinha]. Todos os anos apresentamos uma proposta e estamos indo para o sétimo ano fornecendo os produtos para a alimentação escolar”, explica o homem, que toca a produção com o auxílio do pai e dos dois filhos.
Mesmo após tanto tempo no projeto, o produtor ainda se diz feliz de poder oferecer um produto de qualidade aos estudantes do DF, já que a produção da agricultura familiar é livre de agrotóxicos e respeita a sazonalidade de frutas, verduras e hortaliças. “É muito gratificante ter um produto de qualidade. Estamos pensando não só na gente, mas também na alimentação saudável dos alunos”, completa.
O produtor define o programa como primordial para a manutenção e o crescimento da agricultura familiar. “É um projeto fundamental e que realmente ajuda o pequeno produtor a conseguir prosperar. Com esse investimento, podemos melhorar a irrigação, comprar mais adubo, conseguir aumentar a área de produção”, define. No caso da chácara de Anaildo, quando ele chegou ao local há 17 anos, o espaço tinha apenas um hectare, agora já são 10 hectares. “Quando comecei era uma área pequena, com esses incentivos, pude crescer.”
Outro ponto positivo para Anaildo é o fato de que as associações e cooperativas são responsáveis pela distribuição, o que permite que pequenos produtores possam comercializar sem ter o custo do transporte. “É uma garantia que o agricultor tem de rendimento sem que ele precise se deslocar”, classifica. Atualmente, a Astraf utiliza dois caminhões e uma patrulha mecanizada cedidas pelo Governo do Distrito Federal (GDF).
Auxílio
A Secretaria de Agricultura (Seagri) e a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF) colaboram com os produtores rurais em todo o processo ligado ao programa. “Ajudamos tanto o agricultor a produzir, quanto auxiliamos na criação das organizações, porque o PAE compra diretamente da cooperativa ou associação”, explica o gerente de comercialização e organização da Emater, Blainton Carvalho da Silva.
Entre as ações estão a reunião com lideranças rurais após a publicação do edital de chamada público do Programa de Alimentação Escolar do Distrito Federal com o objetivo de informar sobre as regras para o projeto e orientar sobre o planejamento. “Outro papel que fazemos é ajudar o próprio estado a organizar a aquisição, auxiliando na elaboração do chamamento, apontando dificuldades e facilidades e explicando o tipo de produto que temos no DF”, ressalta.
Segundo Blainton, o PAE permite avanços para a capital federal. “Do ponto de vista do alimento, é uma garantia de uma alimentação segura para o aluno. Do ponto de vista financeiro, estamos colocando dinheiro na ponta. Como o agricultor familiar vive e gasta aqui, é uma garantia que o dinheiro investido pelo governo vai ficar aqui e para o produtor é a garantia de recebimento, porque há muito calote no mercado”, afirma.
O GDF investe R$ 23 milhões em produtos da agricultura familiar para alimentação escolar. Os contratos beneficiam aproximadamente 700 pequenos produtores no DF e Entorno.