11/10/2022 às 20:17, atualizado em 13/10/2022 às 13:55

DF registra deflação de 0,26% em setembro

Resultado foi influenciado pelo grupo de transportes, cuja variação de -2,29% está atrelada, majoritariamente, à redução da alíquota de ICMS incidente sobre combustíveis

Por Agência Brasília* | Edição: Claudio Fernandes

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do Distrito Federal apontou queda de 0,26% em setembro, de acordo com análise do Instituto de Pesquisa e Estatística do DF (IPEDF) sobre os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A variação nos preços praticados na capital federal foi a oitava menor entre as 16 regiões pesquisadas e está abaixo daquela observada para o país (-0,29%).

[Olho texto=”“A política de redução do ICMS sobre os combustíveis, associada a uma queda na cotação do barril do petróleo no mercado internacional, tem mostrado efeitos duradouros sobre o preço da gasolina, fazendo com que ele caísse quase 7,87% em setembro de 2022, contribuindo ativamente para a deflação registrada no mês”” assinatura=”Luiz Augusto Ferreira Magalhães, pesquisador da Diretoria de Estudos e Pesquisas Socioeconômicas do IPEDF” esquerda_direita_centro=”direita”]

A pressão inflacionária foi puxada pelo grupo de transportes, cuja variação de -2,29% foi responsável por retirar 0,53 ponto percentual (p.p.) do índice geral. Esse comportamento esteve ainda atrelado, majoritariamente, à redução da alíquota de ICMS incidente sobre combustíveis, de 27% para 18%, na capital federal no mês anterior. Isso fez com que o preço médio praticado para a gasolina registrasse uma queda de 7,87% em setembro, o que diminuiu em 0,56 p.p. o índice geral do mês.

O pesquisador Luiz Augusto Ferreira Magalhães, da Diretoria de Estudos e Pesquisas Socioeconômicas do IPEDF, analisa o resultado do IPCA e do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) no DF: “A política de redução do ICMS sobre os combustíveis, associada a uma queda na cotação do barril do petróleo no mercado internacional, tem mostrado efeitos duradouros sobre o preço da gasolina, fazendo com que ele caísse quase 7,87% em setembro de 2022, contribuindo ativamente para a deflação registrada no mês.”

Luiz Augusto, no entanto, recomenda parcimônia ao analisar essas informações, “dado que as instabilidades provocadas pela guerra entre Rússia e Ucrânia podem causar variações inesperadas no preço internacional do barril de petróleo”. “Nos resta esperar que essa contração no preço dos combustíveis continue sendo repassada para os outros produtos e serviços de forma que o brasiliense não sofra perdas de poder de compra tão intensos como os vistos no início de 2022”, complementa o pesquisador.

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O resultado só não foi mais animador para o brasiliense porque o grupo de despesas pessoais, influenciado, entre outros fatores, pela recreação (1,82% e 0,07 p.p.), teve uma alta de 1,19% que acrescentou 0,15 p.p. ao IPCA de setembro.

IPCA por faixa de renda

A forma como os diferentes estratos sociais são afetados pela inflação também é evidenciada pelo IPCA por faixa de renda calculado pelo IPEDF para o Distrito Federal. Esse indicador revela que os 25% mais ricos da capital do país perceberam uma deflação de 0,08% em setembro e os 25% mais pobres tiveram variação de -0,25%. A diferença de impacto se deve justamente à diferença de pesos que produtos como alimentos e transportes possuem na cesta de consumo dessas famílias.

INPC

Considerando a inflação mensurada pelo INPC, que, diferentemente do IPCA (40 salários mínimos), mensura os preços de famílias com renda de um a cinco salários mínimos, a contração de preços foi de -0,34% no DF. Entre as regiões pesquisadas pelo IBGE, o índice foi a oitava menor deflação e muito próximo ao da média nacional (-0,32%).

*Com informações do IPEDF