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11/10/2022 às 14:01
O objetivo da atividade, realizada pela Secretaria do Meio Ambiente com o apoio do Projeto CITinova, foi debater ações para evitar a degradação de áreas de proteção permanente (APPs), de recarga e nascentes
Produtores rurais que atuam na região das bacias hidrográficas do Paranoá e do Descoberto participaram de oficinas de mobilização social, promovidas pela Secretaria do Meio Ambiente (Sema), por meio do projeto CITinova, no âmbito do projeto-piloto de recuperação de vegetação degradada em áreas de proteção permanente (APPs), de recarga e nascentes. As atividades terminaram no domingo (9) e reuniram 25 dos 61 beneficiários.
Mediada por representantes da empresa contratada para a implantação do projeto-piloto, Equilíbrio Ambiental, e por técnicos da Sema, a oficina teve por objetivo debater as ações de reposição de mudas, as lições aprendidas e a manutenção de ações após o encerramento do projeto.
[Olho texto=” “O envolvimento dos produtores beneficiários é essencial para a sustentabilidade futura dessas áreas, considerando o compromisso com a continuidade das ações de proteção”” assinatura=”Nazaré Soares, coordenadora executiva do projeto CITinova” esquerda_direita_centro=”direita”]
Os mediadores também sanaram dúvidas dos produtores e agendaram as datas do próximo plantio de reposição das mudas que pereceram na estação seca. Depois desse momento, o cuidado com a plantação será de responsabilidade dos proprietários, a partir das técnicas aprendidas.
Segundo a coordenadora executiva do projeto CITinova, Nazaré Soares, a etapa de reposição das mudas é importante para garantir que a área seja efetivamente recuperada. “O envolvimento dos produtores beneficiários é essencial para a sustentabilidade futura dessas áreas, considerando o compromisso com a continuidade das ações de proteção”, ressaltou ela.
As propriedades rurais beneficiadas foram selecionadas pela Sema/CITinova após um mapeamento das áreas ambientalmente mais degradadas das duas bacias hidrográficas que abastecem a população do DF. A principal prática de recomposição vegetal adotada foi o plantio de 70 mil mudas de árvores nativas do cerrado em uma área total de 82 hectares, contemplando 61 proprietários.
As oficinas ocorreram quarta-feira (5) e sábado (8) na Bacia do Paranoá e no domingo (9), na Bacia do Descoberto.
O produtor rural Rafael dos Reis Bastos, da coordenação do Centro de Educação Popular e Agroecologia Gabriela de Monteiro na Bacia do Descoberto, afirmou que o projeto CITinova/Sema foi muito importante para as famílias que estão comprometidas com a produção agroecológica de alimentos. “A nossa ideia é dar continuidade ao projeto, porque sofremos muito impacto com as queimadas criminosas recentes. Queremos restaurar a fauna juntamente com a flora do cerrado, até chegar no plantio de água”, disse.
[Olho texto=””Esse projeto foi muito importante porque na minha chácara tem algumas nascentes que estavam degradadas e não sabíamos como recuperá-las. Com as instruções dos técnicos do projeto, isso foi possível”” assinatura=”Nadson Sato, produtor rural do Riacho Fundo” esquerda_direita_centro=”esquerda”]
A expressão “plantar águas” se refere a estratégias para recuperar os cursos d’água e as nascentes por meio de revegetação e proteção.
“O principal desafio relatado pelos produtores foi o problema com o fogo que, vindo de propriedades vizinhas, acarretou perda de plantios. Porém, foi muito bom ver como eles organizaram brigadas de incêndio, fizeram aceiros e articularam uma rede de monitoramento e combate ao fogo”, relatou a técnica do projeto Andréa Carestiato.
Os métodos de plantio e manejo foram bem-recebidos e assimilados pelos produtores rurais. “No caso da técnica de nucleação, que planta várias espécies de árvores com poleiros e galharias para as aves, cria-se uma relação ecológica que favorece a biodiversidade”, explicou Andrea.
Um dos objetivos do projeto-piloto é usar os beneficiários como exemplos para outros agricultores vizinhos. “São duas bacias muito importantes para o abastecimento do DF. Vocês estão na ponta de toda a cadeia de proteção ambiental e estão realmente prestando o serviço de plantar a água que muitos consomem”, afirmou a engenheira florestal da Sema Thaiane Meira, durante a oficina do dia 5.
Thaiane explicou que, após dois anos, o projeto está na fase de monitoramento das mudas plantadas e replantio daquelas que pereceram. “Nossa intenção é acompanhar de perto e auxiliar os produtores a regularizar suas áreas perante as obrigações de recomposição vegetal das áreas degradadas”, reforçou.
Gilberto Pinho, um dos beneficiários, sempre trabalhou na área rural. “Fui um privilegiado por ter recebido o auxílio com o plantio. Foram cerca de 800 árvores que plantamos, e morreram somente dez”, disse o agricultor. Gilberto declarou que, após o cuidado com as mudas, uma mina d’água, antes seca, está brotando novamente.
[Olho texto=”Ao final do encontro, todos os participantes foram convidados a aderir ao Pacto pela Sustentabilidade do DF, um compromisso individual voluntário de cidadania proposto pelo projeto CITinova” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”]
O agricultor Nadson Sato contou que sua propriedade estava precisando do incentivo do projeto. ”Esse projeto foi muito importante porque na minha chácara tem algumas nascentes que estavam degradadas e não sabíamos como recuperá-las. Com as instruções dos técnicos do projeto, isso foi possível”. Nadson teve cerca de 2 mil mudas plantadas em sua propriedade no Riacho Fundo.
Ao final do encontro, todos os participantes foram convidados a aderir ao Pacto pela Sustentabilidade do DF, um compromisso individual voluntário de cidadania proposto pelo projeto CITinova, em que os signatários se comprometem a tomar atitudes e medidas de sustentabilidade ambiental no dia a dia.
O CITinova é um projeto multilateral executado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Os recursos são do Global Environment Facility (GEF), com implementação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). A execução no DF é pela Sema, em parceria com o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE).
*Com informações da Sema