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21/10/2022 às 18:34
Rapazes de 15 a 19 anos integram o time do Distrito Federal. Jogo coletivo contra servidores públicos marcou, nesta sexta (21), último treino antes do campeonato
Bola rolando no Estádio Rorizão. De um lado, servidores da Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus). De outro, jovens do Sistema Socioeducativo do Distrito Federal. Em campo, a última chance de treinar antes da I Copa do Mundo de Futebol da Casa, torneio organizado pela Fundação Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente de São Paulo (Fundação CASA). O jogo amistoso movimentou o gramado em Samambaia, nesta sexta-feira (21).
A derrota por 3 a 2 para o time dos servidores não desanimou os socioeducandos. Pudera. Pela primeira vez, jovens e adolescentes que cumprem medida nas unidades de internação do DF vão viajar até outro estado para participar de uma competição. A delegação será composta por 30 pessoas – 15 atletas e 15 funcionários da Subsecretaria do Sistema Socioeducativo (Subsis), ligada à Sejus.
O torneio, já tradicional em uma versão interestadual, contará pela primeira vez com a participação de unidades socioeducativas de vários estados brasileiros. Aproveitando o embalo da Copa do Mundo, cada time representará um país. E coube à equipe do DF representar a França, campeã da edição de 2018.
Os jovens ficarão em uma das unidades de internação da Fundação CASA durante os quatro dias de campeonato. “É uma operação inédita, tanto para os meninos quanto para nós, servidores”, conta a coordenadora de Políticas e Atenção à Saúde de Jovens e Adolescentes da Subsis, Fabíola Alves Nascimento.
“Estamos todos muito animados. Nossa legislação reconhece o papel transformador do esporte na vida desses rapazes”, diz Fabíola.
Rotina de treinos
Para não fazer feio no torneio, o time tem praticado bastante. A rotina de treinos começou em setembro, quando foi realizada a seleção dos jogadores. “Levamos em consideração não só as habilidades com a bola, mas também o bom comportamento dos jovens”, informa o treinador Fabiano de Souza, educador físico da unidade de internação de Brazlândia.
“A partir da peneira, passamos a reunir o grupo até duas vezes por semana”, comenta Fabiano.
O resultado dos treinos não tem aparecido apenas dentro de campo. Qualidades como disciplina e espírito de coletividade se mostram cada dia mais presentes na rotina dos jovens. E a possibilidade de terem encontrado um caminho a ser trilhado no futuro enche os socioeducandos de esperança.
“Hoje, o futebol é tudo na minha vida. Quero poder trabalhar com isso em breve”, conta um dos integrantes do time, que mostra toda paixão pelo esporte na escolha do nome fictício para a matéria. “Pode botar Richarlison? Bota aí, então. Ele é meu jogador preferido”, diz. O jovem confessa que está ansioso com o torneio. Mas já se sente grato pela oportunidade. “Aprendi a ter mais humildade e respeito”, avalia.