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14/12/2022 às 08:08
Festividades, nesta quinta-feira (15), incluem apresentação da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro
Gerido pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec), o Museu Nacional da República (MuN) completa 16 anos nesta quinta-feira (15). Para comemorar a data, será inaugurada uma exposição baseada no acervo de 1.411 obras de arte moderna e contemporânea. No mesmo dia, outra mostra, com esculturas e pinturas de Antônio Poteiro, também será aberta no MuN.
A primeira exposição, Aqui estou – corpo, paisagem e política no acervo do Museu Nacional da República, vai ocupar o mezanino do MuN com mais de 50 peças de 161 obras selecionadas em pesquisa elaborada na reserva técnica do museu, viabilizada por meio de cooperação técnica da Secec com a Organização das Nações Unidas para a Ciência, a Educação e a Cultura (Unesco).
[Olho texto=”“A gente tem um acervo e pode pensar a história da arte brasileira fora de matrizes praticadas no eixo Rio-São Paulo”” assinatura=”Sabrina Moura, curadora da exposição Aqui estou – corpo, paisagem e política ” esquerda_direita_centro=”direita”]
“É uma ação institucional importante, porque vamos deixar as obras, que na maior parte do tempo ficam na reserva técnica, à mostra para o público, e vamos fazer isso a partir de um olhar fundamentado em pesquisa do acervo”, explica a diretora do MuN, Sara Seilert. A mostra, conta ela, toma o título “emprestado” da obra homônima de 2013 do artista Ralph Gehre, sul-mato-grossense radicado em Brasília desde 1962, e cuja trajetória também é parte da história da cidade.
Arte e cerrado
“A gente tem um acervo e pode pensar a história da arte brasileira fora de matrizes praticadas no eixo Rio-São Paulo”, afirma a curadora Sabrina Moura, doutora em história da arte pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e mestre em estética e história da arte pela Universidade Paris VIII (antiga Universidade de Vincennes, em Saint-Denis, França). “Vou fazer uma analogia do museu com o cerrado, que já estava aqui com sua flora, fauna e presença humana, e sobre como a coleção do MuN é capaz de produzir uma narrativa própria sobre a arte brasileira”. Sabrina foi selecionada para a curadoria por meio de chamamento público.
“Estamos muito felizes com o resultado da pesquisa no acervo e da curadoria para a exposição”, comemora a coordenadora do Programa de Pesquisa do MuN, Maíra Rangel Marinho. “É uma vitória poder investir em pesquisa e apresentar ao público o trabalho de excelência realizado, ao longo de muitos meses, pela Sabrina Moura. Esperamos que o MuN possa fortalecer sua função social e dar continuidade aos projetos de seu programa de pesquisa por muitos anos.”
[Olho texto=”“A arte de Antônio Poteiro é herdeira, continuadora e transformadora da tradição ancestral presente em sua família” ” assinatura=”Divino Sobral, curador da mostra sobre Antônio Poteiro” esquerda_direita_centro=”esquerda”]
Antônio Poteiro
Ao mesmo tempo em que se inaugura a mostra no mezanino do museu, a Galeria Térreo e Sala 2 do local abrirá a exposição As matérias vivas de Antônio Poteiro: barro, cor e poesia, organizada pelo Instituto Antônio Poteiro, com curadoria de Divino Sobral. São obras do artista Antônio Batista de Souza Poteiro (1925-2010), nascido em Portugal e radicado no Brasil, com passagens por São Paulo, Minas Gerais e Goiás.
Essa exposição reúne 53 obras pertencentes ao acervo do Instituto Antônio Poteiro, com 39 pinturas e oito esculturas de autoria dele, além de três esculturas de seu pai, Américo Batista de Souza, e outras três de seu filho, Américo Batista de Souza Neto. “Ao agregar trabalhos de três gerações, [a mostra] oferece ao público a oportunidade de ver como a arte de Antônio Poteiro é herdeira, continuadora e transformadora da tradição ancestral presente em sua família, originada numa região, em Portugal, que há séculos é conhecida pela cerâmica”, resume o curador do evento.
“É uma mistura de barroco com Karajá”, sintetiza o curador, sobre a obra de Antônio Poteiro – que passou a ter esse apelido em 1967, quando mudou-se para Goiânia (GO). Segundo Divino Sobral, o artista conviveu com o povo Iny-Karajá, presente em Goiás, Tocantins, Pará e Mato Grosso, e sofreu influências das esculturas feitas pelos indígenas. Já a influência do barroco vem da obra de Aleijadinho, que Poteiro conheceu de perto nas viagens pelo interior de Minas Gerais. “O imaginário transitou da materialidade do barro para o universo vibrante da cor”, pontua o curador da mostra.
Música
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Ainda na esteira das comemorações do aniversário do museu, a quinta-feira contará com uma apresentação da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro (OSTNCS), às 19h, na galeria principal do prédio. Com base na formação de cordas e percussão, o repertório trará composições de Claudio Santoro, Tom Jobim e Vinícius de Moraes, Renato Russo e temas folclóricos, em uma espécie de diálogo com a linha curatorial da mostra.
“São peças que têm um significado para Brasília, seja pelo seu conteúdo temático musical, seja em decorrência do peso dos compositores na história da capital”, aponta o regente da orquestra, Cláudio Cohen.
Aniversário do Museu Nacional da República
♦ Data: quinta-feira (15), a partir das 19h, na sede do MuN – Setor Cultural Sul, próximo à Rodoviária do Plano Piloto.
♦ Programação:
? Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro;
? Mostra Aqui estou – corpo, paisagem e política no acervo do MuN, no mezanino do museu, em cartaz até 2 de julho de 2023;
? Mostra As Matérias Vivas de Antônio Poteiro: Barro, cor e poesia, na Galeria Térreo e na Sala 2, em cartaz até 12 de fevereiro de 2023.
Para ambas as mostras, o horário de visitação é de terça-feira a domingo, das 9h às 18h30, com entrada gratuita.
*Com informações da Secretaria de Cultura e Economia Criativa