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28/01/2023 às 16:34, atualizado em 13/05/2024 às 09:56
Manifestação foi realizada na região administrativa que registrou, só neste mês de janeiro, três assassinatos de vítimas dos próprios companheiros
O mês de janeiro ainda não terminou e a Região Administrativa de Ceilândia já registrou três mortes por feminicídio. Para quebrar essa escalada de violência, foi realizada neste sábado (28) uma manifestação em repúdio ao crime pelo Instituto Mulheres Feminicídio Não. Desde o início da manhã, os participantes se concentraram em frente à Casa da Mulher Brasileira, no centro da cidade, de onde partiu a Caminhada Contra o Feminicídio no DF em protesto contra todos os tipos de violência praticados contra o sexo feminino.
[Olho texto=”“Nós queremos mostrar que a pauta da mulher não é só dela, mas de toda a sociedade. Também estamos aqui mostrando que elas têm o espaço delas, que é a Casa da Mulher Brasileira”” assinatura=”Giselle Ferreira, secretária da Mulher” esquerda_direita_centro=”esquerda”]
Ainda durante a concentração do evento, uma vítima de violência sexual buscou ajuda da instituição para fazer uma denúncia. Entre os participantes do evento estavam a secretária da Mulher, Giselle Ferreira, e o administrador de Ceilândia, Dilson Resende.
A diretora da Casa da Mulher Brasileira, Rosilene Machado, disse que participa da Caminhada Contra o Feminicídio há mais de cinco anos. Ela aproveitou a oportunidade para ressaltar a importância de as vítimas de violência utilizarem os serviços prestados pela instituição.
“Nós realizamos atendimento psicossocial, que faz uma análise da situação relatada, temos alojamento de passagem que acolhe quem em risco de morte e seus familiares por 48 horas, ofertamos cursos profissionalizantes para aquelas que querem ser empreendedoras e temos ainda o Programa Realize, que trabalha as partes emocional e psicológica, ajudando-as a se conhecer melhor profissionalmente para serem encaminhadas a um curso de capacitação”, explicou Rosilene.
Rosilene anunciou que, além da unidade inaugurada em Ceilândia em abril de 2021, há a previsão da construção de mais quatro sedes da instituição no Distrito Federal – no Sol Nascente, Recanto das Emas, Sobradinho e Paranoá. “Movimentos como esse de hoje contribuem para que equipamentos como a Casa da Mulher Brasileira sejam conhecidos, assim como a nossa dinâmica de trabalho. O espaço está de portas abertas para apoiar vítimas de violência, como também oferecer apoio como cursos profissionalizantes para inserção no mercado de trabalho.
A secretária Giselle Ferreira enfatizou: “Nós queremos mostrar que a pauta da mulher não é só dela, mas de toda a sociedade. Também estamos aqui mostrando que elas têm o espaço delas, que é a Casa da Mulher Brasileira. Muitas não sabem que aqui, além de atender casos de violência, é um lugar para acolher. Temos assistentes sociais, psicólogos, cursos de capacitação, profissionalizantes. Momentos como o dessa caminhada servem, sobretudo, para mostrar que estamos unidas contra o feminicídio”.
A idealizadora da Caminhada Contra o Feminicídio e presidente do Instituto Mulheres Feminicídio Não, Lúcia Erineta, também conhecida como Mulher Maravilha, chegou cedo à concentração vestida com a fantasia da heroína. “Faço esse evento desde 2019. Foram tantas edições que nem deu para contar. Criei a caminhada porque sou uma sobrevivente do feminicídio. Desta vez, estamos aqui em frente à Casa da Mulher Brasileira pelo motivo de que esse ano já ocorreram três casos de crimes de morte em Ceilândia”, explicou.
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A titular da Delegacia da Mulher de Ceilândia (Deam 2), Adriana Romano, disse que a unidade é responsável pelas investigações e apurações dos crimes ocorridos em Ceilândia e no Sol Nascente. Segundo ela, entre as ocorrências atendidas pela delegacia se destacam os crimes contra a dignidade sexual (estupro) de adolescentes. “No total, há uma média de 300 a 400 atendimentos por mês na delegacia referentes a crimes de violência e contra a dignidade sexual. A média diária é de 12 ocorrências”, frisou a delegada.
Entre as participantes do evento estava Alzira Folha. Ela saiu de Santa Maria, onde mora, para integrar a caminhada. “Estou aqui porque a gente precisa dar um basta no feminicídio e, para que isso aconteça, é importante que estejamos juntas, unidas, assim como com homens do bem. Os homens do bem precisam vir para dar exemplo a outros homens.”, destacou.