16/02/2023 às 19:56, atualizado em 16/02/2023 às 19:57

Na Fercal, especialistas e comunidade discutem combate ao racismo

Evento foi realizado pelo Cras da região, nesta quinta-feira (16), com uma série de discussões a partir de demanda identificada no público atendido

Por Agência Brasília* I Edição: Débora Cronemberger

Com muita frequência, pessoas atendidas pelo Centro de Referência de Assistência Social (Cras) da Fercal se sentiam constrangidas ao declararem a raça/cor no preenchimento do Cadastro Único. A constatação foi feita pelos próprios profissionais da unidade. Essa situação motivou a realização, nesta quinta-feira (16), da ação comunitária Nossa história tem valor: Combater o racismo é obrigação de todos!

Evento realizado nesta quinta-feira (16), no Cras da Fercal, promoveu debates sobre temas como a importância da representatividade negra nos diversos âmbitos da sociedade | Foto: Renato Raphael/Sedes

“Durante quatro meses realizamos uma pesquisa junto à comunidade durante os atendimentos socioassistenciais voltada à identificação racial”, destaca a gerente do Cras Fercal, Diana Jesuína. “Com base nisso, elaboramos a programação desse evento que ressaltou questões de direitos, lazer, cultura, economia, política e afins relacionadas à população negra”, completa a gestora.

Mais de 100 pessoas da comunidade participaram da discussão, que contou com exposições de Beethoven Andrade, da Comissão de Igualdade Racial da Ordem dos Advogados (OAB-DF), de representantes do Projeto Curta+Palhaças e da Associação de Capoeira Zumbi dos Palmares.

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Foram discutidos temas como a promoção da segurança de acolhida, convívio e autonomia, por meio de intervenções focadas na história, cultura e direitos da população negra no Brasil, e a discussão da importância da representatividade negra nos diversos âmbitos da sociedade.

A vendedora autônoma Manoela Oliveira, 35 anos, é atendida pelo centro de referência. Vítima de preconceito em diversos níveis, ela acredita que conhecimento é a chave para combater esse tipo de violência. “Racismo é crime. Quando a população tiver noção disso, e vou além, tiver a noção do como afeta o outro, isso acaba definitivamente”, pondera.

De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes), a boa aceitação desse primeiro evento abre precedente para a realização de futuras edições. “Além de preenchimento de Cadastro Único, análise e concessão de benefícios, por exemplo, o papel dos Cras e dos Creas é também de promover esses momentos de debates com as famílias de cada região”, ressalta a secretária de Desenvolvimento Social, Ana Paula Marra.

*Com informações da Sedes