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20/02/2023 às 09:33, atualizado em 20/02/2023 às 10:35
Além da distribuição desse material, haverá um espaço especial reservado para pessoas com deficiência no local dos desfiles
O Bloco dos Raparigueiros e a Associação Brasiliense de Deficientes Visuais (ABDV) lançaram o Guia do Folião em Braille. Com dicas de segurança e saúde, o material foi impresso em Braille e em tinta ampliada, para permitir a leitura de pessoas com baixa visão. Cerca de 200 exemplares já foram distribuídos.
Entre outras dicas, o guia orienta o folião a não portar objetos de valor – talão de cheques, cartão de crédito, joias ou objetos que chamem muita atenção -, evitar levar grandes quantias em dinheiro e a carregar poucos itens em pochetes ou doleiras.
Também há recomendação de marcar pontos para reencontros caso haja separações no grupo, ir com roupas leves e sapatos confortáveis, consumir bebidas alcoólicas com moderação e manter-se hidratado. “É uma forma de trazer as pessoas para as ruas, para o lazer, com segurança”, ressaltou o diretor-fundador do bloco, Jean Costa.
“Costumamos dizer que a visão não nos limita e estamos mostrando isso aqui, curtindo o Carnaval”, afirmou a presidente da ABDV, Denise Braga,. “Com essa inclusão, conseguimos, ainda, chamar a atenção dos governantes e produtores de espetáculos, que precisam ser inclusivos”. Integrante da diretoria da associação, César Achkas Magalhães reforçou: “São orientações comuns para todo folião, mas, ao direcionar o material para nós, pessoas cegas, [o guia] mostra interesse em que também participemos da festa”.
[Olho texto=”“Nós nos esforçamos para colocar, em todos os projetos culturais, pontos que incentivem a inclusão de pessoas com deficiência”” assinatura=”Bartolomeu Rodrigues, secretário de Cultura e Economia Criativa” esquerda_direita_centro=”direita”]
O Bloco dos Raparigueiros recebeu R$ 220 mil do Fundo de Apoio à Cultura (FAC), da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec). O titular da pasta, Bartolomeu Rodrigues, avalia que a criação do guia corresponde ao esforço da Secec em promover práticas de inclusão e acessibilidade. “Nós nos esforçamos para colocar, em todos os projetos culturais, pontos que incentivem a inclusão de pessoas com deficiência”, pontuou.
Inclusão e segurança
Este ano, foi criado um espaço reservado para PCDs, próximo ao trio elétrico. O local será delimitado por cordões, no formato de um retângulo. “Brasília, neste Carnaval, está mostrando que é a capital da diversidade”, afirma o secretário de Cultura e Economia Criativa. “É uma forma de participar com segurança e autonomia”, valoriza César Achkas Magalhães.
O técnico de enfermagem Iury Randley, 22, veio do interior de Goiás para seu primeiro Carnaval em Brasília e escolheu o Raparigueiros para curtir a folia, depois de tanto ouvir elogios dos amigos ao grupo. “Eu tive curiosidade de saber como era, então vim com minhas amigas que já conheciam e pude perceber que a galera aqui tem uma energia legal”, comentou,
Outro ponto que chamou a atenção de Iury, no desfile do bloco neste domingo (19), foi o esquema de segurança: “Estou vendo uma boa organização e um policiamento bem forte. Vai ser um Carnaval seguro, e com certeza vou indicar para meus amigos virem da próxima vez”.
*Colaborou: Ascom RA-PP