22/02/2023 às 14:58, atualizado em 03/03/2023 às 15:54

Saiba como funciona o atendimento socioassistencial

Além do Cadastro Único, é feita uma escuta qualificada que avalia o grau de vulnerabilidade da família a quem se destinam os benefícios sociais

Por Agência Brasília* | Edição: Chico Neto

Você sabe como funciona um atendimento socioassistencial? Esse é o procedimento realizado no Centro de Referência de Assistência Social (Cras), onde o cidadão tem o primeiro contato com os serviços oferecidos pela Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes). O Distrito Federal tem, atualmente, 29 unidades do Cras instaladas nas regiões de maior vulnerabilidade, onde a população recebe atendimento no Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (Paif).

Ao chegar a uma unidade do Cras, cidadãos passam por uma entrevista que ajuda a identificar suas necessidades | Foto: Divulgação/Sedes

Para fazer inscrição ou atualização do Cadastro Único e ter acesso a benefícios sociais, o atendimento é feito com data e horário agendados pelo telefone 156 ou pelo site da Sedes. No dia marcado, a pessoa é recebida por um agente social no Cras mais próximo do local de sua casa. O atendimento começa com uma entrevista para avaliar a situação da família e verificar as necessidades dela.

“Na data agendada, o servidor ouve atentamente todas as demandas daquele cidadão para entender o que levou ele ao Cras e faz uma série de perguntas para saber a situação daquela família e o grau de vulnerabilidade”, explica a agente social Bárbara Ferreira, da Sedes, que atua no Cras Brazlândia. “É um atendimento que leva tempo, porque demanda do agente social uma escuta qualificada. É o momento que a família tem para conversar conosco.”

Entrevista

[Olho texto=”“É um atendimento que leva tempo, porque demanda do agente social uma escuta qualificada. É o momento que a família tem para conversar conosco”” assinatura=”Bárbara Ferreira, assistente social” esquerda_direita_centro=”direita”]

Durante a entrevista, os agentes sociais apuram dados sobre as condições em que vive a família – se há saneamento básico no local, como está a alimentação, se há uma situação de violência ou violação de direitos, qual é a renda dos familiares, quantas pessoas moram na casa, se as crianças frequentam a escola e se o cartão de vacinas está atualizado, entre outras informações.

“Tudo o que a família informa aqui no Cras fica registrado no histórico”, afirma Bárbara. “A leitura desse documento nos ajuda a entender um pouco mais a situação daquela família, entender porque ela está vindo novamente ao Cras.”

Por meio dessa escuta qualificada, além de verificar os benefícios sociais de que o cidadão precisa, é possível avaliar se há necessidade de encaminhar a família para outras unidades da assistência social, como o Centro Especializado de Referência de Assistência Social (Creas), que acompanha casos de violência e violação de direitos, ou o Centro de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (Cecon), onde é feita a prevenção de situações de risco social.

[Olho texto=”Cartão Prato Cheio, DF Social e Cartão Gás estão entre os benefícios garantidos a famílias atendidas pela Sedes” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”]

Após essa avaliação no Cras, a família também pode ser encaminhada para políticas públicas de outras secretarias, como as de Saúde e Educação. “Podem ser atendidas no Cras famílias que passam por situações de insegurança, fragilidade, ausência de renda, pobreza e dificuldades de acesso aos serviços públicos”, resume a secretária de Desenvolvimento Social, Ana Paula Marra. “O Cras é a porta de entrada para o cidadão acessar a proteção social básica, assim como outras políticas públicas”.

Entre os benefícios concedidos após atendimento socioassistencial no Cras estão Cartão Prato Cheio, Cartão Gás, Bolsa Família e DF Social, além dos auxílios natalidade, por morte, para pessoas em situação de vulnerabilidade temporária e em situação de desastre ou calamidade pública.

Recepção

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Além do atendimento com hora marcada, os agentes sociais dos Cras tiram dúvidas do cidadão na recepção das unidades e explicam como funciona a rede de proteção social no DF. Há vários serviços que podem ser acessados.

“Os agentes também realizam a emissão de declaração para isenção de segunda via de RG, carteira do idoso, serviços que não precisam de agendamento”, informa Bárbara Ferreira. “Essa medida evita filas e facilita o atendimento via agendamento, se necessário. Muitas vezes, o cidadão já resolve a demanda dele na recepção.”

“Nós verificamos, por exemplo, se já há solicitação do Cartão Prato Cheio, se está ativo, se já está liberado ou não o benefício social solicitado anteriormente. Aqui em Brazlândia, nós temos uma particularidade que são os assentamentos rurais, têm famílias que moram em áreas mais afastadas. Então, nem toda família tem acesso a celular e aplicativos para fazer esse acompanhamento”, conta. “Essa recepção também facilita muito nosso atendimento. Quando o cidadão vem para atendimento com hora marcada, ele já sabe do que precisa nos serviços da assistência social. ”

*Com informações da Sedes