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26/02/2023 às 09:22, atualizado em 03/03/2023 às 15:49
Trabalho de orientação da Emater-DF incentiva produtores a investirem na fruta exótica
Com aproximadamente 17 hectares de plantio de pitaya, o Distrito Federal viu o crescimento do cultivo da fruta mais que dobrar nos últimos quatro anos. Atualmente, 54 produtores locais atendidos pela Emater-DF apostam na fruta exótica. Em relação aos números de 2019, os dados representam um salto de cerca de 64% de aumento na área de produção, que era de 10,35 hectares e apenas 24 produtores na época.
O crescimento é resultado do trabalho da Emater-DF em parceria com a Embrapa Cerrados, que desde 2019 faz oficinas sobre o cultivo, incluindo na prática o plantio e a poda da planta e abordando aspectos da comercialização, incentivando os produtores a investirem na fruta e oferecendo apoio aos que já estavam na atividade. Nas últimas oficinas realizadas, os produtores puderam ainda levar mudas para teste em suas propriedades.
[Olho texto=”Considerada exótica, por não ser parte da flora nativa do cerrado, a pitaya se adapta bem ao clima seco por ser uma espécie de cacto” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”]
Pelo menos quatro variedades já foram disponibilizadas nas oficinas: Hylocereus undatus (casca vermelha e polpa branca), Hylocereus costaricensis (casca vermelha e polpa vermelha), Selenicereus setaceus (casca vermelha com espinhos e polpa branca) e Selenicereus megalanthus (casca amarela com espinhos e polpa branca). Desenvolvidas pela Embrapa Cerrados, as quatro variedades são autopolinizáveis e de boa produtividade para um cultivo comercial.
O produtor Fábio Brenner, do Núcleo Rural Casa Grande, no Gama, foi um dos que participaram das oficinas de podas promovidas pela Emater-DF. Embora já cultive pitaya em sua propriedade, o produtor acredita que a experiência foi útil para reforçar sua prática e trocar experiências, além de poder testar as variedades oferecidas pela Embrapa. “As mudas atualmente estão com um ano e têm um bom tamanho e sabor, estou gostando bastante”, afirma Brenner.
Temporada produtiva
A safra da pitaya vai de outubro a maio, mas o pico da produção no Distrito Federal é entre fevereiro e março. Considerada exótica, por não ser parte da flora nativa do cerrado, a pitaya se adapta bem ao clima seco por ser uma espécie de cacto. Para Fábio Brenner, a beleza da fruta e o bom valor de mercado foram os atrativos para ele se interessar pela produção, há mais de três anos. “É uma fruta saborosa, bonita e vende bem”, aponta.
Tida como uma planta rústica e de manejo mais simples se comparada a outras culturas, a pitaya apresenta bons motivos ter seu cultivo incentivado. Segundo o coordenador de Fruticultura da Emater-DF, Felipe Camargo, a fruta responde bem com irrigação e adubação específica, e o manejo adequado também aumenta a vida útil da planta, que pode passar de dez anos produzindo.
O período de floradas ocorre de outubro a maio. Após polinizada a flor, a fruta fica pronta para a colheita em cerca de 40 dias. “As variedades de pitaya distribuídas pela Emater-DF eram autopolinizáveis, o que facilita muito o cultivo, pois a flor abre somente uma vez e à noite, o que demanda em algumas espécies a polinização manual”, explica o técnico.
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Exótica e nutritiva
Além de exótica, a pitaya também pode ser nutritiva. A nutricionista Danielle Amaral, da Emater-DF, observa que o potencial antioxidante e nutricional da pitaya tem chamado a atenção de pesquisadores.
“Os pigmentos naturais que dão essa cor vermelha para a fruta também atribuem características anti-inflamatórias”, explica a nutricionista. “Além do mais, chama atenção o potencial de fibras, fornecendo 11 gramas de fibras em cada 100 gramas de fruto. Para se ter uma ideia, hoje, o recomendado para um adulto é de 25 gramas dia.”
Segundo a nutricionista, as pitayas rosas de polpa vermelha são fontes de vitaminas como a tiamina (B1), a riboflavina (B2) e a niacina (B3), betacaroteno, vitamina E, vitamina C, de minerais como o potássio, o magnésio e o cálcio. Além disso, o consumo da fruta pode ser favorável ao bom funcionamento intestinal. “Em sua polpa, observa-se uma composição de oligossacarídeos não digeríveis com característica prebiótica, que estimulam seletivamente a multiplicação e a atividade das bactérias boas para o intestino, melhorando consequentemente a imunidade”, afirma.
*Com informações da Emater-DF