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07/03/2023 às 11:10, atualizado em 07/03/2023 às 11:37
Programas como Fábrica Social e QualificaDF Móvel são campeões de certificação do público feminino, que representa 95% e 75% dos concluintes, respectivamente
O público feminino foi o que mais sentiu os efeitos da pandemia de covid-19 em relação ao mercado de trabalho. De acordo com a pesquisa Retratos Sociais DF 2021 – Mulheres, do Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF), a taxa de desemprego das mulheres é de 14,5%, quase o dobro da masculina (7,7%).
“A grande maioria das pessoas que saíram do emprego por conta do coronavírus foram as mulheres, e elas tiveram mais dificuldade para conseguir voltar para o mercado”, afirma a subsecretária de Qualificação Profissional da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda (Sedet), Lucimar Pinheiro de Deus.
O obstáculo na recolocação é um dos motivos para que as mulheres sejam maioria nas capacitações oferecidas pelo Governo do Distrito Federal (GDF) de forma gratuita.
“Hoje temos uma presença massiva de mulheres negras e mães entre 29 e 37 anos. A necessidade e a busca por qualificação têm atingido mais as mulheres, embora os cursos sejam abertos para as populações masculina e feminina”, avalia Lucimar. “A qualificação é a grande alavanca para a inserção no mercado de trabalho.”
A Fábrica Social é campeã na presença feminina. A iniciativa é voltada para qualificação profissional de pessoas em situação de vulnerabilidade social, inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), com cursos de corte e costura e serigrafia. A turma que se formou no início de 2023 teve 95% de mulheres. A atual tem 96% do público feminino entre os alunos.
Segundo programa com mais mulheres certificadas, o QualificaDF Móvel consiste em uma capacitação itinerante na qual os cursos vão até os moradores das regiões administrativas.
[Olho texto=”“A gente faz pesquisa na área, explorando campos de serviço em que a mulher possa ser empregada ou empreender ficando perto de casa”” assinatura=”Lucimar Pinheiro de Deus, subsecretária de Qualificação Profissional da Sedet” esquerda_direita_centro=”esquerda”]
Desde o surgimento, em 2021, a iniciativa teve 406 pessoas certificadas. Deste total, 75,46% são mulheres. O programa-mãe QualificaDF também segue um rumo parecido: dos 29.089 formados em todos os ciclos, as mulheres representam 59%.
Atualmente em seu oitavo ciclo, o RenovaDF une qualificação profissional e recuperação dos equipamentos públicos do Distrito Federal. Até agora, 8.462 pessoas conquistaram o certificado, sendo que 64% dos concluintes são mulheres.
A moradora de Brazlândia Rosana Moreira de Almeida, 43, esteve no quinto ciclo do RenovaDF realizado em março do ano passado. Desempregada, ela se inscreveu no programa em busca de experiência, de qualificação e de uma forma de mudar de área de trabalho. “Geralmente, eu atuo como doméstica, mas eu estava havia mais de um ano desempregada por causa da pandemia, então eu queria aprender outra área”, conta.
Durante a experiência, Rosana aprendeu a pintar, medir massa de concreto, assentar piso e consertar alambrado. Aprendizados que ela já utiliza em reparos em casa. A experiência foi tão produtiva que ela incentivou a família a também fazer o curso. Além dela, são certificados no curso a irmã, a filha e o filho.
A ideia é seguir no segmento. “Eu adoro esses serviços que são vistos como de homem, tanto que após o RenovaDF eu me inscrevi num curso de mecânica de automóvel”, revela. Enquanto estava no ciclo, Rosana fazia parte de uma turma com 28 pessoas, sendo 20 mulheres e apenas oito homens.
Cursos específicos
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Mesmo que o público feminino tenha superioridade entre os alunos nas capacitações, as mulheres também têm programas de qualificação específicos promovidos pela Sedet. São os projetos Jornada da Mulher Trabalhadora, Mulheres Vencedoras, Tudo por Elas, Mulheres Empreendedoras e Capacita Mulher. Juntos, formaram 3.520 mulheres em 2022.
O grande diferencial dos programas para o público feminino é o tipo da oferta, mais voltada para o empreendedorismo. “As mulheres têm sofrido muita violência doméstica e têm os problemas externos da dificuldade de ir a campo a buscar emprego, principalmente, porque a maioria são mães”, explica Lucimar Pinheiro de Deus. “Então, a gente faz pesquisa na área, explorando campos de serviço em que a mulher possa ser empregada ou empreender ficando perto de casa”.