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24/03/2023 às 20:57
Em um ano, índice de crianças protegidas subiu de 72,7% para 77,4%, quando o ideal é chegar a 95%. Secretaria de Saúde disponibiliza vacina em mais de 100 locais e reforça vigilância contra a doença
A cobertura vacinal contra a poliomielite no Distrito Federal aumentou de 72,7% para 77,4% entre 2021 e 2022, mas ainda está abaixo da meta de 95% preconizada pelo Ministério da Saúde. O dado consta no boletim epidemiológico lançado pela Secretaria de Saúde nesta sexta-feira (24). “A baixa cobertura deve ser encarada como um problema grave a ser combatido”, afirma a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio. “Conclamamos a todas as mães, a todos os pais e responsáveis que levem seus filhos para vacinar”, completa.
A população do Distrito Federal conta com mais de 100 locais de vacinação onde é possível imunizar as crianças contra a doença. Aos sábados, ações itinerantes também levam os imunizantes para espaços alternativos, como centros comerciais, instituições de ensino e parques. A lista com os endereços e horários de atendimento fica disponível no site da Secretaria de Saúde. Em uma única ida ao local de vacinação, a criança pode receber uma dose da vacina contra a poliomielite e de outra doença, como a covid-19.
[Olho texto=”“A baixa cobertura deve ser encarada como um problema grave a ser combatido. Conclamamos a todas as mães, a todos os pais e responsáveis que levem seus filhos para vacinar”” assinatura=”Lucilene Florêncio, secretária de Saúde” esquerda_direita_centro=”direita”]
O esquema vacinal contra a poliomielite é de três doses injetáveis aos dois, quatro e seis meses de vida, complementadas por duas doses orais (gotinhas) aos 15 meses e aos quatro anos. No Distrito Federal, somente em 2022 foram mais de 60 mil aplicações das doses injetáveis e de 80 mil da oral. Entre os menores de um ano, a cobertura chega a 89,5%, porém, muitas famílias não retornam para aplicação dos reforços e o índice cai para 77,4% quando se trata do percentual de crianças com o esquema vacinal completo.
Vigilância epidemiológica
Ainda que o DF não detecte nenhum caso desde 1987 e o Brasil desde 1989, a situação no país é classificada como de “risco muito alto” pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) por conta da cobertura vacinal abaixo de 80%.
[Olho texto=”A meta de vacinação elevada, de 95%, se explica pelo fato de a poliomielite ser facilmente transmissível: falar, tossir ou espirrar podem transmitir o poliovírus” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”]
Em 2022, o temor do retorno da doença foi reforçado pela confirmação de uma criança afetada pela poliomielite em Israel, onde não se tinha registro de casos há três décadas. Paquistão e Afeganistão continuam como áreas permanentemente afetadas.
“O risco existe e isso reforça a importância de que todas as crianças sejam vacinadas”, afirma a responsável técnica da vigilância da poliomielite no Distrito Federal, Joana Castro.
De acordo com a especialista, o ideal seria que todas as crianças se vacinassem, mas há aquelas que não podem receber o imunizante, como é o caso das imunocomprometidas. A meta de vacinação elevada, de 95%, se explica pelo fato de a poliomielite ser facilmente transmissível: falar, tossir ou espirrar podem transmitir o poliovírus. Para piorar, na maioria das vezes a pessoa com o vírus não apresenta sintomas, mas pode contaminar outras pessoas. O período de incubação é de dois a 30 dias, sendo mais comum um período de sete a 12 dias.
Para detectar os casos rapidamente, a Secretaria de Saúde monitora os casos de Paralisia Flácida Aguda, situação em que a pessoa perde a força nos músculos.
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Os profissionais de saúde, tanto da rede pública quanto privada, são obrigados a notificar a Gerência de Vigilância das Doenças Imunopreveníveis e de Transmissão Hídrica e Alimentar (Gevitha) e o Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (Cievs) sempre que esse quadro for detectado em crianças e adolescentes até 15 anos ou em pessoas de qualquer idade que tenham viajado para países onde há circulação do vírus.
Em 2022, foram oito casos de paralisia flácida aguda no Distrito Federal. Nenhum, porém, foi provocado por poliomielite: o sintoma está atrelado a outras 40 causas, que vão de infecções até a síndrome de Guillain-Barré. A meta da vigilância epidemiológica para minimizar a reintrodução da doença no Distrito Federal é investigar cada notificação em até 48 horas e obter uma amostra de fezes do indivíduo até 14 dias após o início dos sintomas. Se a contaminação for confirmada, a Secretaria de Saúde vai ativar as medidas de contenção para evitar um número maior de doentes. Quem já estiver com poliomielite receberá tratamento para aliviar os sintomas, porém, a deformidade causada pela doença afetará a pessoa para o resto da vida.
*Com informações da Secretaria de Saúde