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20/04/2023 às 16:06, atualizado em 20/04/2023 às 19:29
Brasilienses e turistas encontram em meio ao cerrado, segundo maior bioma da América do Sul, opções variadas de lazer e desporto
“Nem tudo que é torto é errado. Veja as pernas do Garrincha e as árvores do cerrado”. O trecho é uma das tantas obras do poeta Nicolas Behr e traduz, sucintamente, a beleza do segundo maior bioma da América do Sul. O Distrito Federal oferece opções variadas de lazer e desporto em meio à natureza, seja para contemplar a beleza dos galhos retorcidos, seja para desbravar cachoeiras e trilhas radicais.
Prestes a completar 63 anos, Brasília é muito mais do que pilotis e cobogós. “A capital federal vai além da arquitetura e do turismo cívico. Ela é cercada por belas paisagens e natureza exuberante. Vale ressaltar que o contato com o meio ambiente e a preservação valorizam a cultura e a história, assim como promovem a geração de emprego e renda por meio do turismo”, observa o secretário de Turismo, Cristiano Araújo.
A pasta reuniu os atrativos ecológicos e os disponibilizou, com informações de acesso e contato, em uma coleção de roteiros. A Rota do Cerrado traz 12 pontos turísticos que proporcionam um “mergulho” no bioma, como o Parque Nacional de Brasília, também conhecido como Água Mineral, e o Salto do Tororó, uma das cachoeiras mais famosas do DF.
Ainda na rota dedicada ao bioma nativo da capital federal, destaque para a Floresta Nacional de Brasília (Flona), uma área de 9 mil hectares localizada na região de Taguatinga. Por lá, é possível conhecer as trilhas Jatobá (6 km) e Pequi (12 km), além do circuito Flona (44 km), popular entre os praticantes de mountain bike.
A Rota do Pôr do Sol, por sua vez, elenca os 12 locais ideais para contemplação do astro rei. Um deles é a Barragem do Paranoá, bom para quem curte passeio de barco ou é fã de mergulhar nas águas do lago. Há ainda as rotas Náutica, Arquitetônica, Cultural, Cívica, da Paz, Fora dos Eixos e Diversão, entre outras.
Onde o Sol nasce primeiro
As regiões administrativas também são palco de aventuras radicais. Assim que os primeiros raios de sol nascem, grupos de ciclistas despontam dos quatro cantos do quadradinho – como o DF é apelidado pela população – rumo a trilhas e caminhos em meio à natureza.
O Jardim Botânico de Brasília (JBB), localizado na cidade de mesmo nome, é um dos pontos dos aventureiros. São cinco trilhas de extensões e níveis de dificuldades variados, que podem ser feitas a pé, de carro ou de bicicleta. O local reúne 1.750 espécies vegetais e mais de 500 de animais vertebrados, além de centenas de invertebrados, como insetos e aracnídeos.
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O servidor público Wellington Simões, 59, entrou para o público fiel do jardim há pouco mais de dois anos. Diante de problemas de saúde sérios, que o levaram a colocar um stent no coração, ele trocou o sedentarismo por uma vida saudável e ao ar livre. Incentivado por um amigo, comprou uma bicicleta e, pouco depois, entrou para o JB Bike Team – grupo de ciclistas do Jardim Botânico.
“Quando comecei, era difícil fazer o pedal completo, mas sempre tinha um incentivo que me fazia chegar no final do percurso. Hoje pedalo três vezes por semana, é sagrado”, celebra Tonton, como é conhecido entre os parceiros de bike. “As trilhas do Jardim Botânico são ótimas. Você vê arara, tucano, lobo-guará. São convidativas.”
Próximo dali, circula sob duas rodas o grupo Pedala Mangueiral, criado por moradores do bairro Jardins Mangueiral, em São Sebastião. Atualmente, o time é composto por mais de 200 pessoas, que, semanalmente, se encontram para desbravar a natureza de bicicleta. “É uma região muito bonita, com muitas cachoeiras e trilhas, e com um ótimo relevo para a prática”, conta o presidente do grupo, Luiz Fernando Araújo, 60.
São Sebastião e Jardim Botânico fazem parte da região leste do DF, junto ao Itapoã e ao Paranoá, conforme divisão das regiões administrativas (RAs) proposta pela edição de 2021 da Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (Pdad). As quatro cidades somam 307.248 habitantes, pouco mais do que 10% da população total do DF.