01/06/2023 às 19:11, atualizado em 01/06/2023 às 20:02

Iniciação científica divertida para alunos da educação infantil

Idealizado por uma professora, projeto em escola na zona rural de Sobradinho é voltado para crianças entre 6 e 10 anos

Por Agência Brasília* | Edição: Claudio Fernandes

Na sala de aula da professora Adva Girlene, as disciplinas de ciência, biologia, geografia e artes se completam com criatividade. Todas as quintas-feiras, os alunos do 2º ao 5º ano da educação infantil realizam experimentos científicos por meio do projeto “Ciência é Ouro: costurando os saberes”. Durante as aulas, as crianças aprendem a construir objetos científicos, como foguete, sistema solar, balança de precisão e tablet, o que aumenta o interesse deles pelas disciplinas. As atividades acontecem na Escola Classe (EC) Córrego do Ouro, na zona rural de Sobradinho.

A professora Adva Girlene e os alunos fizeram uma balança de precisão que funciona com a pressão da água | Fotos: Mary Leal/Ascom SEEDF

“Sou professora de biologia e vi que seria interessante levar o estudo das ciências de forma diversificada para os alunos dos anos iniciais da educação infantil. As crianças são ensinadas de forma pedagógica sobre a formação dos seres vivos, do nosso sistema solar e tudo que possa causar-lhes o interesse pelo estudo da ciência nesses primeiros contatos com a escola”, destaca a professora.

Até a Santa Ceia foi tema de uma das aulas. A professora usou o último jantar de Jesus Cristo e seus apóstolos para ensinar sobre o processo químico usado na fermentação do pão e do vinho.

Cada trabalho feito é documentado em um álbum da turma, uma espécie de livro, que fica na escola. São textos, colagens e imagens ilustrativas que buscam estimular os estudantes e dar autonomia às ideias e aos saberes, que fazem com que os alunos sejam protagonistas do seu próprio aprendizado. De forma lúdica, as crianças, entre 6 e 10 anos de idade, assimilam os principais conceitos sobre os temas levantados e se divertem colorindo e montando seu álbum.

O aluno Raul Moreira, 7 anos, com o foguete feito de garrafa pet para o projeto de ciências da escola

“O que eu mais gostei de fazer foi o álbum sobre os seres vivos, que são formados por plantas, animais, fungos e bactérias. Gostei também de fazer um foguete para o projeto de ciências. Ele foi feito com garrafa de refrigerante e consegue até saltar por causa da pressão da água”, conta Raul Moreira, 7 anos.

Para a professora Adva, as crianças estão sempre em busca da compreensão do mundo à sua volta, e perguntar é uma necessidade quase constante, assim como procurar ativamente as respostas. “As crianças amam o projeto. Elas têm uma inteligência e capacidade impressionantes de assimilar os temas, demonstram um novo olhar sobre a natureza, seus fenômenos, seus componentes. São observadores e essa atenção é aplicada aos demais componentes curriculares. Hoje realizamos o conselho de classe e notoriamente os alunos que participam do projeto mostram mais desenvoltura em sala”, conclui Adva.

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Além do foguete feito com garrafa pet, os alunos produziram um tablet com papelão e tinta guache. A ideia inicial consistia em produzir um espelho mágico, onde as crianças podiam desenhar na tela para ilustrar imagens, números e letras do alfabeto. A partir daí surgiram os tablets, produzidos pelos próprios alunos e entregues à turma da alfabetização, do 1º ano.

Reconhecimento

O projeto ganhou destaque e reconhecimento nacional ao ser um dos finalistas do Prêmio Educador Transformador, uma idealização do Sebrae em parceria com o Instituto Significare e Bett Brasil, realizado na capital paulista.

*Com informações da Secretaria de Educação