18/07/2023 às 08:01, atualizado em 18/07/2023 às 14:32

Laboratórios públicos do DF se destacam por inovação e tecnologia de ponta

Unidades regionais de Ceilândia, Guará e Taguatinga têm equipamentos de última geração. Juntos, eles analisam 330 mil exames por mês

Por Agência Brasília* | Edição: Vinicius Nader

Amanda Rodrigues, 21 anos, moradora da Ceilândia, está à espera do primeiro filho e realiza o acompanhamento pré-natal na rede pública do Distrito Federal. Um dos exames solicitados pelos médicos dela é o de curva glicêmica – essencial na gestação para medir as taxas de glicose no sangue e ajudar a combater, principalmente, o diabetes gestacional. Atendida no Laboratório Regional de Ceilândia (LRC), ela é um dos 9 mil pacientes recebidos por mês na unidade.

“Foi o meu primeiro exame aqui e gostei bastante do atendimento humanizado. A equipe é muito prestativa e cuidadosa. Tive um agendamento bem rápido. Enviei mensagem no WhatsApp e, no dia seguinte, meu exame estava marcado”, conta.

Amanda Rodrigues elogia a presteza do atendimento no Laboratório Regional de Ceilândia | Fotos: Tony Winston/Agência Saúde

Cerca de 100 mil exames são analisados mensalmente na estrutura do laboratório, que conta com equipamentos de ponta e uma equipe de 39 servidores – entre biomédicos, farmacêuticos-bioquímicos, técnicos e auxiliares de laboratórios.

O LRC recebe amostras de 27 unidades básicas de saúde (UBSs) da Região de Saúde Oeste, formada por Brazlândia e Ceilândia, e é uma unidade de referência no processamento de exames ambulatoriais dessas regiões. É ainda destaque na realização de exames hormonais, marcadores tumorais e exames imunológicos de pacientes do Hospital Regional de Ceilândia (HRC), do Hospital Cidade do Sol e do Hospital Regional de Brazlândia (HRBz).

Inovação

A biomédica e chefe do LRC, Mayara Camelo, explica que a estrutura da unidade é de excelência e que a equipe adota medidas para aprimorar o atendimento ao público e a celeridade na análise e nos resultados dos exames. “Desenvolvemos três ferramentas que vão desde a gestão de marcação de exames de curva glicêmica até a notificação de resultados considerados críticos, em que há risco iminente à vida do paciente. A UBS responsável pelo atendimento é acionada em poucos minutos, permitindo que medidas necessárias sejam tomadas para garantir um atendimento adequado à condição”, explica.

Outra estratégia inovadora é a criação de um aplicativo que notifica a UBS em caso de necessidade de novas coletas. Isso ocorre quando uma amostra pode não ser satisfatória para análise. Nesse caso, o paciente pode ser avisado em tempo hábil para agendar outra coleta.

Além de agilizar o atendimento, as ferramentas ajudam a melhorar a gestão do laboratório. No agendamento de exames, por exemplo, há uma preparação do material de coleta no dia anterior. A ideia, segundo o farmacêutico-bioquímico e analista da unidade Emerson Valadares é expandir as práticas inovadoras para todas as unidades de saúde do DF.

Emerson Valadares: “Desenvolvemos aplicativos para o monitoramento das doenças de notificação compulsória, casos de sífilis congênita, controle de estoque de reagentes, insumos e consumíveis e controle estatístico”

“Desenvolvemos aplicativos para o monitoramento das doenças de notificação compulsória, casos de sífilis congênita, controle de estoque de reagentes, insumos e consumíveis e controle estatístico. Queremos propor melhorias e aplicá-las em toda a rede”, revela Valadares.

Centrais de exames

Além do Laboratório Regional de Ceilândia, o DF conta com mais duas unidades com excelência nos resultados dos exames: o Laboratório Regional do Guará (LRG) e o Laboratório da Unidade Mista de Taguatinga. Elas são pilares fundamentais no sistema público de saúde e responsáveis por processar exames de bacteriologia, urinálise, parasitologia, hematologia, hormônio, bioquímica e imunologia, entre outros.

Líder em processamento de exames, o Laboratório da Unidade Mista de Taguatinga atende 32 UBSs das regiões de Águas Claras, Recanto das Emas, Samambaia, Taguatinga e Vicente Pires, além de pacientes do Hospital Regional de Samambaia (HRSam), do Hospital Regional de Taguatinga (HRT) e do ambulatório do Hospital São Vicente de Paula (HSVP).

O Laboratório Regional do Guará conta com 30 profissionais e realiza cerca de 80 mil exames por mês

O farmacêutico-bioquímico e coordenador da unidade, Aloísio Carlos Soares, ressalta que o laboratório realiza todos os exames de tireoglobulina – um importante teste laboratorial para pacientes diagnosticados com câncer de tireoide – da rede pública do DF. O local também processa exames de proteína especial da maioria das regiões administrativas. São mais de 150 mil exames analisados por mês. Para ele, o investimento em equipamentos de última geração permite a excelência nos resultados.

“Não há mais trocas de amostras e erros de digitação, por exemplo. Com esse avanço tecnológico, há um aumento significativo na capacidade produtiva e na qualidade dos resultados dos exames”, aponta Aloísio.

Keila Maria da Silva, 29 anos, sempre que necessita, realiza exame de sangue no Laboratório da Unidade Mista de Taguatinga. “Estou fazendo o exame de curva glicêmica, mas como tenho alergia, faço outros exames aqui também. Eles coletam o sangue e explicam tudo direitinho. O atendimento da equipe é ótimo”, elogia.

Tecnologia a favor da saúde

Uma das expectativas para este segundo semestre de 2023 é a chegada do equipamento FUS-2000 – Automação para Sedimento Urinário, totalmente automatizado, que simplificará o sistema de urinálise dos três laboratórios. Hoje, o resultado do exame de urina demora de dois a três dias para ficar pronto e, com esse novo equipamento, poderá ser liberado em, no máximo, 24 horas.

“O LRC é piloto na implantação, na validação e na execução da interface. Estamos finalizando os testes e, provavelmente, nos próximos dias, vamos liberar para as demais redes utilizarem”, explica a chefe do Laboratório Regional de Ceilândia, Mayara Camelo.

No Laboratório Regional do Guará (LRGu), a chegada de equipamentos com tecnologia avançada e a reestruturação do espaço físico permitiram a ampliação do atendimento. Atualmente, o laboratório conta com 30 profissionais e realiza, aproximadamente, 80 mil exames por mês, o dobro da capacidade registrada antes da entrega do novo espaço.

“Essa reestruturação do local e a expansão do atendimento foram muito importantes para dar mais comodidade e conforto aos pacientes”, salienta a farmacêutica e chefe do laboratório, Maria Betânia Soares.

Patrícia Ceolin: “Usamos equipamentos avançados que já fazem a confecção de lâminas, então o paciente tem um resultado muito preciso e rápido”

O LRG atende pacientes de toda a Região de Saúde Centro-Sul: Candangolândia, Estrutural, Guará, Park Way, Núcleo Bandeirante, Riacho Fundo, Riacho Fundo II, Setor de Indústria e Abastecimento (SIA) e Setor Complementar de Indústria e Abastecimento (SCIA).

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A biomédica Patrícia Ceolin atua no LRGu há três anos e reforça que a presença de equipamentos modernos é essencial. “Usamos equipamentos avançados que já fazem a confecção de lâminas, então o paciente tem um resultado muito preciso e rápido. A liberação de todos os exames ocorre em até 24h”, afirma.

Horário de funcionamento

Todas as unidades atendem de segunda a sexta-feira, das 7h às 18h. Os horários das coletas variam de acordo com a especificidade de cada exame. Para ser atendido, o paciente precisa de encaminhamento e pedido médico. Os endereços dos locais de coleta estão disponíveis aqui.

*Com informações da Secretaria de Saúde

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