17/08/2023 às 19:31

Produtores participam de curso sobre meliponicultura em Brazlândia

Curso realizado nesta quinta-feira (17), no Núcleo Rural Alexandre Gusmão, apresentou as vantagens da criação nos âmbitos social, econômico e ambiental

Por Agência Brasília* | Edição: Igor Silveira

Nesta quinta-feira (17), produtores do Núcleo Rural Alexandre Gusmão, em Brazlândia, participaram de um curso de meliponicultura realizado pela unidade local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF). A aula foi ministrada pela zootecnista da Emater-DF Michelle Oliveira Costa e pelo técnico agrícola Carlos Morais. Foram apresentadas as principais espécies encontradas no DF, onde as abelhas normalmente escolhem morada, como montar e instalar iscas, além de ensinarem sobre a transferência de enxames.

Segundo Michelle, “o objetivo é incentivar a meliponicultura na região, de forma a ser mais uma atividade geradora de renda para o produtor e que contribua para o aumento da produtividade agrícola e da reprodução das plantas e flores nativas”.

Foram apresentadas as principais espécies encontradas no DF, onde as abelhas normalmente escolhem morada, como montar e instalar iscas, além de ensinarem sobre a transferência de enxames | Foto: Divulgação/Emater-DF

O agricultor André Luís Spinelli conta que pretende investir na atividade. “É uma atividade que tem um potencial de crescimento. Quero obter renda com a criação das abelhas, mas também aumentar minha produção de frutas. Hoje, tenho limão, abacate, manga e acredito que as abelhas ajudarão ainda mais na polinização”, conta.

O Brasil conta com aproximadamente 250 espécies de abelhas sem ferrão descritas. Algumas delas são criadas para a produção de mel, que tem sido cada vez mais valorizado para fins gastronômicos por apresentar características de sabor, cor e odor diferenciados de acordo com a espécie de abelha manejada e as flores que as operárias usam para buscar o néctar.

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A meliponicultura tem despertado muito interesse em diversos segmentos da sociedade, por estar relacionada à sustentabilidade nos âmbitos social, econômico e ambiental. E a Emater-DF tem incentivado a atividade devido à importância na reprodução das plantas e flores nativas, promovendo a polinização cruzada e, como consequência, a formação de frutos e sementes. “Elas também contribuem para a polinização de plantas utilizadas na alimentação humana. Alguns criadores de abelhas podem inclusive alugar caixas para produtores durante o período de florada de diferentes culturas”, diz Morais.

Lei distrital

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Para contribuir com a conservação das espécies nativas de abelhas sem ferrão, foi publicada a Lei 7.311, de 27 de julho de 2023, com o objetivo é normatizar a preservação, o resgate, a captura, a remoção, a criação, a reprodução, o manejo, a exposição, o comércio e o transporte dessas abelhas. No Distrito Federal, existem 35 espécies de abelhas nativas, localizadas nas regiões do Rio Paranoá, Rio Maranhão, Rios São Bartolomeu e São Marcos, Rios Descoberto e Corumbá e Rio Preto.

Para Carlos Morais, extensionista rural da Emater-DF , “todo criador de abelhas é um preservacionista, pois precisa manter as nascentes e florestas que alimentam as abelhas. E a regulamentação diminui o risco de extinção das espécies criadas, seja por hobby, preservação ou para fins econômicos ou zootécnicos dessa atividade, que é praticada há séculos por populações tradicionais”. A Emater-DF faz a capacitação e o acompanhamento de produtores rurais. Só neste ano, foram realizados cerca de 16 cursos de meliponicultura no DF.

*Com informações da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF)