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19/08/2023 às 14:05, atualizado em 19/08/2023 às 14:07
O líquido gerado pela decomposição dos resíduos passa por diferentes etapas, como decantação de impurezas e filtragem, antes de voltar à natureza
[Olho texto=”“Não existe poluição causada pelo tratamento de chorume no Distrito Federal. Pelo contrário, nosso efluente atende a todos os padrões ambientais exigidos, inclusive com qualidade superior”” assinatura=”Silvio Vieira, presidente do SLU” esquerda_direita_centro=”direita”]
O que acontece com o lixo que chega, diariamente, ao Aterro Sanitário de Brasília (ASB)? Os resíduos vêm de todas as 35 regiões administrativas do DF, transportados por caminhões, e são dispostos e compactados pelos equipamentos apropriados. Em média, chegam ao Aterro Sanitário 2,2 mil toneladas de lixo por dia.
Ao ser compactado, o lixo gera o chorume, líquido produzido a partir da decomposição dos resíduos. “Embaixo das montanhas de lixo, foi realizada a compactação do terreno natural e instalados diversos dispositivos impermeabilizantes, que evitam qualquer vazamento do chorume pelo solo. Acima dessas camadas foi implantado um colchão drenante, que conduz o líquido em segurança para tratamento na estação”, detalha o coordenador de Recuperação de Orgânicos, Disposição e Destinação final do Serviço de Limpeza Urbana do Distrito Federal (SLU), Leonardo Yamada.
Ao ser drenado, o chorume bruto segue para a lagoa de contenção, para aguardar o tratamento. O processo se inicia em reatores, onde são inseridos produtos químicos para mistura e decantação de impurezas. Em seguida, o líquido passa por uma linha de filtros, que finalizam o processo de tratamento. “O Aterro Sanitário possui uma estação de tratamento que utiliza processos físico-químicos para transformar o chorume em uma água que pode ser utilizada para fins não potáveis. Ao final, temos um líquido com qualidade suficiente para escoar no córrego Melchior”, afirma Andrea Almeida, chefe de medição e monitoramento do SLU.
Riscos de contaminação
O chorume bruto tem uma alta carga de contaminação, mas após o tratamento adequado, o líquido atinge os limites exigidos pela legislação ambiental para ser devolvido ao meio ambiente sem representar riscos. No caso do tratamento realizado no ASB, o efluente tratado é lançado no Rio Melchior, em condições e quantitativos autorizados pela Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento do Distrito Federal (Adasa). A Outorga n.º 412/2020, dada pela Adasa, permite o lançamento de até 2.210 m³ de efluente tratado por dia. Nos últimos 12 meses, a média de tratamento de chorume diário no Aterro Sanitário de Brasília foi de cerca de 840 m³, o que representa menos de 40% do volume que é permitido pela outorga.
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Desde 2014, o Melchior foi classificado como rio de Classe 4, conforme Resolução Conama n° 357/2005, e deve ser destinado apenas à navegação e harmonia paisagística. Esses rios têm baixa qualidade de água e não são adequados para consumo humano, irrigação, recreação ou pesca. Apesar disso, o padrão de lançamento do efluente tratado no ASB é bastante restritivo, conforme condicionantes da Autorização Ambiental SEI-GDF nº 14/2020, do Instituto Brasília Ambiental.
Além disso, o SLU busca sempre lançar no corpo hídrico um efluente com parâmetros ainda melhores do que as exigências do órgão ambiental. Dessa forma, lançando um efluente de qualidade maior do que o exigido e em quantidade menor do que o permitido, o SLU reduz significativamente os impactos que o lançamento de efluente tratado poderia causar.
Todo o efluente tratado atende aos padrões de qualidade estabelecidos pela Autorização Ambiental SEI-GDF nº 14/2020 e Resolução nº 430, do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), que define os critérios e as condições para o lançamento de efluentes em corpos d’água. O SLU monitora constantemente a qualidade do efluente tratado e a do Rio Melchior, por meio de análises laboratoriais realizadas por três laboratórios diferentes acreditados pelo Inmetro.
O Aterro Sanitário de Brasília é acompanhado periodicamente pelos órgãos de fiscalização do Distrito Federal, o Instituto Brasília Ambiental e a Adasa. “Os representantes fazem vistoria em vários pontos, conhecem de perto o nosso tratamento de chorume e verificam nosso padrão de excelência. Não existe poluição causada pelo tratamento de chorume no Distrito Federal. Pelo contrário, nosso efluente atende a todos os padrões ambientais exigidos, inclusive com qualidade superior”, explicou o presidente do Serviço de Limpeza Urbana (SLU), Silvio Vieira.
*Com informações do SLU