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15/09/2023 às 14:15, atualizado em 20/05/2024 às 15:32
Recursos da Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco) serão utilizados para conclusão do trecho final do sistema de irrigação do Núcleo Rural Alexandre Gusmão
Os proprietários e produtores rurais de Brazlândia estão animados com as obras do canal de irrigação do Rodeador, o principal da Bacia do Rio Descoberto, na região do Núcleo Rural Alexandre Gusmão. Nesta semana, o projeto recebeu um aporte de R$ 3 milhões que vai subsidiar o trecho final da construção. O valor é referente a uma das parcelas do convênio firmado pelo Governo do Distrito Federal (GDF) com a Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco) no valor de R$ 5,99 milhões.
A obra do Canal do Rodeador garante abastecimento de água para a agricultura e já melhorou a qualidade de vida das comunidades locais. Na região, está sendo construído um novo sistema de tubulação subterrânea, em grande parte, ao lado do canal já existente, que é a céu aberto. A estrutura garantirá água para 93 propriedades rurais e cerca de 180 famílias, beneficiando diretamente 750 moradores da zona rural e, indiretamente, milhares de famílias que consomem os produtos dessa grande região agrícola do DF.
Para o diretor de Engenharia da Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (Seagri), Emanuel Lacerda, que é o executor do contrato, o canal vai levar diversos benefícios aos produtores. “A implantação da tubulação, além de acabar com as perdas de produção que hoje ocorrem pelo fato de o canal ser em terreno natural, vai encerrar os serviços de manutenção que exigem a interrupção do fornecimento de água aos produtores. Também vai evitar a contaminação da água por animais mortos e defensivos agrícolas”, explica Lacerda.
Benefício para o DF
A Emater-DF, que, além de elaborar os projetos e acompanhar as obras, tem atuado também na assistência técnica junto aos produtores, afirma que a obra vai garantir uma maior regularidade e aumento da oferta de água aos agricultores. “Eles poderão ter maior tranquilidade para investir na produção de hortaliças, frutos e pescados”, destaca o assessor técnico Edvan Ribeiro.
[Olho texto=”“A tubulação do canal vai permitir que menores volumes de água sejam captados no Ribeirão Rodeador; dessa forma, sobrará mais água para o abastecimento público das cidades, uma vez que a água que deixa de ser captada para o canal vai parar na Barragem do Descoberto”” assinatura=”Edvan Ribeiro, assessor técnico da Emater-DF” esquerda_direita_centro=”esquerda”]
Ele acredita que os benefícios com o canal serão para todo o Distrito Federal e não somente para os agricultores locais. “Vai trazer ganhos ambientais, econômicos e sociais, pois além de favorecer o aumento da produção, a tubulação do canal vai permitir que menores volumes de água sejam captados no Ribeirão Rodeador; dessa forma sobrará mais água para o abastecimento público das cidades, uma vez que a água que deixa de ser captada para o canal vai parar na Barragem do Descoberto”, ressalta Ribeiro.
O Ribeirão Rodeador é o principal afluente do Lago Descoberto, responsável pelo abastecimento de aproximadamente 65% da população do DF. O canal hoje existente na região foi construído entre 1966 e 1973.
Produtores animados
O produtor rural e presidente da Associação do Canal do Rodeador, Ricardo Kiyoshi Sassa, mora em uma das propriedades beneficiadas pelas obras no canal. Na região desde a década de 1970, lembra que muitos moradores desistiram dos terrenos e da agricultura pelas dificuldades na aquisição de água. “O canal existente hoje foi feito há muitos anos para trazer água para quem não tinha, e mesmo assim muitos desistiram das propriedades por falta de água, mas sempre procuramos mostrar a necessidade para os produtores de correr atrás de um canal de irrigação melhor e agora conseguimos”, conta.
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Atualmente, a associação, em parceria com os moradores, controla a vazão do sistema de irrigação a céu aberto para permitir que todos os produtores recebam água. “Fazemos um rodízio, e cada propriedade fica dois dias sem receber água para que outros ramais sejam atendidos. Como todos têm reservatórios, eles guardam para esses dias sem abastecimento”, explica Sassa.
Nos canais construídos, estão sendo feitas caixas de concreto na frente de cada propriedade que padronizam a saída de água. O uso do líquido depende do tamanho da propriedade, da disponibilidade de água do manancial, em projetos individualizados.
“Água é o insumo principal do produtor, e quando o sistema estiver pronto acredito que teremos menos perda de água, tanto por infiltração quanto por, evaporação, menos folhas e resíduos e até contaminação, pois às vezes aparecem animais mortos dentro dos reservatórios abertos. Agora, esse vai servir para captar a água da chuva, e o novo vai ter a manutenção mais fácil; diminuirá o nosso serviço hoje pela metade, facilitará e diminuirá as perdas da produção agrícola. Será muito bom”, comemora Sassa, que produz goiaba na propriedade de 15 hectares.