29/09/2023 às 16:38

DF participa de solenidade da campanha nacional de doação de órgãos

Ministério da Saúde anunciou que transplantes aumentaram 9,5% em todo o país até agosto deste ano

Por Agência Brasília* | Edição: Vinicius Nader

O Dia Mundial de Doação de Órgãos de 2023 foi marcado por aumento no número de transplantes realizados no Brasil. De janeiro a agosto deste ano, os procedimentos cresceram 9,5% em todo o país. O dado foi divulgado em solenidade do Ministério da Saúde nesta quinta-feira (28). A secretária de Saúde do Distrito Federal, Lucilene Florêncio, participou da mesa da solenidade.

O DF integra a lista das unidades da Federação com os maiores números de doadores efetivos por milhão de habitante, em sétimo lugar. “Precisamos mudar alguns conceitos que ainda são errados. Primeiro, não há idade para doar órgãos. Outra coisa: as nossas escolhas de vida ou o nosso histórico médico não são limitadores. Todos nós somos potenciais doadores”, reforçou a gestora sobre mitos e desinformação.

No Brasil, dados do Sistema Nacional de Transplantes (SNT) mostram que, em 2023, o Brasil alcançou número recorde de transplantes, em comparação com os últimos dez anos | Fotos: Jhonatan Cantarelle/ Agência Saúde

No Brasil, dados do Sistema Nacional de Transplantes (SNT) mostram que, em 2023, o país alcançou número recorde de transplantes, em comparação com os últimos dez anos. De janeiro a junho, familiares de mais de 1,9 mil doadores efetivos autorizaram o processo de doação de órgãos, permitindo a realização de 4,3 mil cirurgias – um aumento de 16% em relação ao ano passado.

[Olho texto=” “Há uma política pública que rege o transplante e não permite privilégios”” assinatura=”Nísia Trindade, ministra da Saúde” esquerda_direita_centro=”direita”]

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, reforçou a importância do Sistema Único de Saúde (SUS) para os transplantes de órgãos e de conscientizar a população sobre como funciona o procedimento. “A doação de órgãos é regulada. Há uma política pública que rege o transplante e não permite privilégios”, afirma a ministra.

DF em destaque

Entre os melhores índices de doação de órgãos e tecidos do país, a capital federal teve, em 2022, taxa de 14,2 doadores por milhão, segundo dados da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO). A média nacional foi de 17 pessoas a cada um milhão de habitantes.

No DF, três unidades da rede pública de saúde realizam transplantes. No Hospital de Base e no Hospital Universitário de Brasília são feitos os procedimentos para rim e córnea. Conveniado à Secretaria de Saúde do DF (SES), o Instituto de Cardiologia e Transplantes do DF (ICTDF) faz procedimentos que incluem coração, rim, fígado, córnea e medula óssea.

História de vida

O transplante mudou toda a história do pequeno Isaac, que passou oito meses internado aguardando o coração para o transplante

Atleta transplantada de pulmão, Liege Pereira Gautério representou doadores e receptores de órgãos na solenidade, ao lado de Assuncena Karolina Costa, mãe de Isaac Luca Rocha, criança transplantada do coração em 25 de dezembro de 2021 pela rede conveniada à SES.

O transplante mudou toda a história do pequeno Isaac, que passou oito meses internado aguardando o órgão. À época, ele chegou a pesar dois quilos por causa do problema do coração. “Ele não andava, não falava, chegou a ficar desnutrido”, relembrou a mãe. “Hoje, cada médico, cada enfermeiro, cada funcionário do SUS virou parte da nossa família. Até hoje, me emociono por ver meu filho correndo e andando”.

De acordo com o subsecretário de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde, Helvécio Miranda, o Brasil é o segundo maior país transplantador do mundo. “Ficamos atrás somente dos Estados Unidos. Já no âmbito de transplantes pela rede pública, somos o maior país transplantador”, afirmou.

Doação de órgãos

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Pela legislação vigente, os familiares são os únicos responsáveis pela decisão de doar ou não os órgãos do ente falecido. Por isso, a importância de comunicar o desejo.

Podem se beneficiar do transplante pessoas com doenças crônicas ou agudas, cujos tratamentos já esgotaram as possibilidades de recuperação e que tenham como única alternativa a substituição do órgão ou tecido afetado e para as quais o transplante seja uma indicação formal e uma possibilidade terapêutica vantajosa. Essas doenças e condições de saúde estão elencadas no Regulamento Técnico do Sistema Nacional de Transplantes, definido pela Portaria de Consolidação GM/MS 4, de 28 de setembro de 2017.

*Com informações da Secretaria de Saúde