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30/09/2023 às 18:13
Programa do HRSM proporciona atendimento residencial de equipe multidisciplinar em casos como cuidados paliativos, bebês com baixo peso e procedimentos complexos
Imagine um paciente acamado ou internado por anos e finalmente receber alta, sabendo que todos os cuidados necessários continuarão a ser proporcionados no conforto do lar. Há dois anos, o Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) lançou um programa de cuidados médicos domiciliares, o Núcleo Regional de Atenção Domiciliar (Nurad). Hoje, esse serviço faz a diferença na vida de 32 pacientes e suas famílias, oferecendo desde tratamentos médicos de média complexidade até reabilitação motora, tudo sem a necessidade de sair de casa.
O Nurad é parte do Serviço de Atenção Domiciliar (SAD). Essa equipe multidisciplinar não se limita a tratar doenças; cuida das pessoas, atendendo uma ampla variedade de necessidades médicas, focando pacientes que exigem cuidados específicos, muitas vezes ultrapassando o que a Atenção Primária pode oferecer. É um apoio para pacientes em modalidades AD2 ou AD3.
[Olho texto=” “Estamos à disposição do paciente, de seus cuidadores e familiares para tirar dúvidas, prestar cuidados, repassar informações e escutar demandas e angústias” ” assinatura=”Maiara Cosme, chefe do Nurad” esquerda_direita_centro=”direita”]
A modalidade AD2 envolve cuidados agudos ou crônicos agudizados, cuidados paliativos, pacientes com condições crônico-degenerativas, prematuridade e bebês com baixo peso e necessidades de ganhos ponderais, enquanto a AD3 vai ainda mais longe, incluindo necessidades multiprofissionais e procedimentos complexos.
A chefe do Nurad, Maiara Cosme, destaca a atenção individualizada dada aos pacientes: “Não temos um tempo de duração do atendimento; tudo depende da demanda que nos é trazida e do que observamos. Estamos à disposição do paciente, de seus cuidadores e familiares para tirar dúvidas, prestar cuidados, repassar informações e escutar demandas e angústias”.
Detalhes que importam
A equipe criou o prontuário afetivo, que fica no quarto do paciente para que todos tenham acesso. O prontuário afetivo contém informações sobre como o paciente gosta de ser chamado, profissão, religião e até mesmo suas preferências alimentares e musicais, com o intuito de conhecer e acolher melhor as pessoas, utilizando um atendimento pessoal e humanizado.
Lucineide Alves do Carmo Fonseca é filha de José Pedro Alves, de 83 anos, que sofreu um AVC. Depois que ele passou por uma cirurgia, a família enfrentou um dilema: como cuidar de um paciente acamado em casa? O Nurad entrou em cena, oferecendo orientações, desde alimentação via sonda até cuidados com higiene e tratamento de complicações como escaras.
Formada em pedagogia, Lucineide viu nos desafios uma nova oportunidade. “Eu não tenho filhos, então a minha maior dificuldade foi a troca de fraldas. Hoje, com todas as orientações e rotina de cuidados, já aprendi muito e penso até em fazer um curso de enfermagem”.
Para Natália Silva, mãe e cuidadora do pequeno Thomas Silva, de 3 anos, o aspecto multiprofissional é de grande importância. “Estou muito satisfeita, pois eles suprem todas as necessidades do meu filho. Devido à paralisia cerebral do Thomas, preciso ter cuidados especiais com ele, e o Nurad está sempre lá para me auxiliar. Saber que posso contar com eles faz toda a diferença na qualidade de vida do meu filho e na nossa tranquilidade”, relata.
A neta da paciente Elza de Souza, de 87 anos, Karen Cristhyane Araújo, conta que a avó morava em Goiás e lá não tinha muita assistência. Assim que veio para o DF, a família procurou o sistema de atendimento domiciliar. “Ela é acamada e é muito difícil para a gente está levando no hospital. Eles fazem todo esse acompanhamento, os exames de sangue, fisioterapia, fonoaudiologia, eles fazem tudo aqui. Só quando não tem como fazer em casa, eles mesmos marcam, e a ambulância vem buscar”, conta.
Como se inscrever
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Para se inscrever, o paciente deve apresentar o perfil de média complexidade domiciliar e ser classificado na modalidade AD2 ou AD3. Essa classificação é feita a partir do preenchimento do Formulário de Avaliação para Atenção Domiciliar (Faad), procedimento que pode ser feito pela equipe médica durante a internação hospitalar ou pela unidade básica de saúde (UBS).
Caso o paciente não seja encaminhado pela Rede de Atenção à Saúde (RAS), os cuidadores têm a opção de procurar o Nurad pessoalmente e preencher uma ficha de solicitação de avaliação.
“Eles fazem a visita semanalmente, sempre com muita dedicação. Todos são muito educados e prestativos, sempre dispostos a ensinar algo que possa melhorar os cuidados. Meu desejo é que continuem com esse excelente projeto e que possam auxiliar mais famílias como a minha”, compartilhou Lucineide.
*Com informações do IgesDF