02/10/2023 às 15:27

Pegue e Pague incentiva responsabilidade nas escolas públicas do DF

A iniciativa provoca reflexão entre os jovens sobre a importância da confiança mútua na sociedade e faz parte do projeto NaMoral, uma parceria entre a Secretaria de Educação e o MPDFT

Por Agência Brasília* | Edição: Chico Neto

Na busca por promover valores de responsabilidade e confiança entre os estudantes, uma parceria entre a Secretaria de Educação do DF (SEE) e o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) tem gerado grande interesse e debate nas escolas da rede pública de ensino. A ideia por trás do projeto Pegue e Pague, uma divisão do NaMoral, é simples, mas eficaz.

 “No início, fiquei surpresa com a ideia, mas depois percebi que era uma oportunidade para mostrar que somos responsáveis e confiáveis”, conta a aluna Marina Castro | Foto: Mary Leal/SEE

A escola disponibiliza uma variedade de produtos a cada dia da semana, como pipoca ou geladinhos, que são colocados em uma caixa de fácil acesso durante o recreio. Os estudantes podem simplesmente pegar um geladinho ou uma porção de pipoca, saboreá-los e, se desejarem, deixar o valor correspondente em uma caixa de pagamento honorário. Não há câmeras de segurança, funcionários supervisionando ou cobrando valores. A responsabilidade recai sobre os ombros dos próprios estudantes.

[Olho texto=”“Queremos ensinar valores que vão além das disciplinas tradicionais e preparar os alunos para enfrentar desafios do mundo real”” assinatura=”Camila Costa, supervisora pedagógica” esquerda_direita_centro=”direita”]

Em 2023, o projeto foi aplicado em sete escolas do DF como uma espécie de teste. O Centro Educacional Gesner, do Gama, foi uma das instituições escolhidas. A supervisora pedagógica do projeto NaMoral na unidade escolar, Camila Costa, compartilha a visão e os objetivos da iniciativa.

Pegue e Pague

“O projeto Pegue e Pague é uma oportunidade para promover a ética, a integridade e a responsabilidade entre nossos alunos”, afirma Camila. “Queremos ensinar valores que vão além das disciplinas tradicionais e preparar os alunos para enfrentar desafios do mundo real. Nossos estudantes estão participando do projeto NaMoral desde o início e isso tem ajudado muito a trabalhar essas questões.”

[Olho texto=”Projeto contribui para a formação de futuros líderes éticos” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”]

O projeto desafia os jovens a refletir sobre a importância da confiança mútua na sociedade. Marina Castro, 11 anos, é aluna da instituição e ajuda todos os dias a organizar os produtos para colocá-los à venda. “No início, fiquei surpresa com a ideia”, conta. “Parecia estranho poder pegar algo sem ninguém estar olhando, mas depois percebi que era uma oportunidade para mostrar que somos responsáveis e confiáveis”.

A parceria entre o MPDFT e a SEE tem sido fundamental para a execução do projeto, que já está na segunda edição. Além de promover valores éticos, o Pegue e Pague tem contribuído para criar um ambiente escolar mais solidário e confiável.

NaMoral

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O NaMoral é uma iniciativa do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). Por meio de uma tecnologia social gamificada e metodologias ativas, o projeto leva vivências práticas de ética e cidadania aos estudantes, construindo um ecossistema de integridade e formando embaixadores, influenciadores e restauradores da honestidade.

A iniciativa busca disseminar valores relacionados à integridade, ética, cidadania e enfrentamento à corrupção. O projeto-piloto foi implementado em nove escolas públicas em 2019 e desafiou os estudantes, a partir de ferramentas de gamificação, a construir um ecossistema de integridade. Com ações que alcançaram toda a comunidade escolar, foram cerca de 8 mil crianças e jovens impactados.

Em 2020, o NaMoral recebeu o prêmio do Conselho Nacional do Ministério Público na categoria Redução da Corrupção. Em 2020 e 2021, o projeto foi implementado em sua primeira versão virtual, voltada para estudantes universitários. Em 2022, voltou a ser realizado de forma presencial e teve a participação de 12 escolas.

Em 2023, o jogo vem sendo aplicado como parte do componente curricular em 39 escolas públicas do Distrito Federal. A expansão é resultado da parceria firmada com a Subsecretaria de Formação Continuada dos Profissionais da Educação (Eape), que capacitou 108 professores para ministrar a disciplina.

*Com informações da Secretaria de Educação do DF