17/11/2023 às 15:00

Reforma no centro cirúrgico do Hospital do Gama humaniza contato pós-parto

Sala de recuperação pós-anestésica permite o contato precoce pele a pele entre mães e bebês, procedimento conhecido como “hora de ouro” que fortalece vínculos afetivos e integra normas da Organização Mundial de Saúde (OMS)

Por Agência Brasília* | Edição: Chico Neto

O Hospital Regional do Gama (HRG) deu início, nesta semana, a um atendimento diferenciado às mulheres que passaram por parto cesárea com o padrão classificado como “hora de ouro” – quando há contato pele a pele precoce, logo após o nascimento, conforme as normas da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Após o parto, mães têm direito a uma sala exclusiva, onde se recuperam e podem acompanhar o bebê | Foto: Jhonatan Cantarelle/Agência Saúde

A melhora no serviço veio com as adequações no centro cirúrgico da unidade, que, agora, conta com uma sala de recuperação pós-anestésica exclusiva para as mães. Também passou a ser garantido o direito de a mulher ter o seu acompanhante de escolha desde a recepção do hospital até a alta.

“Eu achei tudo muito bacana, e ela foi bem-atendida aqui”, conta Gerlene Ferreira da Silva, 58 anos, que acompanhava a filha Juana do Nascimento, 22, na sala de recuperação, nesta quinta-feira (16). O bebê, Abmael Lorenzo, já havia passado por avaliação médica e estava nos braços da avó enquanto a mãe se recuperava da anestesia.

Reformas gerais

[Olho texto=”“O contato pele a pele logo após o parto  contribui para o sucesso do aleitamento e para a recuperação da mulher, além de ajudar nos sinais vitais do bebê” ” assinatura=”Laire Camargo, coordenadora da Iniciativa Hospital Amigo da Criança (Ihac) no HRG” esquerda_direita_centro=”direita”]

O espaço que Gerlene, Juana e Abmael ocuparam está totalmente reformado. Ao longo de 20 dias de serviços, a sala recebeu melhorias na pintura, teto, piso, portas e nas instalações elétricas, hidráulicas e de gases. Há também separação das parturientes de outros pacientes de cirurgia geral, evitando infecções.

São três leitos exclusivos para as mães e três para bebês, havendo a possibilidade, sempre que possível, de ficarem juntos durante todo o tempo. As mulheres permanecem ali por duas a quatro horas com seus filhos, o que possibilita iniciar o processo de amamentação já na primeira hora de vida.

“O contato pele a pele logo após o parto fortalece o vínculo entre mãe e filho, contribui para o sucesso do aleitamento e para a recuperação da mulher, além de ajudar nos sinais vitais do bebê”, explica a enfermeira Laire Camargo, coordenadora da Iniciativa Hospital Amigo da Criança (Ihac) no HRG.

Alta demanda

Apenas neste ano, o HRG tem mantido uma média superior a 120 cesáreas por mês. Para isso, uma das seis salas cirúrgicas se mantém reservada a esse tipo de procedimento. O hospital conta com oito leitos de unidades de cuidados intermediários neonatal e serviços complementares, como banco de leite.

“O momento da gestação é muito bonito, mas é também cercado de fragilidades”, observa o diretor substituto do HRG, Ruber de Oliveira Gomes. “Então, precisamos de um ambiente que proporcione o bom atendimento. Estamos constantemente trabalhando para melhorar a qualidade do hospital.”

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As adequações foram executadas por meio do contrato de manutenção regular assinado pela Secretaria de Saúde do DF (SES) em 2022. Foram investidos R$ 74 milhões para garantir o funcionamento de 297 unidades.

Nos corredores do HRG há melhorias prontas ou em execução. Nas áreas de emergência foram instaladas portas para controlar o fluxo e dar mais eficiência aos novos aparelhos de ar-condicionado. Também foi reformado o piso por onde passam os carrinhos com refeições e rouparia. Houve, ainda, melhorias na área de acessibilidade.

“Com o contrato de manutenção, conseguimos ter uma previsibilidade e fazermos um planejamento; além disso, fazemos todos os serviços sem a interrupção dos atendimentos”, destaca o diretor administrativo da Região Sul de Saúde, Diego Fernandes, responsável pela manutenção de todas as unidades da SES no Gama e em Santa Maria.

*Com informações da Secretaria de Saúde do DF