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28/11/2023 às 19:28
Tema é abordado na 6ª Feira de Soluções para a Saúde, promovida nesta semana em Brasília (DF)
Com primeiros registros há cerca de 5 mil anos, os jogos fazem parte da sociedade e podem ser usados para o aprendizado e até para a promoção da saúde, especialmente nas atuais versões eletrônicas, repletas de possibilidades proporcionadas pelas inovações digitais. O tema é abordado na 6ª Feira de Soluções para a Saúde, promovida até quarta-feira (29) pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Brasília, com patrocínio da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF).
Pesquisador do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (CDTS) da Fiocruz, Marcelo Vasconcellos detalhou, em palestra na feira, os potenciais dos jogos para disseminar informações de saúde, criar redes de apoio para pacientes de doenças graves, fortalecer a adesão a tratamentos e atuar diretamente para a melhora do quadro geral de saúde.
“Há pesquisas que apontam o retardamento de sintomas de Alzheimer em idosos que participam de jogos digitais, como o World of Warcraft”, afirma o pesquisador. De ação e aventura, esse jogo permite que os jogadores assumam o papel de um personagem, controlando as ações e interagindo com outras pessoas online. Já jogos gestuais, por exemplo, os disponíveis em plataformas como Nintendo Wii ou o Xbox Kinect, ou de realidade virtual são usados para pacientes em reabilitação, inclusive amputados.
Luta contra o câncer
Outros exemplos também chamam a atenção pelos resultados alcançados com públicos específicos. A série de jogos Re-mission, desenvolvida com foco em jovens pacientes acometidos por câncer, conta a história de uma personagem destruindo a doença dentro de um corpo humano. “Esse jogo aumenta a adesão ao tratamento e amplia a qualidade de vida das crianças com a doença”, detalha Marcelo Vasconcellos.
Já o That Dragon, Cancer é um experiência imersiva, em que o jogador é conduzido pela história de uma família que tem um bebê de 12 meses diagnosticado com a doença. Desenvolvido pela empresa Numinous Games e baseado na experiência vivida pelos criadores, o jogo tem o objetivo de desenvolver empatia por quem enfrenta o câncer ou possui parentes acometidos.
Entre os produtos brasileiros, o destaque vai para Quem deixou isso aqui?!, da FioCruz. Um verdadeiro desafio de ação em que uma criança caminha por uma casa e o jogador precisa retirar todos os produtos tóxicos do alcance dela, enquanto lida com distrações como atender o chefe ao telefone ou abrir a porta para visitas. A sequência – Quem deixou isso aqui?! De novo! – inclui na batalha virtual animais peçonhentos. Ganhando ou perdendo, o jogador recebe informações de como proceder em casos de intoxicação ou mordida de animais peçonhentos.
Formatos mais tradicionais também são adotados para temáticas nem tão simples. O SUSlândia é um jogo de tabuleiro com situações bem conhecidas por gestores de saúde. Há cartas que envolvem resolver problemas do cotidiano desses profissionais: realizar novos concursos, reduzir a dependência de um tipo de medicação, lidar com a judicialização e atuar mesmo com restrições orçamentárias. Cada jogador pode assumir papéis tanto em unidades de saúde pública quanto da rede privada ou filantrópica, cada um com “poderes” e “fragilidades” parecidas com as características do mundo real.
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Feira de inovações
Diversas palestras integram a 6ª Feira de Soluções para a Saúde. Com o tema “Transformação digital na saúde”, o evento ocorre no Millenium Convention Center, em Brasília (DF), e reúne profissionais de saúde, gestores, pesquisadores, trabalhadores do setor, movimentos sociais, estudantes, instituições de pesquisa, empresários e empreendedores. A programação conta ainda com oficinas, workshops, mesas de negociações e a Hackatona SUS Digital, que selecionará propostas para o enfrentamento a pandemias.
*Com informações da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF)