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29/11/2023 às 19:16
A peça foi apresentada nesta quarta (29) por alunos do CEM 804 do Recanto das Emas no teatro da Caesb, em Águas Claras
Um espetáculo encenado por estudantes do Centro de Ensino Médio (CEM) 804 do Recanto das Emas emocionou o público, em apresentação na manhã desta quarta-feira (29), no teatro da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb), em Águas Claras. A montagem é mais uma iniciativa de combate ao racismo nas escolas públicas do DF.
[Olho texto=”“Esta peça é um grito de socorro, e tem que ser apresentada em todos os lugares. O preconceito dirigido a uma pessoa é um ato de agressão contra todos” ” assinatura=”Hélvia Paranaguá, secretária de Educação ” esquerda_direita_centro=”direita”]
Cerca de 400 pessoas assistiram à peça Sabe por que tu não deu bola?, dirigida pelo Tiago Leal. Formado por 20 estudantes, o grupo se uniu para dar voz a uma narrativa muitas vezes silenciada: o racismo vivido no dia a dia.
“Esta peça é um grito de socorro, e tem que ser apresentada em todos os lugares”, elogiou a secretária de Educação, Hélvia Paranaguá, que assistiu ao espetáculo. “Não desistam, meus alunos, a luta está agora nas mãos de vocês. O preconceito dirigido a uma pessoa é um ato de agressão contra todos.”
Impacto do racismo
A trama mergulha no cotidiano dos personagens, oferecendo uma perspectiva do impacto do racismo na vida de todos. O texto utilizou, entre outros elementos, trechos de falas comuns expressões preconceituosas, como “que cabelo é esse?”, “o que você tá fazendo nesse lugar a essa hora?”, “volta para senzala” e “macaco”.
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São personagens de grande apelo popular, conta uma das atrizes, Sara Dourado, 16 anos. Ela interpreta uma jovem dedicada, desde cedo, a cuidar dos irmãos e da casa. “É uma personagem condenada pela sociedade e quer mostrar que consegue, que é capaz, que tem poder de ser suficiente”, avalia.
“Para mim, também é libertador. Imagine a gente vir para um lugar de fala, onde as pessoas te veem. Eu sei que agora inspiro muitas meninas e mulheres, como ponto de referência e revolução, enfim, um símbolo de resistência”.
Cada integrante do elenco, à sua maneira, se identificou com o personagem interpretado. “Quando eu era pequena, sofria muito racismo com os meus colegas de infância”, contou Estela Almeida Silva, 17. “Eles não tinham muito conhecimento. Na verdade, eu também não tinha. Poder hoje falar sobre o reconhecimento que as pessoas negras precisam ter no nosso país e no mundo é muito importante pra mim, e a toda a oportunidade que eu tiver para fazer isso com certeza vou dizer sim”.
*Com informações da Secretaria de Educação do DF