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30/11/2023 às 17:01
Até novembro deste ano, foram entregues 177 dispositivos, um crescimento de 19,6% em relação ao ano anterior
Era a primeira vez que Maria de Fátima do Nascimento, 47 anos, usaria uma prótese mamária. Desde a cirurgia de retirada da mama, realizada em março, a paciente estava ansiosa aguardando avaliação no Núcleo de Atendimento Ambulatorial de Órteses, Próteses e Materiais Especiais (Naopme), da Secretaria de Saúde do DF (SES).
Todo o tratamento de Maria de Fátima foi feito pelo Sistema Único de Saúde (SUS), em uma jornada de diversas idas ao hospital. Por seis dias seguidos, ela esteve entubada; outros dez, internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Base. “A minha doença foi uma situação devastadora”, conta. “Lembro-me de gritar para os médicos não me deixarem morrer, porque tenho um filho. Mas reconheço que fui muito bem-acolhida”.
[Olho texto=”“Percebemos que as mulheres se sentem mais femininas, porque trata-se de uma parte importante perdida” ” assinatura=”Monique Nascimento de Oliveira, chefe do Núcleo de Atendimento Ambulatorial de Órteses, Próteses e Materiais Especiais da SES” esquerda_direita_centro=”direita”]
Após a cirurgia, Maria usou um suporte oferecido pelo Hospital do Câncer, mas, ao sentir dores nas costas, foi aconselhada pela fisioterapeuta a utilizar uma prótese, até que fosse feita a reconstrução mamária. Encaminhada ao Naopme, em poucos dias, ela estava com o novo dispositivo. “Deu muito certo e coube direitinho; estou me sentindo bem melhor”, comemora.
Resgate emocional
De acordo com os dados do núcleo, até novembro deste ano, foram entregues no DF 177 próteses mamárias, um crescimento de 19,6% em relação ao ano anterior. Em 2022, foram distribuídas 148 e, em 2021, 153. Os dispositivos têm papel fundamental no estado emocional da paciente, já que, após a retirada da mama, ela tem a sua autoimagem afetada.
[Olho texto=”Próteses compensam o volume retirado da mama e evitam o desequilíbrio ” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”]
“Percebemos que as mulheres se sentem mais femininas, porque trata-se de uma parte importante perdida”, avalia a chefe do Naopme, Monique Nascimento de Oliveira. “Quando usam as próteses, sentem como se estivessem com as mamas originais e podem realizar as atividades normalmente.”
Tecnicamente, as próteses suprem a falta da mama, compensando o volume retirado e evitando o desequilíbrio da compostura. Por isso, as avaliações são feitas por uma fisioterapeuta, que oferece as orientações sobre o uso correto e menos prejudicial à saúde.
Como adquirir
O programa de Órteses e Próteses é parte da Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência. Para aquisição de qualquer um desses dispositivos ambulatoriais, basta comparecer ao Naopme, na Estação do Metrô da 114 Sul. É preciso apresentar os documentos originais de identidade com foto, ou Certidão de Nascimento (para menores de 12 anos), além de Cadastro de Pessoa Física (CPF), cartão nacional do SUS, número do cadastro SES, comprovante de residência atualizado e laudo médico ou solicitação de profissional da área de saúde.
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No caso da prótese mamária, o encaminhamento é feito por diversos serviços, de hospitais a unidades básicas de saúde (UBSs). “No mesmo dia da análise, a paciente experimenta a prótese com o sutiã e recebe as orientações; o dispositivo é dispensado no mesmo momento e, a cada ano, elas podem voltar para pegar um novo”, orienta Monique.
É o caso de Zélia dos Santos Costa, 72, que está há quatro anos recebendo próteses mamárias do núcleo. “Minha mastologista me encaminhou, e, por algum tempo, achei desconfortável de usar”, relata. “Hoje, a fisioterapeuta me instruiu sobre o uso correto, e acho que vou me adaptar bem melhor”.
*Com informações da Secretaria de Saúde do DF