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30/11/2023 às 08:55, atualizado em 30/11/2023 às 11:50
Conheça a história do monumento máximo ao patriotismo nacional, cujo polêmico projeto levantou debates acalorados nos anos 1970 e foi um feito da engenharia da época
No mês em que se comemorou o Dia da Bandeira, a Agência Brasília conta a história desse símbolo do patriotismo nacional que chama a atenção de quem passa pelo centro da capital federal. O mastro de 105 metros de altura localizado na Praça dos Três Poderes abriga a maior bandeira do mundo, a Bandeira Nacional do Brasil, segundo o livro dos recordes, Guinness Book. Ela tem 286 metros quadrados, 20 metros de comprimento, 14 de altura e 90 quilos.
A bandeira do Brasil faz parte do nosso conjunto de símbolos nacionais, manifestações gráficas e musicais, de importância histórica, que representam a identidade do país.
Segundo historiadores, a bandeira foi resultado direto da Proclamação da República em 15 de novembro de 1889, quando o Brasil deixou de ser uma monarquia e se transformou em uma república. Foi projetada pelo filósofo e matemático Raimundo Teixeira Mendes e pelo filósofo Miguel Lemos, com desenho do artista e caricaturista Décio Vilares.
Cada uma das quatro cores da Bandeira Nacional tem um significado: o verde simboliza nossas matas, o amarelo é o ouro, representando as riquezas nacionais, o branco é a paz e o círculo azul representa o céu do Rio de Janeiro com a constelação do Cruzeiro do Sul às 8h30 do dia da Proclamação da República.
As estrelas representam os estados brasileiros. A última alteração foi realizada em maio de 1992, quando novas estrelas de quatro estados brasileiros foram acrescentadas. O lema “Ordem e Progresso” tem inspiração em uma frase de Augusto Comte, criador da filosofia positivista, que diz: “O amor por princípio e a ordem por base; o progresso por fim”.
O uso da bandeira
A Lei 5.700/1971 determinou as obrigatoriedades e as formas de uso da Bandeira, como o hasteamento nos dias de festa ou de luto nacional e a obrigatoriedade de que todas as repartições públicas, escolas de todos os níveis e sindicatos devem exibir uma.
[Olho texto=”“A bandeira hasteada no coração de Brasília é o símbolo mais importante da Nação, representando o patriotismo. Os turistas e moradores podem acompanhar a cerimônia da Troca da Bandeira, que é uma excelente oportunidade de vivenciar o turismo cívico”” assinatura=”Cristiano Araújo, secretário de Turismo” esquerda_direita_centro=”esquerda”]
De acordo com a norma, não é permitido modificar as cores ou o lema da bandeira ao representá-la; apresentá-la em mau estado de conservação; reproduzi-la em rótulos ou embalagens de produtos ou usá-la como vestimenta.
Qualquer violação ao uso da bandeira nacional é considerada contravenção, com pena de multa ao infrator.
O mastro em Brasília
O mastro com a bandeira do Brasil é um dos monumentos que mais chamam a atenção na Praça dos Três Poderes. Inaugurado em 1972, o Mastro Nacional de Brasília foi projetado para ter 24 anéis de ferro que representavam, na época, cada estado ou território brasileiro. Neles estão gravados os nomes dos estados, inclusive os que passaram a existir após divisões territoriais.
A criação ficou a cargo do arquiteto Sérgio Bernardes, cujo projeto foi alvo de uma discussão acalorada à época – plena ditadura militar – e passou por desafios estruturais enormes para a época.
O mastro foi planejado para ficar acima de qualquer um dos prédios da Praça dos Três Poderes. Simbolicamente, o mastro incomodou os idealistas da ainda muito nova capital, que argumentavam que os símbolos nacionais haviam sido excluídos da representação da praça para dar destaque à harmonia entre Executivo, Judiciário e Legislativo. Prevaleceu o sentimento nacionalista em alta na época.
Outro grande desafio foi reforçar a estrutura de forma que o movimento da bandeira fosse suportado pelo mastro. Assim, a estrutura foi erguida em aço corten, capaz de suportar as 24 toneladas de força exercida pelo peso da bandeira sob ventos de 100 km/h e discreto o bastante para não tirar o protagonismo da bandeira. De perto, a escala monumental dá a certeza de ser um feito da engenharia e da arquitetura brasileira de meio século atrás.
Cuidados
Com mais de meio século de existência, a Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) gerencia a manutenção da estrutura. “Temos uma empresa contratada que é responsável por manter todos os dispositivos em condições de uso para o hasteamento da bandeira, e realizamos a fiscalização desse serviço. Além disso, equipes da Novacap realizam mensalmente de forma direta a troca da bandeira acompanhada pelas forças militares”, relata a assessora técnica da Novacap, Lorrayne Rodrigues.
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A Troca da Bandeira é uma das maiores expressões do turismo cívico do país e ocorre no primeiro domingo de cada mês, como estabelece a Constituição Federal. A cada edição, a responsabilidade é dividida entre as Forças Armadas (Marinha, Exército e a Força Aérea Brasileira) e o Governo do Distrito Federal, por meio da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar. A bandeira retirada é sempre incinerada após a cerimônia.
A professora Vera Lúcia Moraes, que mora em Campinas (SP), acompanhou a troca da bandeira do mês de novembro na Praça dos Três Poderes no último dia 19 de novembro, Dia da Bandeira. Ela se declara uma apaixonada pelo símbolo nacional. “Quando vejo minha bandeira, me arrepio e me emociono. Quando estive morando fora do país, ela tinha um significado ainda maior. Às vezes, fico triste pelo que acontece com a politização da bandeira. Ela não pertence a ninguém e nem a uma causa; ela é do povo. Vejo que os símbolos presentes em Brasília são a eternização de cada momento, é uma parte da história da cidade e do país sendo contada através dos monumentos”, acredita a turista.
Para o secretário de Turismo, Cristiano Araújo, a cerimônia é mais um momento para ser vivenciado em Brasília em uma área turística da cidade. “A bandeira hasteada no coração de Brasília é o símbolo mais importante da Nação, representando o patriotismo. Os turistas e moradores podem acompanhar a cerimônia da Troca da Bandeira, que é uma excelente oportunidade de vivenciar o turismo cívico”, afirma.