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02/12/2023 às 13:51, atualizado em 03/12/2023 às 17:58
Laura Esquivel foi convidada pelo GDF para compor a programação do estande da Secretaria de Relações Internacionais no evento. No domingo (3), quando a feira se encerra, será a Embaixada do Líbano que ficará responsável pelas atividades
Um pedaço do mundo desembarcou na Feira do Livro de Brasília (Felib) por meio de uma iniciativa do Governo do Distrito Federal (GDF). Desde o início do evento, em 24 de novembro, e até o seu encerramento, em 3 de dezembro, terão passado pelo estande da Secretaria de Relações Internacionais (Serinter) montado no pilotis da Biblioteca Nacional de Brasília cerca de 30 embaixadas de diferentes países levando um pouco de sua cultura literária aos visitantes.
“Essa é a primeira vez que a Serinter participa da Feira do Livro. Tudo foi preparado para mostrar a cultura dos outros países para a população do Distrito Federal, principalmente, aos estudantes. Estamos fortalecendo os laços de amizade e também culturais”, destacou o secretário de Relações Internacionais, Paco Britto.
Neste sábado (2), a grande convidada foi a embaixadora do México e escritora Laura Esquivel, conhecida pela trilogia literária Como Água para Chocolate. Durante a participação, a autora fez a leitura de um trecho do romance O Meu Passado Negro, participou de um papo com os visitantes, autografou livros e ofereceu um prato feito por ela, uma massa adocicada servida com pétalas de rosa açucaradas.
“Um evento como esse é muito importante. É uma forma de se conhecer outras culturas. O que pode ser feito pelo livro e pela comida de um povo, por exemplo”, avaliou Laura Esquivel.
A escritora aproveitou para lembrar outras ações do GDF nesse sentido, como a visita dos embaixadores aos restaurantes locais para conhecer a cultura do Brasil e ainda celebrou o tema da feira Mulheres a toda prosa. “A proposta das mulheres na literatura é de mostrar um mundo de outras visões. Esse é o momento que temos que recuperar o feminino, reinventar uma sociedade que está um pouco separada e fragmentada”, completou.
Dia especial
Estar lado a lado com a escritora, deixou a professora de espanhol Ana Paula Barbosa de Miranda emocionada. Ao lado da filha, ela assistiu ao bate-papo e depois garantiu um autógrafo da autora. “Em 1995, quando comecei a estudar espanhol, um dos primeiros filmes que pude assistir como estudante da língua foi a adaptação de Como Água para Chocolate. Então hoje depois de tanto tempo pensar que estou tendo essa oportunidade, me deixa, como dizemos em espanhol, com ‘los pelos en punta’ de emoção”, definiu.
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O professor Gustavo Cordeiro fez questão de levar os alunos da rede pública que integram o projeto de espanhol da Universidade de Brasília para participar da conversa com Laura.. Ele já havia tido a oportunidade de conhecer a autora e sabia que os jovens estariam diante de uma escritora que trata de assuntos muito importantes, como a ancestralidade e o machismo. “Trouxe sete alunos meus para esse diálogo com a mexicana. Eles adoraram, ficaram fascinados porque atualmente as pessoas não têm mais tanto contato com a literatura. Acho excelente essa iniciativa de aproximar uma autora consagrada das pessoas”, avaliou.
O jovem Kayke Batista, 17 anos, disse que não conhecia a obra de Laura, mas ficou curioso por seu trabalho. “Eu até já tinha ouvido falar dela, mas não conhecia seus livros. Ouvindo tudo que ela falou me deu muita curiosidade para ler. Esse dia me fez ter uma visão melhor da literatura, porque a tecnologia acaba tampando nossa visão”, afirmou.
Para a estudante Eduarda Isabelly Corcieno, 16, atividades como essa aproximam os jovens dos livros. “A nossa geração, que é mais jovem, é mais distante da literatura. Porque ninguém mais compra livros. Então essa é uma experiência que faz a gente se aprofundar mais e querer ler”, comentou.
37ª Feira do Livro de Brasília
Biblioteca Nacional de Brasília (Esplanada dos Ministérios). Até 3 de dezembro, das 10h às 21h. Entrada franca.