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07/12/2023 às 16:26, atualizado em 07/12/2023 às 17:02
Previsão é de entrevistar 400 residências nos próximos 30 dias. Outras nove regiões administrativas do DF serão visitadas pelos agentes do IPEDF este mês
Chegou a hora de os moradores do Guará colaborarem com o planejamento de pesquisas públicas elaboradas pelo Governo do Distrito Federal por meio da Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios Ampliada (Pdad-A) 2023. Os resultados obtidos com o questionário vão direcionar ações mais assertivas e eficientes para a população do DF. A partir desta quinta-feira (7), os pesquisadores deram início à coleta de dados em domicílios do Guará. A expectativa é visitar aproximadamente 400 casas em cerca de 30 dias.
“Esse trabalho é muito importante porque é o momento de as pessoas relatarem quais são as suas dificuldades. Se não nos recebem ou se repassam as informações com insegurança, nós não teremos uma base de dados confiável e segura para traçar as políticas públicas”, afirmou a diretora de Estatística e Pesquisas Socioeconômicas (Dieps) do Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF), Dea Fioravante.
Apesar de as festas de fim de ano estarem se aproximando, o trabalho dos pesquisadores não será afetado. A coleta de dados seguirá durante todo o mês de dezembro, exceto nos feriados de Natal e Ano Novo. O objetivo é cumprir o cronograma da pesquisa antes do previsto. “A expectativa é que a gente consiga concluir a pesquisa de casa em casa antes de seis meses. Mas esse cronograma depende das condições climáticas e da aceitação da população também”, pontuou a supervisora de campo do Pdad-A 2023, Suely Nóbrega.
Nesta edição, a pesquisa foi ampliada para a zona rural do DF e municípios de Goiás que integram o Entorno. Uma das dificuldades encontradas pelos 60 pesquisadores é a falta de aceitação de alguns moradores, principalmente dos que residem nas regiões que fazem fronteira com o DF.
“A gente nota que há uma relação econômica e cultural dos moradores do Entorno com o DF. Eles também aquecem nosso mercado. Então, o objetivo em incluí-los na nossa pesquisa é para entender quem são essas pessoas para que as políticas públicas atendam também esse público”, defendeu Dea Fioravante.
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Neste mês de dezembro, outras nove regiões administrativas serão visitadas pelas equipes de pesquisadores. Além do Guará, Águas Claras, Jardim Botânico, Lago Sul, Lago Norte, Núcleo Bandeirante, Plano Piloto, SCIA/Estrutural, Sudoeste/Octogonal, Taguatinga e os municípios goianos de Formosa e Padre Bernardo estão na escala.
De porta em porta
Todos os dias, a pesquisadora Elynne Gomes faz a mesma coisa: levanta às 7 horas e vai para campo. Para não incomodar os moradores tão cedo, o trabalho de casa em casa se inicia por volta das 9 horas. São aproximadamente seis domicílios, escolhidos por sorteio, que ela precisa visitar. Se não tiver sorte, a pesquisadora precisa ir a mais três ou quatro residências caso haja recusas de moradores.
Depois de percorrer aproximadamente oito quilômetros, o dia da pesquisadora Elynne chega ao fim. De acordo com ela, o sentimento é de orgulho em fazer parte do processo da pesquisa, mas alguns momentos são difíceis quando a população rejeita a visita de quem trabalha na coleta de dados.
“É muito gratificante, mas tem muitas dificuldades no meio do caminho com as recusas dos moradores. É um trabalho que, a longo prazo, tem um ótimo resultado para a sociedade. Se todos soubessem da importância dessas pesquisas, jamais diriam ‘não’ para um pesquisador”, revelou. “Eu peço aos moradores que aceitem a nossa pesquisa. Estamos todos seguramente identificados com uniforme, crachá e QR Code. Não precisa ter medo, podem nos receber com segurança”, concluiu.
Moradores responsáveis
Consciente da importância de responder o questionário, o músico Wander Lacerda, 49 anos, não hesitou em receber as pesquisadoras em casa. Em menos de 15 minutos, ele já havia concluído o seu dever. “É uma entrevista boa e necessária porque fala das questões da sociedade, do que a região está precisando e se a infraestrutura que tem aqui atende as necessidades básicas de uma pessoa”, defendeu.
A aposentada Neura Elena de Souza, 66, também fez questão de receber a dupla de pesquisadoras para participar do Pdad-A. “É assim que a gente procura melhorias. Se você falar realmente o que está acontecendo, de livre espontânea vontade, a gestão pública vai funcionar melhor”, ressaltou.