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09/12/2023 às 18:56
Evento promovido pela Secretaria de Saúde na UBS 1 do Riacho Fundo I reúne cerca de 200 participantes na prevenção a doenças transmitidas pelo mosquito
Uma forma fácil e econômica de combater o Aedes aegypti, mosquito transmissor de dengue, zika, chikungunya e febre amarela urbana. Foi com essa premissa que quase 200 participantes aprenderam a preparar o difusor com capim citronela na manhã deste sábado (9). A oficina foi ministrada pela equipe da Unidade Básica de Saúde (UBS) 1 do Riacho Fundo I, em parceria com o Núcleo Farmácia Viva e com a Associação dos Especialistas da Secretaria de Saúde (SES-DF).
Grande parte dos presentes no evento vive na Colônia Agrícola Sucupira, uma região vulnerável à doença, segundo a gerente da unidade, Cláudia Beatriz Nogueira. “É uma área mais suscetível à dengue e propensa à presença do mosquito transmissor devido ao acúmulo de lixo e à falta de informações adequadas sobre prevenção”.
A citronela é semelhante ao capim santo em aparência, mas possui um aroma distinto. Ao ser espremida entre os dedos, a erva exala um cheiro parecido ao do eucalipto. O odor agradável aos humanos se torna um verdadeiro “terror” para os mosquitos, inclusive, ao Aedes aegypti. “A preparação do difusor é um processo simples, seguro e econômico. Temos constatado sua eficácia como um método altamente efetivo”, assegura a farmacêutica da Equipe Multidisciplinar (E-multi) da UBS 1 do Riacho Fundo I, Daniella Moraes.
Durante a oficina, foram sorteados 20 difusores preparados pela equipe, juntamente com seis mudas de citronela. A Farmácia Viva do Riacho Fundo I oferece a planta àqueles interessados em criar o repelente em casa. Moradora da Colônia, Aline Montes, 32 anos, aprendeu a elaborar a mistura no evento. “Foi uma iniciativa muito interessante, pois auxilia a população a cuidar da saúde, já que a dengue é um problema que não pode ser negligenciado. Com certeza vou usar no meu lar, pois moro em uma região onde tem muitos mosquitos. É sempre bom ter opções para espantá-los do ambiente”, afirma.
A diarista Camila Nascimento, 30, também foi uma das participantes e ficou entusiasmada ao preparar o repelente. “É muito importante estarmos atentos e conscientes, compartilhando informação com outras pessoas também. Eu não sabia que tinha esse preparo natural, mas agora vou fazer em casa sempre.”
Preparo
Para criar o difusor, é necessário colher folhas frescas da planta, sem sinais amarelados ou de ferrugem, e cortá-las em pedaços de aproximadamente dois centímetros. Segundo a farmacêutica, o ideal é coletar pela manhã, por ser um período com maior concentração do óleo essencial.
Os pedaços devem ser colocados dentro de um recipiente de vidro de boca larga, preferencialmente escuro, preenchendo-o o máximo possível. Caso o vidro seja transparente, é necessário envolvê-lo com folha de alumínio ou papel pardo. Depois, basta acrescentar etanol de 70% INPM, ou superior, até cobrir todas as folhas.
Em seguida, é importante fechar o pote e deixá-lo descansar por sete dias, agitando-o diariamente. Após esse período, a mistura deve ser filtrada e transferida a um frasco de vidro escuro de até 100 mililitros, rotulado com as especificações e a data de validade. Fechado, o produto tem prazo de, no máximo, até um ano. Após aberto, pode ser utilizado por até três meses.
Quando for difundir a mistura no ambiente, basta inserir três palitos de madeira Pinus, com aproximadamente 20 cm de comprimento, e aguardar 15 minutos para absorção antes de virá-los. O melhor horário de utilização é no fim da tarde, entre 17h e 18h, quando os mosquitos aparecem com mais frequência. Mais detalhes sobre o preparo do difusor de Capim Citronela podem ser acessados aqui.
Prevenção
Na oficina, os participantes também tiveram a oportunidade de assistir a uma palestra sobre prevenção da dengue, ministrada pela agente de Vigilância Ambiental Célia Cunha. Ela enfatiza a importância de adotar medidas preventivas para evitar a propagação da doença. “Promovemos essas ações com o intuito de sensibilizar a população, pois acreditamos que informação nunca é demais”, argumenta. “É importante impedir o acúmulo de água parada, como nas calhas, por exemplo. São locais de difícil acesso e que não costumam ser checados com frequência. Além disso, destacamos a importância de colocar areia até a borda nos pratos de plantas e de limpar os ralos de banheiros que não são muito utilizados”, orienta.
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Moradora do Riacho Fundo II, Alana Oliveira, 41, expressou sua gratidão pela ação dos profissionais de saúde. “Essa campanha contra a dengue tem um propósito nobre. Beneficia aqueles que têm acesso limitado à rede ou não têm tempo para acompanhar as notícias na televisão. Fiquei impressionada com a iniciativa, pois vai além da relação profissional e paciente. Mostra que há uma preocupação genuína com o bem-estar do próximo e com as dificuldades que cada pessoa enfrenta”, relata.
A SES-DF, por meio da Diretoria de Vigilância Ambiental (Dival), realiza ações contínuas de combate à dengue durante todo o ano, o que contribuiu para uma redução significativa no número de casos prováveis da doença. No entanto, com a chegada do período chuvoso, é fundamental redobrar os cuidados, pois um único ovo do Aedes aegypti pode sobreviver por até 400 dias sem contato com a água, aguardando apenas o momento propício para se desenvolver.
Entre as iniciativas permanentes adotadas pela pasta estão o fumacê, o manejo ambiental, o controle químico, as inspeções dos agentes de vigilância a residências e o investimento em novas tecnologias. Até o início de dezembro deste ano, foram notificados 43.265 casos suspeitos de dengue na capital, sendo 31.997 considerados prováveis. Esses números representam uma redução de 55,5% em comparação ao mesmo período de 2022, quando foram registrados 67.950 casos prováveis da doença.
*Com informações da SES-DF