15/12/2023 às 18:49

Livro conta histórias de mulheres atendidas pelo Cras Riacho Fundo II

“Senta que lá Vem História”, parceria de estudantes da UnB com a unidade sociassistencial, revela situações vividas por frequentadoras do centro de referência com mais de 50 anos de idade 

Por Agência Brasília* | Edição: Saulo Moreno

Estudantes do curso de psicologia da Universidade de Brasília (UnB), em parceria com o Centro de Referência de Assistência Social (Cras) do Riacho Fundo II, lançaram nesta sexta-feira (15) o livro Senta que lá Vem História, no Instituto de Psicologia da UnB. A obra traz relatos de vida de mulheres acima dos 50 anos de idade, frequentadoras da unidade socioassistencial onde o projeto ocorre desde maio.

O livro feito em parceria pelos estudantes da UnB com as mulheres atendidas pelo Cras teve como ideia possibilitar um lugar de troca sobre vivências das participantes | Foto: Renato Raphael/Sedes

O livro de 21 páginas é resultado do trabalho realizado pelo grupo de extensão chamado Potencialidades 50+, composto por estudantes da UnB e por servidores do Cras. Ao longo de sete meses, a equipe escutou as histórias dessas mulheres em encontros quinzenais. A proposta dos encontros, também chamados de “Espaço Criativo das Poderosas”, era fortalecer os vínculos entre as moradoras do Riacho Fundo II. A ideia foi possibilitar um lugar de troca sobre vivências das participantes, guiado pelo mote “O que vem sendo feito para e com aqueles que vivenciam a velhice?”

Edna Maria Pereira Santos, dona de casa, declarou: “Foi uma experiência maravilhosa os nossos encontros. Quero continuar a manter contato, porque somos mulheres lindas e poderosas”

A psicóloga do Cras Riacho Fundo II, Natália Veloso Holanda, explica que o tema dos encontros eram todos planejados de acordo com as necessidades das participantes. “A gente perguntava sobre o que essas mulheres queriam conversar mais, do que precisavam, e que tipo de serviço elas achavam que faltava no território. A partir disso, o tema era levado para a reunião de planejamento e, no encontro seguinte, discutíamos o assunto proposto com as mulheres”, explicou a servidora, que esteve à frente do projeto.

Integrante do projeto de extensão, a estudante de psicologia da UnB Mariana da Cruz, 22 anos, diz que a proposta foi essencial para fortalecer o seu vínculo com o território onde mora, no Riacho Fundo II. “Eu não tinha essa relação de pertencimento com o lugar e as pessoas. Durante o trabalho com o grupo, me senti em um duplo papel, o de moradora e extensionista. O projeto foi muito significativo não apenas na parte acadêmica, mas também pessoal”, declarou.

A dona de casa Maria Joana Silva Dias contou sua relação com a equipe: “Estar aqui hoje, no lançamento do livro, é muito importante para mim. Me dá força para conquistar novos objetivos de vida”

Natural do Maranhão, a dona de casa Maria Joana Silva Dias, 55 anos, é uma das mulheres participantes da iniciativa. Ela contou sua relação com a equipe: “Estar aqui hoje, no lançamento do livro, é muito importante para mim. Me dá força para conquistar novos objetivos de vida”. Maria trabalhou em diversas áreas ao longo da vida e encontrou no Cras a oportunidade para ter a garantia de direito a serviços, benefícios, programas e projetos socioassistenciais no âmbito do Sistema Único de Assistência Social (Suas).

Professora Cláudia Alves, orientadora acadêmica do grupo de extensão: “Para a universidade, a parceria junto ao Cras é uma construção importantíssima não só para a formação, mas também para o fortalecimento do curso de psicologia enquanto uma proposta formativa de profissionais”

Para a dona de casa Edna Maria Pereira Santos, 63 anos, a experiência de integrar o grupo é determinante para a criação de vínculo comunitário. “Foi uma experiência maravilhosa os nossos encontros. Quero continuar a manter contato, porque somos mulheres lindas e poderosas”, declarou.

A orientação acadêmica do grupo de extensão foi realizada pelos professores do Instituto de Psicologia da UnB, Cláudia Alves e Pedro Henrique Antunes da Costa. “Para a universidade, a parceria junto ao Cras é uma construção importantíssima não só para a formação, mas também para o fortalecimento do curso de psicologia enquanto uma proposta formativa de profissionais”, disse a professora Cláudia Alves.

A secretária adjunta de Desenvolvimento Social, Renata Marinho, reforça que o Cras também desempenha, além de outras unidades socioassistenciais, um papel crucial no fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários. “Por meio de programas e atividades pensados com cuidado, é proporcionado um ambiente de diálogo, troca de experiências e fortalecimento dos laços afetivos. Sabemos que comunidades unidas são mais resilientes e capazes de superar desafios”, declarou a gestora.

*Com informações da Sedes-DF