18/12/2023 às 14:22, atualizado em 18/12/2023 às 19:48

Região de Saúde Sul é referência em tratamento para tuberculose

Serviços especiais, como um aplicativo para agendar consultas, são ofertados para uma população de 268,3 mil pessoas, além de pacientes do Entorno do DF

Por Agência Saúde* | Edição: Chico Neto

Responsável pelo atendimento de moradores das regiões do Gama e de Santa Maria, a Região de Saúde Sul oferece serviços a uma população estimada de 268.301 pessoas. Além disso, tem a característica de absorver a demanda de pacientes originários de cidades do Entorno Sul e também da Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (Ride-DF).

Eduardo Delfino faz tratamento no HRG: “Sou muito bem-cuidado. Vi muitos casos de cura aqui, e isso me tranquilizou bastante” | Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde-DF

“Temos uma importância crucial no atendimento a essas populações, em sua maioria SUS-dependentes”, conta o superintendente de Saúde da Região Sul, Willy Pereira da Silva Filho. Para prestar os serviços essenciais à comunidade, há 21 unidades básicas de saúde (UBSs) – 13 no Gama e oito em Santa Maria. Do total, duas são prisionais e quatro, rurais. A Região de Saúde Sul inclui também os hospitais regionais do Gama (HRG) e de Santa Maria (HRSM).

O HRG é referência no atendimento a pacientes com tuberculose, pois possui o ambulatório de tisiopneumologia para diagnóstico e tratamento. A parte de internação funciona ininterruptamente, e o pronto-socorro conta com leito de isolamento para pacientes com suspeita da doença. Já os serviços ambulatoriais estão disponíveis de segunda a sexta-feira, das 7h às 12h e das 13h às 18h.

Internação e acompanhamento

Eduardo Delfino, 35, precisou de cuidados extras. Ele se tratava em casa, tomando os medicamentos diariamente, mas não conseguia fazer o repouso necessário e precisou ser internado. “Não conseguia nem ficar em pé sem [o auxílio de balão de] oxigênio”, conta. “Depois de três meses internado, comecei a ficar a maior parte do tempo sem precisar. Sou muito bem-cuidado. Vi muitos casos de cura aqui, e isso me tranquilizou bastante”.

O HRG é responsável por leitos de internação e atendimento de tisiopneumologia de toda a rede pública de saúde do DF. Pacientes são encaminhados a partir das UBSs e das unidades de pronto atendimento (UPAs). De acordo com a supervisora de enfermagem do ambulatório de tisiopneumologia do hospital, Ketheny Cristina Santos, primeiramente são feitas provas de tuberculina (teste diagnóstico) com os pacientes encaminhados e agendados.

Quadro de atendimento da Região Sul de Saúde | Arte: Agência Saúde

Equipe multiprofissional

Se o resultado for positivo, é agendada a consulta para avaliação e prescrição do tratamento. “Muitos pacientes estão em situação de rua e, geralmente, ficam internados para finalizar o tratamento, saindo curados da tuberculose”, explica. A internação varia de seis a oito meses, conforme o caso clínico. Nesse período, os pacientes recebem as refeições diárias e toda a assistência de uma equipe multiprofissional composta por pneumologistas/tisiologistas, enfermagem, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional e assistente social.

[Olho texto=”No Hospital Regional do Gama, ambulatório de tisiopneumologia funciona agrupado ao de pneumologia” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”]

“A maioria das internações é ocasionada por questões de vulnerabilidade social, por exemplo, condições precárias de vida, deficiência alimentar, baixa escolaridade, alcoolismo, uso de drogas, [além do] uso incorreto das medicações em domicílio”, aponta o médico Benedito Cabral Júnior, referência técnica (RT) de pneumologia do HRG.

O ambulatório de tisiopneumologia é agrupado ao de pneumologia. Por isso, também atende pacientes com asma, pneumonias, doenças pulmonares obstrutivas crônicas (enfisema e bronquite crônica), derrames pleurais e tumores dos pulmões, entre outras doenças pulmonares.

Linha materno-infantil

O Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), que integra a rede pública do DF e administrado pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF), é o mais novo da rede. Com 15 anos de existência, destaca-se por ter uma linha materno-infantil robusta, com serviço de pronto-socorro em pediatria. Equipada com maternidade e UTI neonatal, a unidade é referência em partos de alto risco. Em 2022, foram registrados 3.721 partos. Já a UTI neonatal somou 24.066 procedimentos.

[Olho texto=”“Muitas vezes, os pacientes têm dificuldades de vir até a unidade marcar. Quando o acesso é facilitado, por meio de uma tecnologia em que é possível agendar de casa, eles fazem e ficam satisfeitos” ” assinatura=”Inês de Almeida, gerente da UBS 7 do Gama” esquerda_direita_centro=”direita”]

Outro diferencial no HSM é o laboratório de excelência, aparelhado com tecnologia de última geração, incluindo um equipamento exclusivo na América Latina. Seguindo o mesmo padrão de laboratórios particulares, os resultados dos exames ficam disponíveis no formato online, assegurando que tanto profissionais da saúde quanto pacientes tenham acesso com facilidade.

O hospital é o segundo maior da rede pública do DF, com 391 leitos hospitalares ativos, sendo 13 de boxes de sala vermelha, 38 leitos de observação, 17 leitos no centro obstétrico, 263 leitos de enfermaria, 40 leitos de UTI adulto e 20 leitos de UTI neonatal.

Aplicativo para consultas

Uma ideia inovadora desenvolvida por servidores da UBS 7 do Gama é outro diferencial da Região Sul de Saúde para os pacientes. Eles criaram um aplicativo para facilitar o agendamento de consultas. “Muitas vezes, os pacientes têm dificuldades de vir até a unidade marcar. Quando o acesso é facilitado, por meio de uma tecnologia em que é possível agendar de casa, eles fazem e ficam satisfeitos”, compartilha a gerente da unidade, Inês de Almeida.

[Numeralha titulo_grande=”14 mil ” texto=”Número aproximado de usuários atendidos na UBS 7 do Gama, em funcionamento temporário no Estádio Bezerrão” esquerda_direita_centro=”esquerda”]

Apesar de utilizado há pouco tempo na unidade, o aplicativo, idealizado por Inês e pelo odontólogo Cristiano Ktich, já faz sucesso entre os pacientes. “Com o agendamento online, queremos captar pacientes para fazer o exame citopatológico e as testagens de infecções sexualmente transmissíveis [ISTs]”, detalha a gerente.

Hoje, a UBS 7 do Gama atende cerca de 14 mil usuários e funciona, temporariamente, dentro do Estádio Bezerrão. A unidade passa por reforma e, em breve, voltará a atender em seu local próprio, no Setor Central. 

Descarte de medicamentos

A demanda na UBS 1 de Santa Maria é alta. Por isso, a cidade possui 11 equipes de Saúde da Família: são para acolher cerca de 44 mil pacientes. “Em setembro, foram atendidos 39.736 usuários da região, fora os pacientes que vão à unidade para retirar ponto, tomar injeção de anticoncepcional, verificar pressão arterial e glicemia, e que não entram na contagem”, contabiliza a gerente local, Joelma Batista.

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Na unidade também é possível entregar medicamentos vencidos e inutilizáveis para destinação correta. Com ação inovadora, a UBS foi a primeira a lançar, na Região de Saúde Sul, a campanha de descarte consciente de medicamentos. Os usuários podem entregar os itens na farmácia do local.

Para facilitar o acesso à população, tanto a UBS 1 de Santa Maria quanto a UBS 3 do Gama funcionam de segunda a sexta-feira em horário ampliado, das 7h às 22h. Nos sábados, as UBSs 1, 2 ,4, 5 e 6 do Gama e a UBS 2 de Santa Maria funcionam de 7h às 12h. Além disso, há ponto fixo de vacinação nas UBSs 1 de Santa Maria e 5 do Gama aos sábados durante todo o dia.

Atenção secundária

A Policlínica do Gama, que funciona no HRG, oferece uma variedade de especialidades médicas, como dermatologia, endocrinologia, otorrinolaringologia, pediatria, fonoaudiologia, radiologia, nefrologia, ginecologia especializada, pneumologia, ambulatório de pé diabético, ambulatório de fisioterapia, doenças infectoparasitárias e odontologia.

O processo para acessar os serviços é feito pelas equipes de Saúde da Família (eSF). O usuário deve procurar a UBS, onde os profissionais vão avaliar as necessidades de saúde de cada paciente e, se necessário, encaminhá-lo à policlínica para consulta com especialidade específica.

Na região há também equipamento de saúde para cuidados mentais. O Centro de Atenção Psicossocial (Caps) AD (Álcool e Drogas) de Santa Maria atende pessoas a partir dos 16 anos em sofrimento psíquico intenso decorrente do uso dessas substâncias. A unidade funciona de segunda a sexta-feira em horário comercial em sistema porta aberta para todos os moradores da região. Segundo o superintendente da Região de Saúde Sul, para 2024 está prevista a entrega de uma nova policlínica.

*Com informações da Secretaria de Saúde