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21/02/2024 às 17:51
Evento no Hospital da Criança abordou desde as características da doença até tipos de imunizantes
No momento em que as atenções do país se voltam para o combate à dengue, o Hospital da Criança de Brasília José Alencar (HCB) reuniu profissionais de saúde para tratar do manejo e prevenção da doença em pediatria. Profissionais do HCB e da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) se reuniram para falar sobre as características da arbovirose, vacinas e discutir casos clínicos.
A secretária de Saúde do Distrito Federal, Lucilene Florêncio, participou da abertura do evento, realizado na terça-feira (20), apresentando um panorama da atuação da SES-DF frente ao grande número de casos da doença.
“Caminhamos da seguinte forma: aumentando a vigilância, as notificações e as visitas a domicílios, sendo verdadeiros detetives à caça de criadouros”, disse Florêncio, que também citou medidas como a instalação de tendas e hospital de campanha para atendimento à população. Ela destacou, ainda, a importância de envolver as crianças no combate ao aedes aegypti, já que elas podem lembrar os adultos de seguir condutas de prevenção contra o mosquito. “Agora que as aulas retornaram, atuamos para que cada criança seja um fiscal, um multiplicador. Os filhos mudam a forma de agir de seus pais, seus responsáveis; eles nos convencem”, explicou a secretária.
A diretora-executiva do HCB, Valdenize Tiziani, também participou do evento. “Somos um hospital terciário, contribuímos menos nessa situação; ainda assim, recebemos os pacientes mais graves na nossa UTI. Temos que unir esforços. Então, tudo que pudermos aprender no tratamento desses pacientes, devemos compartilhar: compartilhar nossa experiência, como nossa equipe está vivenciando esse problema. Estamos aqui para contribuir sempre com a rede pública, em todas as necessidades e demandas.”
A enfermeira Marília Graber, lotada na área técnica das arboviroses da Gerência de Vigilância das Doenças Transmissíveis da Diretoria de Vigilância Epidemiológica do Distrito Federal, expôs o cenário epidemiológico da dengue no Distrito Federal – incluindo a incidência da doença no público pediátrico.
“De 10 a 14 anos, temos uma incidência de 2.334,5 casos por 100 mil habitantes; é uma incidência muito alta, considerando que as crianças são uma população vulnerável. De cinco a nove anos, 1.948 casos por 100 mil habitantes. Menores de um ano, que é uma faixa etária muito fragilizada em relação ao acometimento da doença: 1.769 casos por 100 mil habitantes. De um a quatro anos, 1.212 casos por 100 mil habitantes”, relatou Graber.
O médico infectologista e coordenador do Serviço de Controle de Infecção do HCB, Bruno Oliveira, abordou o histórico da dengue. “É uma doença febril, aguda, hemorrágica e transmitida por vetores. Na América do Sul, somos o país que mais notifica, temos uma incidência muito maior que os outros países”, contextualizou.
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O infectologista explicou aos participantes do evento as diferenças de quadro clínico de cada tipo de dengue, destacando sinais de alerta e abordagens terapêuticas. Já a médica intensivista Selma Kawahara, coordenadora da Unidade de Terapia Intensiva do HCB, conduziu a apresentação de um caso clínico, demonstrando medidas assistenciais adotadas a cada mudança de quadro dos pacientes.
O evento foi encerrado pela médica infectologista Marcela Santos, consultora técnica do Ministério da Saúde na coordenação geral de doenças imunopreveníveis, que apresentou as características de duas vacinas já aprovadas pela Anvisa – Dengvaxia e Qdenga – e pela Butantan-DV (vacina brasileira ainda em fase de testes). “A dengue é uma doença que gera sobrecarga nos serviços de saúde. Precisamos de medidas de prevenção e controle eficazes para combater a doença e sabemos que a vacinação é uma das principais e mais relevantes intervenções em saúde pública para controle e eliminação das doenças imunopreveníveis”, explicou Santos.
O Distrito Federal foi o primeiro no país a receber as doses do imunizante e já no dia seguinte, 18 postos realizavam a imunização. A campanha de vacinação priorizou, nesta fase, as crianças de 10 e 11 anos de idade.
*Com informações do HCB