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11/03/2024 às 19:03, atualizado em 11/03/2024 às 20:16
Localizado na 512/513 da Asa Sul, o espaço é o terceiro mais frequentado no DF e o segundo maior acervo, perdendo apenas para a Biblioteca Nacional de Brasília (BNB). A programação de comemoração conta com bolo e apresentação de choro
A Biblioteca Pública de Brasília (BPB) completa, nesta terça-feira (12), 34 anos da sua abertura. Desde então, ela tem figurado entre as mais frequentadas do Distrito Federal. Só no ano passado foram quase 28 mil visitantes, entre crianças, jovens, adultos e idosos, atrás apenas das bibliotecas Nacional de Brasília e Pública de Ceilândia. Em relação ao número de exemplares, o espaço tem o segundo maior acervo, um total de mais de 26 mil livros, gibis, dicionários e revistas que podem ser retirados pela população.
“O mais importante é ver o espaço cheio, com pessoas lendo e estudando. A biblioteca viabiliza isso: o máximo de pessoas tendo acesso ao livro”, destaca o gerente Átila Vinicius. O local é conhecida pelo variado acervo, com obras da literatura brasileira, japonesa, egípcia e dinamarquesa, além de histórias em quadrinhos e mangás. Cada frequentador pode pegar até cinco livros por vez após a realização do cadastro.
Inaugurada no Dia do Bibliotecário em homenagem à própria história de origem, a biblioteca nasceu do anseio de uma comunidade que almejava pela criação do equipamento na Asa Sul. Um terreno abandonado na entrequadra 512/513 Sul, onde antes havia um minimercado, foi escolhido para abrigar o espaço.
“Na época, a Neusa Dourado (bibliotecária e coordenadora do Programa de Bibliotecas Públicas da Secretaria de Cultura do DF) estava fazendo um programa para criar novas bibliotecas públicas e pensou nesse espaço que estava fechado”, conta a aposentada Iza Antunes, 84 anos, que foi uma das colaboradoras do movimento.
“Foi feita uma campanha de assinaturas e o povo assinou querendo a biblioteca, porque não existia na Asa Sul. Só tinha a Biblioteca Demonstrativa, que não é do GDF, é do governo federal”, afirma. “Foi quando saímos arrecadando móveis, estantes e livros. Foi assim que a coisa toda aconteceu, do improviso”, lembra Iza Antunes.
Ao retornar ao espaço, a aposentada se emociona. “Fazia um tempinho que eu não vinha à biblioteca. Quando olhei aquela sala cheia de gente ali no espaço dos computadores e lá fora, me deu orgulho, não só como bibliotecária, mas como ser humano, membro e parte dessa comunidade. Estou aqui há mais de 40 anos e fico orgulhosa de ver que aqui realmente se transformou numa biblioteca”, comenta.
Espaço multidisciplinar
Aberta da segunda a sexta-feira das 7h às 18h e aos sábados das 7h às 13h30, o espaço fica em uma edificação térrea de 313 metros quadrados, com área coberta para estudo e pesquisa, cabines individuais, ponto infantil, estantes com acervo de livros, telecentro com computadores, um jardim para leitura ao ar livre, sala administrativa e banheiros.
Nos últimos dois anos, o GDF investiu R$ 352 mil na manutenção do espaço, com a pintura das estantes e recuperação da cobertura, do piso de cerâmica e do alambrado, além da instalação de toldo, refletores e de um novo sistema de climatização.
“O nosso projeto aqui, junto com a Biblioteca Nacional, é fazer com que todas as bibliotecas sejam integradas e que a gente possa ter conjuntos comunitários para além da leitura, para que possam acolher a comunidade como espaço de lazer, leitura e cidadania”, completa.
O concurseiro Samuel Medeiros, 29, é um dos frequentadores assíduos da BPB. Durante a semana, ele vai todos os dias para estudar. “É um ambiente acolhedor, não só pela questão da divisão do espaço, mas pelos funcionários. Venho todos os dias, de segunda a sexta-feira, para estudar para concurso. Esse é meu foco”, revela. Dentro da biblioteca, ele encontrou um espaço receptivo, onde fez amizades e agora busca devolver com a aprovação no concurso.
Já a estudante Keren-Happuch Dodoo, 19 anos, tem ido toda semana ao local para desenvolver o conhecimento em português. Natural da República de Gana, ela está há um mês no Brasil. Na biblioteca encontra livros para aprender a nova língua. O mais recente lido por ela foi Falar, ler e escrever em português: Um curso para estrangeiros. “Venho aqui para estudar a língua portuguesa. Gosto muito. Todos os funcionários são muito prestativos”, afirma.
Para celebrar a data, na terça-feira, a partir das 10h, tem bolo e parabéns para funcionários e frequentadores. Já na sexta-feira (15), às 18h30, tem roda de choro comemorativa, com entrada franca e livre para todos os públicos.
Quem quiser fazer doação de livros, basta levar os exemplares até a biblioteca e preencher um formulário. As obras são analisadas. Algumas ficam na própria unidade e outras são distribuídas pelas mais de 20 bibliotecas do DF.